Futebol do Corinthians diante do Flu foi similar ao dos jogos que empatou
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De Vitor Birner
Fluminense 0x1 Corinthians
O Alvinegro manteve o rendimento dos últimos jogos. Talvez, com Jadson, conseguiria ser mais eficaz para criar momentos de gol nas brechas abertas pelo Fluminense.
Enfrentou um time que necessita entrosamento e rodagem. Se estivesse mais inspirado, poderia ganhar com maior facilidade.
O clube das Laranjeiras melhorou no final do jogo. Valorizou os pontos conquistados pelo líder do maior torneio no país.
Alvinegro era favorito
Fabio Carille optou por Giovanni Augusto e Pedro Henrique nas vagas de Jadson e Pablo, ambos machucados. Teria iniciado com Marquinhos Gabriel pelos lados do trio de criação, mas o atleta foi suspenso para o jogo do Maracanã.
Os escolhidos tiveram que cumprir missões iguais as de quem não pode atuar. O treinador manteve a proposta de futebol. Quem entrou. por isso, sabia plenamente qual contribuição tinha que oferecer ao coletivo.
Abel Braga gerenciou mais ausências. Marquinhos Calazans, suspenso, Reginaldo, Luquinhas, Marquinho, Douglas, Luiz Fernando, Renato Chaves, Gum, Pierre e Sornoza, todos no departamento médico, formaram a enorme lista.
O elenco de Itaquera esbanjando confiança e o das Laranjeiras incomodado pelo jejum de seis jogos sem ganhar no Rio de Janeiro aumentaram o favoritismo da agremiação mais bem classificada.
Atuações quase iguais
O jogo teve alternâncias. Em alguns momentos o Corinthians foi pouco melhor e no final o Fluminense ditou o ritmo.
Houve o baile dos sistemas de marcação no 1°t. Cássio e Júlio Cesar foram exigidos nos cruzamentos e tentativas de fora da área.
O Alvinegro tentou mais triangulações, frequentou o campo de frente e conseguiria, se caprichasse no último toque, a oportunidade para finalizar diante do goleiro.
O Flu retomava a bola e investia na velocidade do Richarlison para mexer no resultado.
O zagueiro preciso e o equivocado
O único gol foi aos 4 minutos, após as orientações dos treinadores e descanso dos elencos.
Giovanni Augusto, no escanteio, levantou a bola na área. Balbuena tinha Henrique na frente para impedir a finalização, acertou cabeceio irretocável e comemorou.
Quem curte aprender o futebol tecnicamente pode observar o movimento e a prática do artilheiro. Merece grandes elogios, e o oponente pode ser criticado pela inércia. Necessitava pular e ao menos dificultar.
Preferiu abdicar e o Flu teve que avançar todas linhas para tentar o empate.
Mais lacunas para as duas agremiações
O Alvinegro curte atuar recuado e investir na transição em velocidade. O gol forçou o Flu a adiantar todas as linhas e abrir lacunas entre a dos zagueiros e o goleiro.
O jogo deveria se tornar mais fácil para o líder. A prática contrariou a tendência. Houve oscilações e nenhum grande momento foi construído para o Corinthians ampliar o resultado.
Gustavo Scarpa finalizou na trave, por dentro, de Cássio. Três ou quatro centímetros garantiriam a igualdade.
Giovanni Augusto cruzou e Romero de cabeça desperdiçou oportunidade diante do goleiro.
Nos minutos seguintes o sistema de marcação do Corinthians neutralizou o de criação do Fluminense. Abelão trocou Renato por Matheus Norton. Carille teve que tirar Romero, machucado, e Clayson foi ao gramado.
Em seguida Marlon Freitas saiu. Matheus Alessandro entrou para otimizar a criação e, além disso, renovar a força do sistema de marcação que necessitava retomar a bola no campo de frente.
O Corinthians encontrou as brechas diante do, após as mexidas, ousado time das Laranjeiras. Guilherme Arana tocou para o Rodriguinho na área, mas Henrique conseguiu desviar a finalização.
A última tentativa do técnico mais rodado foi a estreia de Peu e a saída do Henrique. O artilheiro, fisicamente, não tinha como manter a intensidade que o técnico queria na frente. A alteração tornou a dinâmica em campo favorável ao clube que necessitava ao menos igualar o resultado.
Carille, para fechar brechas pelos lados e aumentar a velocidade após a retomada de bola ao optar, pôs Pedrinho e o Giovanni Augusto saiu. O Flu mais na intensidade que com organização, daquele momento em diante incomodou o Alvinegro.
Cássio foi preciso e contribuiu na manutenção do resultado.
Polêmicas em campo
No 1°t, Léo puxou a camisa de Jô e o Alvinegro queria o pênalti. Houve a infração na área porque não foi uma disputa por posição e nem pela bola. O lateral permitiu ao centroavante tomar a frente e achou necessário segurá-lo para impedir a finalização.
O próprio Corinthians, quando ganhou do Cruzeiro em Itaquera, cometeu em Ábila um quase igual. (mais nítido). Por isso houve muita reclamação do treinador e do elenco.
O problema é o critério. Ou pode, ou não. Debatemos há décadas o que a cultura do esporte permite naquele setor do gramado.
Houve mais equívocos tal qual o impedimento no lance em que Matheus Alessandro poderia finalizar .
O Flu queria o pênalti de Balbuena. O gringo pretendia cabecear, sequer sabia que a bola tocaria no braço, mas as determinações que alteraram a regra afirmam que se houve o movimento para participar, consequentemente aconteceu a irregularidade do zagueiro.
Ressalto que acho essas mexidas muito ruins. As avalio como o jogo de semântica que amplia a margem de interpretação e a força dos cartolas. Acontece a infração se o atleta puser deliberadamente a mão na bola. Esta é a regra sábia e simples do futebol.
O gol de Richarlison, nos acréscimos, nem merece ser discutido. Foi corretamente invalidado. Houve o impedimento.
Ficha do jogo
Fluminense – Júlio César; Renato (Mateus Norton), Frazan, Henrique e Léo Pelé; Orejuela e Wendel; Gustavo Scarpa, Marlon Freitas (Matheus Alessandro) e Richarlison: Henrique Dourado (Peu)
Treinador: Abel Braga
Corinthians – Cássio; Fagner, Balbuena, Pedro Henrique e Arana; Gabriel e Maycon; Giovanni Augusto (Pedrinho), Rodriguinho (Camacho) e Romero (Clayson); Jô
Treinador: Fábio Carille
Árbitro: Rafael Traci (PR) Assistentes: Ivan Carlos Bohn e Luciano Roggenbaum