Blog do Birner

Dunga estraga futebol brasileiro; Grêmio, São Paulo e Santos sofrem

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De Vitor Birner

Subserviente aos burocratas

A CBF, para quem o treinador presta serviço, desrespeitou o nosso futebol como habitualmente faz. Tinha que paralisar o torneio de pontos corridos durante a preparação do selecionado e a realização da Copa América.

O treinador, apesar disso, optou por chamar atletas para o campeonato de pouco impacto na história, como se não estivesse acontecendo nada em nosso futebol das agremiações.  Quer fazer o melhor na função para a qual é remunerado e manter o emprego.

Esse pragmatismo que despreza o entorno é conveniente. Se realmente estivesse preocupado com o futebol do país, seria oposição aos gestores da entidades, não funcionário.

O denodo conservador é confortável.

Não serve como base de raciocínio para quem pretende avaliar a intransigência. Deveria chamar apenas atletas que atuam noutros países.  Mostraria respeito pelo futebol do país, pois são os clubes que revelam, contratam e compõem a rotina dos torcedores.   .

Têm que torcer contra a seleção

Encerrou a possibilidade de o Santos ser campeão ao chamar Ricardo Oliveira, Gabriel e Lucas Lima.

Perdão pelo termo, mas c… no que Dorival implementa desde o início da temporada, e fez isso para contar com jogadores que tendem a ficar no banco.

Apenas o centroavante, cortado porque se machucou, em princípio tinha a possibilidade de ser escalado desde o início, tal qual o técnico mostrou ao optar pelo Jonas contra o Panamá.

Lógico que a entrada de algum durante os jogos pode alterar o resultado.

É muito pouco para, por exemplo, convocar Marcelo Grohe do Grêmio, 'zerado' no principal torneio do país, nem possui substituto capaz de manter o padrão e provavelmente será o terceiro goleiro.

A lógica afirma isso. O atleta não fez parte da lista inicial. Ganhou a suposta oportunidade após Ederson se machucar. A convocação do Walace é a nova porrada do treinador no Imortal Tricolor.

O time de Roger terá mais dificuldade para manter a elogiável campanha. As ausências tendem a gerar a perda de alguns pontos, que podem fazer falta quando houver o fechamento da tabela de classificação.

Esses times são os que mais foram atrapalhados pelo treinador, não os únicos.

O São Paulo prioriza a Libertadores. O impacto da conquista, difícil para qualquer clube, é muito maior que o de ganhar a Copa América, mas Rodrigo Caio foi escolhido na lista inicial e Ganso posteriormente.

O elenco limitado da agremiação do Morumbi não oferece opção com a qualidade do meia e o veterano Lugano é quem ocupa a posição do zagueiro. A maratona de jogos tende a forçar Bauza a realizar alterações e a prejudicar o desempenho da agremiação.

Necessitou poupar o Maicon diante do Figueirense, tomou o gol de cabeça, e perdeu.

Elias é outro não tem substituto com a mesma competência no elenco do Alvinegro. Tite adiantou Bruno Henrique e escalou Cristian como volante mais recuado.

Neste momento, não há no grupo de atletas quem consiga manter dinâmica similar à unica referência que restou do meio de campo campeão no último torneio de pontos corridos.

Quem ama tais agremiações ficou muito irritado e provavelmente irá secar com afinco a seleção na Copa América.

Sempre vale ressaltar a grande obviedade 

A opinião pública, quando for debater as campanhas das agremiações e obviamente os desempenhos de treinadores e jogadores no encerramento do Brasileirão, esquecerá tudo isso. Assim como farão os cartolas que demitem e contratam os funcionários.

O desrespeito aos colegas e torcedores

Dunga parece achar isso algo irrelevante ou secundário. Não se incomoda em contrariar os anseios de milhões e colocar cada vez mais gente contra a seleção.

Apenas no planeta do técnico a conquista do torneio nos EUA compensará e fará esses torcedores felizes. O time nacional, aqui, é grande problema, pois gera mais de 80% do faturamento da CBF e os cartolas que pensam mais em dólares que no esporte não se incomodam em pisar no que deveria ser a prioridade.

A 'firmeza'  de convicção     

Não adianta argumentar sobre a necessidade de preparação. 'Preferiu' Neymar na Olimpíada em fez da para a Copa América.

Pode acertar, aprimorar o futebol do time na ausência do mais habilidoso, mas irá escalar o jogador do Barcelona quando puder e talvez necessite sorte para entrosar todos os jogadores.

As eliminatórias são infinitamente mais importantes que o futebol masculino do melhor evento esportivo do planeta. Duvido que tenha optado por abrir mão do atacante para privilegiar o outro torneio. Deve ter recebido a ordem e acatado, pois se contrariasse e fizesse o melhor para a seleção poderia receber o bilhete azul.

Não pertencem apenas aos dirigentes

Sei que os cartolas pouco questionam os prejuízos esportivos gerados aos clubes que administram. Muitos querem jogador na vitrine para que sejam negociados em euros.

Lembro que, se as agremiações são importantes e geram grandes montas, é porque têm milhões de torcedores.

A referência, quando critico, são as prioridades dessa gente que torna o futebol tão relevante. Nisso que embaso o post.

Não irei me equivocar e colocar as opções dos dirigentes acima dos sonhos de torcedores.

Os 'gringos' 

Convocar apenas os jogadores que atuam noutros países seria a solução. A maioria topa atuar profissionalmente durante as férias.

Obviamente, parte recusaria, se houvesse torneio de agremiações em andamento.

Necessitam priorizar o empregador, a entidade que paga salários. Aqui, funciona de maneira oposta.

Assim não há como cogitar a ideia de organizar o futebol.