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Corinthians martela retranca santista e ganha; Dorival fez o possível

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De Vitor Birner

Corinthians 1×0 Santos

As missões dos treinadores, antes do clássico, não eram iguais. O que ganhou mais torneios relevantes necessitava aprimorar a proposta de futebol e o atual campeão estadual tinha que adaptar a forma de o time jogar.

Os desfalques santistas e o elenco que oferece poucas opções desmontaram, para o clássico e mais algumas partidas, o que Dorival fez desde o início da temporada.

Se ambas mantivessem o padrão das rodadas anteriores, a tendência era o Corinthians ser superior e conseguir, com facilidade, o resultado positivo.

Ideias dos técnicos

Tite, pragmático e eficaz, manteve o esquema. O meio de campo com Giovanni Augusto na direita, Marquinhos Gabriel do outro lado, Guilherme entre eles e Bruno Henrique ou completando o quarteto em frente ao Cristian, ou formando a dupla ao ao lado do volante.

Os laterais Fagner e Uendel apoiaram e o sistema de criação forçou muitos os lances pelos lados para tentar os cruzamentos ao Luciano e quem mais entrou na área. O esquema exige que o jogador do lado oposto ao que acontece o ataque se posicione chegue nela para finalizar, pois isso dificulta para lateral que o marca.

Não havia brechas pelo meio porque Dorival preparou o time para bloquear todas. O treinador foi inteligente na maneira de pensar o clássico. Tentou privilegiar a manutenção da bola e o contra-ataque, e não escalou nenhum centroavante ou atacante que atua pelos lados.

Thiago Maia foi o volante e o menos capacitado para a manutenção de bola. Renato, Leo Cittadini e Vitor Bueno no meio de campo, além de Elano e Serginho mais adiantados, iniciaram e cumpriram parte do que Dorival queria.

Conseguiram, em muitos momentos, dificultar a transição do Corinthians à frente, não abriram lacunas no meio, mas de posse da bola foram lentos no contra-ataque e facilitaram para o oponente concentrado e linear durante os 95 minutos.

Com Serginho, Dorival queria ter a velocidade nesses lances e a marcação que poderia garantir na pior das hipóteses o empate. Ficou nítido que a prioridade era não tomar o gol.

Pragmatismo gerou o resultado positivo

O Corinthians necessitou paciência para ganhar. Permaneceu 60,3% do tempo com a bola, insistiu nos lances pelos lados, e mesmo com dificuldade para criar oportunidades não alterou a proposta.

As mexidas de Tite mantiveram a proposta coletiva e aconteceram para otimizar o sistema ofensivo. Durante o 2°t. Lucca entrou no lugar de Marquinhos Gabriel, Rodriguinho no de Bruno Henrique e André, quando restavam 10 minutos e o resultado era de empate, no de Luciano.

Os reservas ocuparam as posições iguais as de quem iniciou, entretanto Lucca tem mais característica de atacante que Marquinhos Gabriel, assim como Rodriguinho tem maior facilidade que Bruno Henrique na meia. A outra mexida foi para fortalecer a jogada aérea na frente.

O gol aconteceu no cruzamento.

No lance iniciado em cobrança de falta havia sete jogadores do Corinthians na área, além de outro no rebote, e a bola sobrou para Giovanni Augusto,  em posição normal apesar da reclamações dos santistas, fazer gol que premiou a paciência da agremiação que mostrou melhor futebol.

Dorival não tinha opções no banco

O treinador tentou, durante o jogo, fazer algo para otimizar o sistema de criação. No intervalo colocou Paulinho na vaga de Leo Cittadini para aumentar a velocidade do contra-ataque e acompanhar os avanços do Fagner.

A posse de bola santista diminuiu e o substituto, do lado esquerdo no quarteto do meio de campo, quase nada fez.

As outras alterações foram na suposta dupla de frente. Joel entrou e Elano saiu, depois Maxi Rolón foi ao gramado e Serginho, apagado, encerrou a participação no jogo.

Walter havia feito uma intervenção quando ninguém havia feito gol.

Após as mexidas, não foi exigido. Por isso, ninguém, nem os santistas questionaram qual agremiação foi melhor no jogo.

Que continuem contrariando a tolice

Leandro Pedro Vuaden soube impor as regras. Houve apenas uma polêmica que merece ser questionada.

No início do jogo a bola bateu no braço de Giovanni Augusto, dentro da área, após o chute de Renato que gerou a única intervenção de Walter.

Não houve intenção de o jogador do Corinthians colocar a mão e com certeza nem foi capaz de notar que haveria o toque. Mesmo assim, de acordo com os pífios critérios e recomendações da Fifa, houve a infração e o neo-pênalti.

A questão é simples.

Noutros jogos do torneio, lances similares não poderão ser considerados irregulares. Melhor assim. O futebol perde com as tais recomendações da Fifa, pois isso nunca deveria ser infração em qualquer setor do gramado.

Ficha do jogo

Corinthians – Walter; Fágner, Felipe, Vilson e Uendel; Cristian; Giovanni Augusto, Bruno Henrique (Rodriguinho), Guilherme e Marquinhos Gabriel (Lucca); Luciano (André)
Treinador: Tite

Santos – Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia, Renato, Vitor Bueno e Léo Cittadini (Paulinho): Elano (Joel) e Serginho (Maxi Rolón)
Treinador: Dorival Júnior

Árbitro: Leandro Pedro Vuaden – Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro Da Cost e Gustavo Rodrigues de Oliveira