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Dorival sabe que o elenco está assustado; S. Paulo tremeu após gol da Chape

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De Vitor Birner

Chapecoense 2×0 São Paulo

O São Paulo teve sistema de marcação pouco mais ajustado nos lances de bola rolando, se comparado ao dos últimos jogos.

Tomou a iniciativa e investiu nos lances com Junior Tavares, Gómez e Cueva do lado esquerdo. para tentar o gol.

A Chapecoense havia imaginado outro andamento. Queria dita ritmo e, como foi incapaz,  optou por recuar. Nem a dificuldade para impor a proposta planejada e o monte de ausências de atletas tiraram a tranquilidade do time dentro do gramado.

O clube do Morumbi se equivocou muito no último toque.

Necessitava disso ou do drible para abrir uma lacuna no congestionamento no entorno da área, mas raras vezes acertou. Jogo foi pobre de emoções. Houve apenas as óbvias, naturais, geradas pelas classificações de ambas no torneio de pontos corridos.

Os goleiros quase não foram exigidos. Participaram após algumas poucas finalizações de fora da área, e nos tradicionais cruzamentos.

Jogo fácil após sair na frente

O técnico da Chape orientou o time, durante o descanso dos atletas, a atuar com as linhas mais adiantadas. Queria mexer na dinâmica do jogo e aumentar a frequência no campo de frente.

Conseguiu, mas menos que o necessário para tornar o andamento desconfortável ao clube do Morumbi. Os goleiros continuaram quase como torcedores dentro do gramado.

A inoperância das duas agremiações convenceu os treinadores a alterarem as formações. Wellington Nem saiu e Marcinho foi ao campo. Em seguida, Moisés e Perroti foram trocados por Túlio e Lourency.

Dorival manteve a proposta coletiva e Vinícius Eutrópio tentou aumentar a criação com o atacante na vaga do volante e o potencial por cima ao optar pelo centroavante mais forte.

Em 2 minutos o gol aconteceu. Diego Renan colocou a bola área em cobrança de falta, e Túlio, de cabeça, na pequena área e diante de Renan finalizou e comemorou.

Júnior Tavares permitiu ao centroavante inaugurar o resultado com muita facilidade. O país sabe que o sistema de marcação do clube do Morumbi é vulnerável por cima. O lance confirmou que necessita melhorar a organização e a inteligência coletiva.

O artilheiro entrou para fortalecer o potencial do time nos cruzamentos.  O antídoto de quem pretendia anular tal iniciativa, tinha na fórmula a opção pelos mais competentes nesse quesito.  O lateral é 14 centímetros mais baixo que o autor do gol.  Não deveria ser o encarregado.

Acertar isso é apenas uma das urgências para Dorival.

O desempenho era nota 5 e piorou muito depois do gol.  Os atletas do clube ganhador e gigante, emocionalmente, ruíram. O treinador tentou solucionar com mexidas tanto na escalação quanto na estrutura tática.

Optou por Lucas Fernandes e Denilson nas vagas de Petros e Cueva para otimizar a criação. A iniciativa foi nula. O máximo que o São Paulo conseguiu foi reclamar o pênalti em Pratto no lance em que Bruno com as mãos levantou a bola na área. O time sequer construiu momentos para esboçar o empate.

Foi engolido pela crise e o oponente se fortaleceu.

O último gol foi consequência do clima esportivo em campo. Junior Tavares, que precisa adquirir mais rodagem e por isso tem maior dificuldade para gerenciar a sequência de tropeços do time,  se equivocou na saída de bola e Lucas Marques acertou precisa finalização de fora da área.

Méritos de quem ganhou

Nenhuma finalização com os pés dentro da área, oportunidades após tabelar ou driblar. Nada disso tira o mérito da Chape na conquista do resultado. Se equivocou menos e acertou mais que o clube do Morumbi.

Os grandes problemas para Dorival encerrar

Implementar movimentações e infiltrações que otimizam a criação, acertar o sistema de marcação, preparar algumas jogadas ensaiadas, fortalecer o emocional dos atletas para diminuir o número de equívocos técnicos e no meio da temporada entrosar o elenco.

São muitas necessidades, há pouco tempo no CT da Barra Funda, a campanha de rebaixamento solicita pressa, jogos da elite dificultam testes em busca de formação e desenho tático, a tendência é de as críticas serem maiores após cada tropeço e tudo aumenta a dificuldade para o treinador fortalecer emocionalmente o elenco e implementar as propostas de futebol.

Nesse momento, a rodagem e a sabedoria adquiridos à frente de clubes que orientou aumentam consideravelmente, para sorte do São Paulo,  a possibilidade de conseguir aprimorar as individualidades e fortalecer o coletivo.

Ficha do jogo

Chapecoense – Jandrei: Apodi, Douglas Grolli, Fabrício Bruno e Diego Renan; Moisés Ribeiro (Lourency); Seijas (Lucas Mineiro), Lucas Marques, Andrei Girotto e Luis Antonio; Perotti (Túlio)
Técnico: Vinícius Eutrópio

São Paulo – Renan Ribeiro; Bruno, Arboleda, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Jucilei e Petros (Lucas Fernandes); Wellington Nem (Marcinho), Cueva (Denílson) e Gómez; Lucas Pratto
Técnico: Dorival Júnior

Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ) Auxiliares: Rodrigo Henrique Correa e Thiago Henrique Neto Correa Farinha