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Tite faz na seleção o que não fazia no Corinthians; o método foi alterado

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De Vitor Birner

A metodologia ganhadora

O treinador sempre insistiu na proposta coletiva e base de escalação que preferia. O esforço e o comprometimento dos jogadores, além do potencial. eram considerados para ganharem mais oportunidades e melhorarem na execução dos fundamentos.

O exemplo mais recente foi e de Vágner Love. Teve momento técnico ruim e mesmo assim demorou para ir à reserva. Luciano entrou, jogou muito mais que pode, e saiu após se machucar para o mais renomado ocupar a posição de centroavante no returno da grande campanha na edição anterior do torneio de pontos corrido..

Fez igual na primeira conquista pela agremiação de Parque São Jorge, quando iniciou o clássico diante do São Paulo, no Morumbi, com Paulo André na dupla de zaga ao lado de Wallace e o ídolo Chicão no banco.

Tanto o o zagueiro quanto o centroavante tiveram considerável série de jogos fracos antes de o treinador fazer as alterações.

A de Julio César foi encerrada na eliminação diante da Ponte Preta no Estadual. Provavelmente, na comissão técnica, muito antes a avaliação era favorável ao Cássio, inquestionavelmente mais goleiro, que após ganhar a oportunidade foi naquele mesmo semestre referência na conquista da Libertadores.

Teoria e o 'tradicional' padrão

Após a chegada de Tite, as  atuações da seleção foram melhores que as anteriores com Dunga e superaram as expectativas da maioria dos torcedores.

Se mantida a filosofia de formação de times, Filipe Luis e Fernandinho entrariam nas vagas de Marcelo e Casemiro, machucados, e alguém na do suspenso Paulinho. A ideia de escalar jogadores em funções iguais as que exercem nos clubes indicava Oscar diante da Bolívia.

William cumpriu a obrigação de fortalecer o lado direito do sistema de marcação. Daniel Alves é vulnerável, Equador e Colômbia gostam de jogar pelas pontas, e a participação do atleta dos 'Blues' nesse aspecto foi consistente.

Ficou devendo na criação e tem qualidade para contribuir.

A metodologia de formação de times sugeria mais oportunidades para o jogador. Se levarmos em conta que houve mexidas forçadas, tal teoria ganha mais força, Os treinamentos mostraram que a reinvenção de como preparar a equipe talvez exija atuações consistentes na criação e marcação.

Prática e talvez a nova dinâmica

Philippe Coutinho, que entrou e agregou qualidade em ambos os jogos,  provavelmente atuará na vaga do colega de seleção e oponente na Premier League. Foi assim nas atividades de preparação..

Taticamente, apesar de aumentar a hipótese de enfraquecimento do sistema de marcação, tem plena lógica a alteração.

O Brasil será dono da bola. Pode ganhar com facilidade, se tornar o andamento intenso e tiver as variações para ultrapassar constantemente o bloqueio dos andinos.  O atleta do Liverpool tem características mais apropriadas que William para oferecer a essa dinâmica de futebol.

A confirmação que iniciará significa a aceleração nas mexidas do time durante essa etapa de formação do mesmo e do próprio elenco.

As trocas que no Alvinegro aconteciam em momentos específicos, como antes de clássico ou jogo de mata-mata na Libertadores, na seleção podem ser mais velozes, inclusive diante de times fracos, incapazes de sonharem com a classificação.

Esses jogos simples, na agremiação, serviam para fortalecer quem vinha atuando e recebia críticas. O treinador evitava mexer porque o próprio atleta ficaria incomodado por saber que lhe tiraram quando podia aproveitar para ganhar confiança no próprio futebol e moral com o torcedor.

O grande olé de Tite

Sabia que eram necessárias alterações na dinâmica de construção e gestão do elenco na seleção.  Nunca imaginei que incluiriam a dinâmica da disputa por posições.

http://blogdobirner.blogosfera.uol.com.br/2016/06/20/tite-necessita-ajustar-a-metodologia-a-do-clube-nao-funciona-na-selecao/

Quem atuou com o treinador conhecia a antiga. Quase todos no elenco do Alvinegro tinham ideia do que deveriam fazer para ganhar a posição, por isso quando houve as alterações de impacto citadas no post, foi pequeno o desconforto no grupo de atletas.

Na seleção o treinador terá que solucionar na lábia o que resolvia com atividades dentro do gramado.

Terça-feira, no Sportv, mencionei com alguma convicção que haveria apenas as mexidas forçadas, pois o técnico evitaria aumentar o impacto na estrutura do time em formação. Os argumentos foram os mesmos deste post. Fui driblado e tomei aquela desagradável caneta que o meia Tite jamais conseguiria quando foi jogador.

Se alterar o esquema tático após resultados positivos, a surpresa será ainda maior. Acho que manterá a proposta coletiva.