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Flamengo superior; São Paulo feliz com empate após tola exclusão de Calleri

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De Vitor Birner

Flamengo 2×2 São Paulo

O resultado foi melhor para a agremiação de Bauza. Mostrou menos futebol que o Flamengo em todo o 1°t e após Calleri ser excluído.

Teoria e prática

O Flamengo tem dificuldade na marcação por cima. O São Paulo, especialista em tais lances, faz muitos gols nos cruzamentos.

Se a agremiação do Morumbi conseguisse executar o que Edgardo Bauza implementa, o treinador privilegia que o oponente não tenha brechas para criar oportunidades, a tendência era de os torcedores acompanharem o jogo com poucos momentos de emoção e resultado favorável ao time que prioriza a semifinal da Libertadores.

O andamento contrariou o que a teoria sugeria. O time da Gávea teve mais posse de bola, maior frequência no entorno da área, oportunidades e finalizações.

É inquestionável que foi melhor.

O que houve no gramado

O sistema de marcação adiantado do Flamengo dificultou a transição do São Paulo à frente. Por isso, houve poucos momentos em que a agremiação de Bauza tocou a bola na meia e conseguiu os lances pelos lados, tal qual o técnico faz questão.

Posicionado no 4-1-4-1, com Marcelo Cirino e Éverton dos lados, além de William Arão e Alan Patrick entre ambos no quarteto do meio de campo, no início forçou a criação na direita,  onde atuou o primeiro e o lateral Rodinei apoiou.

O time fez as triangulações, pois William Arão fez a função de meia e Alan Patrick, em alguns momentos,  se deslocou para aquela região do gramado.

Massa muscular e arroz com feijão

O Flamengo atuou com as linhas adiantadas, o que gerou lacunas para o contra-ataque. Assim, o time do Morumbi fez o gol.

Lançamento de Ganso para Calleri ficar em frente ao Alex Muralha e comemorar. Os Rubro-negros reclamaram que houve a falta do 'hermano' em Marcio Araújo, mas o vola te foi mole.

Tentou bloquear a corrida do oponente, se mexeu para conseguir, não quis saber da bola, e desmoronou quando houve a trombada de frente com o artilheiro, .

Na maioria dos países o gol seria considerado normal.

Os critérios adotados no torneio de pontos corridos são dúbio e no padrão nacional ruim ao futebol. Exigem a marcação de muitas faltas inexistente e tornam esse interpretativo.

A igualdade na imposição das regras deve ser idêntica em todos os jogos. Isso mostra que suposta falta, se a referência for o rigor que estraga qualquer dinâmica e intensidade, poderia ter outra interpretação e marcada,

Aqui, foi ao gramado e houve o choque, seja qual for, e os questionamentos iniciam.  Se Calleri caísse para simular a falta, como a maioria faz em nosso país, provavelmente seria marcada e quem achou que houve a do centroavante teria conclusão oposta a que afirmaram  .

Flamengo aproveitou as brechas na marcação

Em alguns minutos, notou que o lado direito do sistema de marcação do São Paulo tinha mais brechas.

Quando forçou os lances naquele setor, rapidamente conseguiu igualar. Jorge recebeu na área, não havia ninguém atento ao lateral que obrigou Denis a intervir e Rodrigo Caio a fazer contra.

Não havia como o zagueiro, que teve atuação abaixo da própria média, impedir a igualdade após o chute. A questão foi a construção do lance e lo sistema de marcação.

Kelvin devia acompanhar o lateral, Bruno ficar atento ao Everton, Rodrigo Caio fazer o mesmo com Felipe Vizeu e o estreante Artur com o Alan Patrick, mas é futebol, não pebolim, e atletas do sistema de criação do time da Gávea se mexeram pelo gramado.

Os do São Paulo tinham que entender, se adaptar para fecharem as lacunas e não conseguiram.

Não era para Kelvin ir na área, atrás de Artur e Bruno, acompanhar o lateral do Rubro-Negro, e nenhum colega de time fez a cobertura.  Esse equívoco de marcação do time aconteceu mais vezes.

Felipe Vizeu desperdiçou a oportunidade em lance quase igual. Finalizou fraco e Denis não ofereceu o rebote como no lance que gerou a igualdade no resultado.

De novo na frente

Após as orientações dos treinadores e descanso dos jogadores, o São Paulo melhorou a transição de bola, a qualidade no toque, e o Flamengo não conseguiu mais entrar na área com facilidade.

Fez o gol em cruzamento de Kelvin, preciso na assistência, e cabeceio de Calleri.

Réver se equivocou ao permitir que o artilheiro finalizasse. Alex Muralha, quando notou a bobeada, saiu atrasado para interceptar e encerrou qualquer possibilidade de conseguir a intervenção.

Gol no estilo de Bauza

Everton fora e Fernandinho em campo. O volume de jogo do time havia diminuído e a alteração não fez o time finalizar mais.

Mesmo assim, conseguiu igualar após Alan Patrick cobrar a falta na área. e William Arão, com categoria e precisão, cabecear no canto.

Em regra, São Paulo é o time que faz esses gols. Calleri pareceu o encarregado de marcar o volante, que subiu no meio de alguns jogadores para finalizar e comemorar.

Tolos cartões

O empate manteve o andamento e o equilíbrio do jogo. O 'hermano' alterou isso.

Não com o gol, como prefere, mas pela exclusão.

Discutiu com o responsável pela imposição das regras, tomou o amarelo, continuou no minuto seguinte em vez de silenciar, e recebeu outro cartão.

Naquele momento a razão era irrelevante diante das necessidades do time.

Se o artilheiro achou que havia marcação de Elmo Resende da Cunha,  tinha obrigação de pensar no time e em como permanecer no gramado.

Trave e pênalti desperdiçado

O Flamengo, contra 10, empurrou o oponente para trás. Não marcou mais gol por equívocos nas finalizações.

Felipe Vizeu foi substituído por Émerson Sheik. O veterano atuou como centroavante, mas o que se mexe e não fica de costas para os zagueiros na área.

Bauza trocou Kelvin por Caramelo, Após minutos , Ytalo entrou na vaga do Ganso.

O treinador posicionou o 4-4-1 com Ytalo adiantado e Caramelo no meio de campo em frente ao Bruno.

Gabriel, em seguida, foi ao jogo e Marcelo Cirino saiu. Taticamente o time continuou igual.

Aos 35, Fernandinho, de cabeça, acertou a trave após Alan Patrick cobrar escanteio.

Alan Kardec por Bruno foi a última troca na agremiação do Morumbi. Caramelo recuou para a lateral e Ytalo à direita do meio de campo.

O São Paulo conseguiu adiantar o sistema de marcação e parecia que não tomaria gol.

Nos acréscimos, quase o empate se transformou em tropeço.

Caramelo e Maicon, na área, tentaram tomar a bola de Émerson Sheik.  O lateral tocou com o braço, mas o pênalti foi marcado porque o zagueiro supostamente acertou o chute no veterano.

Alan Patrick chutou, Denis acertou o canto, o meia notou, tentou tirar do goleiro e se equivocou.

Futebol

O velho clichê é o ideal para resumir o que houve no jogo. Flamengo incomodado e São Paulo feliz com o ponto que conquistaram.

Ficha do jogo

Flamengo – Alex Muralha; Rodinei, Réver, Rafael Vaz e Jorge; Márcio Araújo; Marcelo Cirino (Gabriel), Willian Arão, Alan Patrick e Everton (Fernandinho); Felipe Vizeu (Emerson Sheik)
Técnico: Zé Ricardo

São Paulo – Denis; Bruno (Alan Kardec), Maicon, Rodrigo Caio e Matheus Reis; Artur e João Schmidt; Kelvin (Caramelo), Paulo Henrique Ganso (Ytalo) e Michel Bastos; Calleri
Técnico: Edgardo Bauza

Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO) – Auxiliares: Alessandro Rocha de Matos (BA) e Guilherme Dias Camilo (MG)