Árbitro da semifinal carioca merece a geladeira; CBF tem que se manifestar
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De Vitor Birner
Flamengo e Cruzeiro mereceram as classificações. O Rubro-Negro foi melhor que o Botafogo em ambos os jogos, ontem sequer permitiu uma finalização do oponente, e ganhou porque tem mais técnica no elenco.
O time de Jair Ventura atuou no limite da capacidade, pode elevar o padrão quando houver algum jogador inspirado, e o torcedor nada tem a reclamar. O clube da Gávea continua aquém do que pode produzir, mas a prioridade era conquistar a vaga e Berrío com o drible muito bonito assinou o êxito e garantiu a alegria de milhões pelo país.
A outra semifinal foi mais bem jogada. A agremiação orientada por Mano Meneses conseguiu no 2° t o volume de jogo que podia garantir a vaga antes da série alternada de pênaltis.
O Grêmio ditou o ritmo no jogo de ida e se ganhasse a série alternada mereceria a classificação.
O ponto negativo foi a arbitragem. No Brasil há a cultura da reclamação apenas quando interfere nos rumos de algum clube no torneio. Se gera uma eliminação que contradiz o andamento, a grita é pequena. É tal imediatismo e egoísmo acima da ética dentro do gramado.
Wilton Pereira Sampaio, ontem, foi muito mal no Maracanã. Se colocou acima da semifinal e do próprio futebol.
No início dialogou com os atletas. Depois, para mostrar quem manda, foi exagerado no amarelo ao Guerrero e em seguida fez a média ao mostrar o cartão por nada ao Roger. Quando Cuellar pisou no tornozelo de Matheus Fernandes o momento do jogo era outro e o rigor sumiu.
Creio que viu a bola tocar na mão de Marcelo com os braços abertos em movimento de bloqueio, o que no padrão atual do futebol é falta.
Nada disso incomodou mais que o estilo 'me preservo acima do esporte'. Marcou muitas faltas tolas, parou o jogo por qualquer contato permitido no futebol. Esse critério diminuiu a possibilidade dos equívocos, mas estragou o andamento.
O ideal seria saber se a CBF o orientou, ou se foi uma opção do próprio. Essa hipótese recomenda a 'geladeira, e a primeira mostraria mais uma vez que a incompetência e o egoísmo dos cartolas continuam goleando a alma do futebol.
Acho que a inciativa foi do árbitro. Os critérios nas faltas e nos cartões foram distintos na semifinal. Lembro que a ambiguidade pode gerar suspensões e tornam desigual a disputa pelo torneio.