Blog do Birner

Tite é quase insubstituível; melhores opções exigem outra ideia de futebol

birner

De Vitor Birner

O que contrataria

Roger seria o melhor substituto de Tite no Alvinegro. Grêmio é o time da elite que tem, na parte tática, o futebol mais ousado e elogiável.

Houve a tentativa de contratar o gremista,  tal qual confirmou, e a recusa do treinador,

Talvez por avaliar que o elenco do Corinthians montado após o desmanche é do padrão que tem disponível, ou achar difícil oferecer rapidamente o que a nação corintiana almeja, ou não querer gerenciar o peso de substituir o reverenciado por milhões, ou por ética e ser feliz com pleno esforço para ganhar torneios no clube.

A escolha foi precisa e achar o substituto no país não é das missões mais simples.

O mercado com poucas opções

O maior equívoco da direção do clube seria tentar encontrar alguém para manter o padrão implementado pelo ídolo. Após ganhar a Libertadores e o torneio de pontos corridos, o treinador é reverenciado e consequentemente ouvido pela maioria dos jogadores. Tem muita força dentro e fora do elenco

Mano Menezes, por exemplo, foi tentativa lógica quando Tite foi embora na outra vez. Apesar de ser competente, não conseguiu fazer os jogadores terem o melhor rendimento nos gramados.

Os cartolas do Alvinegro deveriam investir em profissional com ideias distintas sobre futebol. Alguém capaz de impor nova filosofia, conceitos, e métodos de preparação do time.

Tal iniciativa exige o prazo que não há no torneio de pontos corridos.

Quase sempre, quando alguém tenta reinventar o que existe, consegue no máximo a cópia apagada daquilo que funcionou, seja como jogador ou técnico.

Não há tantas opções e nenhuma é garantia de êxito. Cuca se encaixa no perfil, mas tem excelente emprego e nem compensa investir.

Os mais novos e promissores, como Fernando Diniz e Milton Mendes, necessitam enorme blindagem da direção, pois com Tite ou qualquer treinador, a tendência é que o elenco recém formado e de qualidade pior que anterior oscile e gere momentos de incômodo para os torcedores.

A expectativa das pessoas, o padrão dentro dos gramados foi elevado pelo então técnico da agremiação.

Hoje, além de empenho, os corintianos querem futebol. Antes, muitos ficariam felizes com jogadores que correriam como se tivessem saído da arquibancada para o gramado.

Os treinadores especulados têm outro perfil

Li que Fernando Diniz e Eduardo Baptista fizeram como Roger ao serem cogitados. As opções indicam que os dirigentes avaliaram ser melhor a implementação de outra filosofia de futebol.

Tite arruma os times de trás para frente. Aliás, todos os treinadores priorizam a construção de sistremas de marcação consistentes, mas os mencionados são mais ousados no posicionamento, mesmo antes de conseguirem entrosar o elenco.

Questão de metodologia. Quem acompanha as agremiação que orientam, sabe que não apreciam atuar no contra-ataque e ficar na defesa, enquanto os jogadores têm dificuldades para recuar e avançar em bloco.

Elogiado por Andrés Sanchez

O dirigente mais popular do clube sempre citou, nos bastidores, que admira Abel Braga, treinador honesto e generoso ao administrar os elencos.

Desde quando foi diretor de Dualib afirma isso. Mesmo após ser eleito presidente, ressalto, optou por outros para a função.

Antes de escolher o Tite, o cartola, hoje parlamentar, pensava assim e não o contratou.

Qualidade além das fronteiras 

O ideal seria cogitar treinadores no mercado externo. Mas isso torna ainda menor a hipótese de conquistar torneios nessa temporada.

Alterar a proposta de futebol, conhecer o elenco e a cultura dos atletas no país, demanda o prazo inexistente pelo acúmulo de rodadas.  A escolha terá a ver com o planejamento, com o que a direção acha melhor para montar time ganhador.

É muito comum na Libertadores, as agremiação estrangeiras, taticamente, mostrarem superioridade diante das brasileiras.

Isso tem a ver com a cultura dos treinadores e capacidade jogadores lerem as necessidades imediatas do jogo de futebol.

Mais simples

Pode simplesmente investir em medalhão, há alguns competentes, optar pela obviedade, e torcer para o clichê gerar grande futebol.

Seja Oswaldo de Oliveira, Dorival ou quem for, a tendência, se nada fora do padrão acontecer, é que a palavra mais citada no departamento de futebol será paciência e nas arquibancadas saudade,

Antes era fala muito, con-fi-ança, e-qui-lí-brio, trei-na-bi-li-dade, e mais algumas que marcaram a inquestionavelmente grande era Tite no Corinthians.

Bola para frente porque a agremiação é sempre maior que jogadores e treinadores.