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Micale é uma aposta lógica: Fred e Robinho têm que apoiar o técnico

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De Vitor Birner

Saída do Roger

O presidente Daniel Nepomuceno decidiu mostrar bilhete azul ao Roger, apesar ter não ter plena convicção que era o melhor para a agremiação. Interpretei assim após ler a entrevista que concedeu:

'' Por toda a pressão que existe em cima do presidente, você tem que pecar pela ação e não pela omissão'', afirmou.

Em seguida mandou o recado para os atletas ''É obrigação minha e deles melhorar esses números''.

A insatisfação com o desempenho é simples de ser compreendida.

O elenco pode jogar futebol muito melhor. O cartola e a torcida, tal qual o treinador que foi embora, com certeza avaliam dessa maneira a temporada do clube.

Acho Roger teria conseguido elevar o padrão, se permanecesse. Certeza absoluta não tenho, por isso compreendo a opção do dirigente.

As difíceis referências do elenco

O treinador pretendia escalar Lucas Pratto no time principal. Robinho e alguns atletas foram pedir pelo Fred.

O 'hermano'' soube, quis ser negociado, e o presidente aceitou a oferta da agremiação do Morumbi

Roger interpretou a iniciativa dos jogadores como oportunidade para fortalecer o ambiente. Se os contrariasse, batesse de frente, provavelmente teria complicações para ser ouvido.

Ao topar podia ganhar tanto a confiança quanto o comprometimento dos veteranos habilidosos conhecidos por liderarem elencos noutros times.

A estratégia foi válida. Robinho e Fred tentaram cooperar. Mas, na prática, renderam menos que todos imaginaram no início da temporada.

O centroavante desperdiçou grandes momentos nos últimos jogos. Se fosse mais eficaz, os resultados seria melhores e Roger teria continuado na agremiação.

O Atlético, por exemplo, criou mais que Santos e Bahia. Apesar do repertório menor que o possível na criação, o número de grandes oportunidades durante os jogos do torneio de pontos corridos sugere mais gols que os comemorados.

O desempenho é pior que o próprio técnico imaginava. O time apela aos cruzamentos em quantidade e tem potencial para ampliar o repertório.

A contratação de Rogério Micale

O treinador foi da base do clube. Saiu do Atlético e se notabilizou por montar times fortes nas seleção formadas pelos atletas dessa categoria.

Gosta de times que tomam iniciativa e mantém a bola no campo de frente.

Em suma, conhece a instituição, tem potencial, e a característica para manter acertos de Roger e ajustar o que achar necessário.

Resta sabe como irá gerenciar o elenco e conseguir rapidamente resultados positivos.

A pequena rodagem em grandes times será lembrada quando houver tropeços, inclusive se o desempenho for elogiável dentro dos gramados.

O Brasil é o país com enorme expertise no culto de clichês. A nação da resposta pronta, do menosprezo pela avaliação técnica, da pressa raivosa que goleia a estruturação pensada e às vezes menos veloz que o tamanho da paciência dos torcedores.

Robinho e Fred têm que apoiar Micale.  Apoiar é acima de tudo respeitar as orientações, inclusive se não concordarem. Atleta que contraria técnico tem que decidir muitos jogos. Nessa temporada ambos pouco brilharam.

O elenco tem considerável número de atletas da base. Com esses a adaptação do sucessor de Roger tende a ser fácil.