São Paulo de Raí e Telê foi mais que ‘simplesmente’ campeão do mundo
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De Vitor Birner
Futebol brilhante
Ganhar alguns conseguiram, mas atuar no padrão que Telê Santana implementou nenhum time da América do Sul teve competência após essa conquista da agremiação do Morumbi.
'O São Paulo foi infinitamente superior a nós, tinha uma equipe fantástica com Raí, Cerezo, Müller e não tínhamos condições de superar'', disse Guardiola.
O técnico atuava como jogador no 'dream team' do Barcelona, que conquistou a então 1° Liga dos Campeões da agremiação.
Além dele, montes de atletas da seleção da Espanha, Koeman, capitão da Holanda, Stoichkov, craque e artilheiro da Bulgária semifinalista com a seleção nos Estados Unidos, Laudrup, brilhante e melhor jogadora que teve a Dinamarca, formaram o time orientado por Cruyff, referência da laranja mecânica e mentor do futebol que o técnico do Manchester City implementa nos gramados.
O desempenho encantou e gerou elogios do melhor treinador no planeta e de seu mestre. ''Se for atropelado, que seja por uma Ferrari. O São Paulo jogou como legítimo campeão do mundo'', declarou Cruyjff após o jogo em Tóquio, realizado em 13 de dezembro de 1992, há 25 anos.
O time foi uma referência para o desenvolvimento do atual futebol. ''Aprendi com o melhor São Paulo da história'', afirmou Pochettino, técnico do Tottenham.
Marcelo Bielsa, idolatrado pelos melhores técnicos 'hermanos' que investem no jogo com a bola, avaliado como revolucionário por alguns, bebeu na fonte que construíram Telê e Raí, após o mestre e o Rei do Morumbi conquistarem a Libertadores.
Deve ter sido especial assistir ao time com alas, muita mobilidade, atletas procurando lacunas e nem tão preocupados em grilar setores do campo, meia entrando na área para finalizar em sincronia com a assistência, e sem um centroavante.
Os frutos continuam pelos campos do planeta.
A reverência
Todo ano há uma agremiação da América do Sul no Mundial. Mais torcidas do continente terão a alegria de de comemorar a conquista.
Nenhuma assistirá dinâmica de futebol como a que o São Paulo mostrou naquela temporada. Goleou o Real Madrid e o Barcelona em amistosos, meses antes da final.
Seria difícil, mesmo com o mercado mais fechado tal qual na época. Depois do aumento de contratações por clubes da Europa, a façanha de atuar contra quem realmente foi o melhor na Liga dos Campeões, é quase impossível se impor pela habilidade e força coletiva.
A possibilidade é o time do continente sul-americano ter sorte e atuar diante de algum com elenco mediano que embalou e ganhou a Liga dos Campeões da Europa.