Oscilações são comuns para Borja; expectativa enorme gera vaia precipitada
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De Vitor Birner
Trajetória com oscilações
Borja saiu vaiado do campo na eliminação do Alviverde. De cabeça quente desabafou, ''porque sempre eu'', e foi ao banco observar o restante do jogo.
No país que cultiva o imediatismo, o egoismo e o julgamento com todas as forças, tem sido criticado pelo desempenho nos gramados. Querem o atleta decisivo, que brilhou na Libertadores.
A regularidade exigida é a que as agremiações nas quais atuou queriam. O monte de transferências do atleta mostra a instabilidade nos gramados.
Teve dificuldade dentro do próprio país que nasceu.
Deportivo Cali, Cúcuta, Cortuluá, CD La Equidad, Livorno, Olimpo, Independiente Santa Fe e o minúsculo Cortuluá investiram no centroavante, antes de se consagrar pelo Atlético Nacional na Libertadores.
Repare a montanha russa; as transferências, por si, mostram a instabilidade em campo.
Iniciou no grande, foi emprestado para três pequenos, negociado com o de porte similar na Itália, que o cedeu temporariamente ao 'hermano' de patamar igual e que nada grande ambiciona, e em seguida ao maior da Colômbia.
Depois retornou ao da segundona capaz de em 2015 subir para a elite. Todas as transferências aconteceram nessa década.
Na agremiação que conseguiu o acesso, Borja brilhou. Fez 19 gols, foi artilheiro, e o Atlético Nacional o contratou para ser destaque na conquista do torneio continental.
As estatísticas falam com sabedoria. De 2011 a 2015 comemorou 27 gols.
E na temporada de 2016 conseguiu 39. O último aproveitamento foi acima do padrão para o centroavante.
O Palmeiras, quando o contratou, provavelmente sabia das oscilações.
Apoiar enquanto aguarda o melhor rendimento
Houve atletas que brilharam em uma ou duas temporadas. Lembro alguns apenas da lista nacional.
Dill, Ademar, Dimba, Josiel e Keirrison foram artilheiros numa edição do maior torneio de nosso país.
Alberto jogou acima da média na conquista das pedalas de Robinho em frente ao Rogério. O então jogador do Santos conseguiu, naquela edição, o gol de bicicleta no show da agremiação diante do Corinthians no Pacaembu.
Nenhum centroavante dos citados manteve o nível.
É impossível, agora, afirmar se Borja é desse grupo dos sazonais. ou é o artilheiro da Libertadores
Teria que assistir às temporadas anteriores para opinar. Muito forte fisicamente, se mexe ao invés de permanecer dentro da área.
As oscilações podem ser técnicas, ou por problemas físicos, ou por algo pessoal, ou geradas pela falta de empenho. Esse último não tem a ver com o desempenho do centroavante no Alviverde.
Completou 24 anos em janeiro.
Podem ser de adaptação à proposta de jogo ou a nossa cultura e futebol.
Acho que a torcida, enquanto avaliar que o atleta se esforça no gramado, deve ter paciência. Sei que a expectativa e enorme.
Lembro algo simples; o Palmeiras necessita do centroavante que contribua para as conquistas.
Borja pode ser menos eficaz que o imaginado e mesmo assim agregar virtudes ao futebol da agremiação