Blog do Birner

Corinthians foi superior no coletivo; Fábio Carille ganhou de Ceni

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De Vitor Birner

São Paulo 0x2 Corinthians

O elenco do Ct da Barra Funda tem mais jogadores que decidem. A quantidade de contratados porque houve solicitações dos treinadores é maior no time que tropeçou no clássico.

Rogério Ceni investe em propostas coletivas distintas. Todas exigem que a iniciativa seja do time que orienta. Fabio Carille, com elenco limitado, sequer pode cogitar muitas variações porque necessita ser pragmático para manter a estabilidade alicerçada pelo sistema de marcação e os resultados positivos.

A simplicidade do Alvinegro prevaleceu contra as ambições modernas, que demoram para serem implementadas, do ídolo.  Sabia o que a agremiação do Morumbi faria e os antídotos que tinha para ganhar o clássico.

É impossível afirmar que havia reciprocidade e o São Paulo mostrou planejamento específico capaz de parar as limitadas e previsíveis opções de criação do time de Parque São Jorge.

No jogo de propostas completamente antagônicas, no choque de estilos de novatos, no duelo estratégico de Carille x Ceni, o técnico do Alvinegro prevaleceu, apesar do talento dos grupos de atletas oferecer maior possibilidade à agremiação que necessita no mínimo 2 gols em Itaquera.

A semifinal, após o clássico, tem o favorito â classificação.

As propostas táticas

Fábio Carille repetiu a proposta de futebol que investe em sistema de marcação sólido e calculismo para achar as brechar e criar os momentos de gol.  Rogério Ceni preferiu tornar o São Paulo mais capaz de finalizar.

No 4-2-3-1 do treinador que é ídolo da torcida, Wellington Nem na direita, Cueva por dentro e Luis Araújo formaram o trio em frente de Jucilei e Thiago Mendes  os volantes.   Araruna foi a opção na lateral.

No mais, nenhuma novidade. Maicon e Rodrigo Caio na zaga, o lateral Junior Tavares e o centroavante Lucas Pratto iniciaram no clássico.

Carille foi pragmático.

Jadson na direita, Maycon e Rodriguinho por dentro, e Romero no quarteto do meio de campo. O volante Gabriel completou o setor e atuou em frente à linha que teve Fagner e Arana pelos lados, além dos zagueiros Pablo e Balbuena. Jô foi o centroavante.

A mexida facilitou para o Carille

O São Paulo com iniciativa e mais frequência no campo de frente, e o Alvinegro conservador investindo na velocidade ao retomar a bola.

O andamento previsível impossibilitava, para quem assistia ao clássico, prognosticar com propriedade o resultado.

O Corinthians havia entrado uma vez na área – Rodrigo Caio impediu a finalização do oponente -, exigido a única intervenção dos goleiros, antes de o técnico da agremiação do Morumbi de novo se equivocar nas alterações.

Wellington Nem se machucou e teve que sair do gramado.

O treinador optou, aos 18,minutos, pelo Cícero, que o Fluminense quis tirar do elenco, e deslocou Thiago Mendes para a direita do trio no meio de campo.

Imediatamente houve declínio do sistema de marcação porque o contratado nas Laranjeiras, uma solicitação do novato à diretoria, foi incapaz de manter a intensidade e a concentração similares as do colega que formava com Jucilei a dupla de volantes.

A agremiação de Parque São Jorge, pelo meio, tinha Jadson se deslocando, Rodriguinho indo à frente, e Maycon avançando, se houvesse brecha.

No 1° lance que ganhou a bola no setor, Rodriguinho teve a lacuna para colocar Jô diante do Renan.

O centroavante, centímetros impedido, finalizou com precisão e festejou diante de quase 46 mil torcedores. Esse é dos lances mais fortes do time. Ceni facilitou.

Podia optar por Thomas, ou Wesley na direita, ou Neílton, ou Edimar na lateral e adiantar Junior Tavares trocando o lado de Luis Araújo.

Se escolheu Cícero, tinha que alterar o esquema tático, formar o losango no meio com os três volantes e Cueva na meia e a dupla Luis Araújo e Lucas Pratto na frente

Nem aprecio essa configuração.  dessa tática, mas era a lógica. Todos os citados nos dois parágrafos anteriores, com exceção ao que Aidar trouxe do Palmeiras, foram indicados pelo técnico para o elenco.

Alvinegro se impõe e amplia resultado

O gol reforçou as propostas que os treinadores queriam. São Paulo manteve a iniciativa, o Corinthians priorizou o bloqueio e a inteligência para investir na velocidade, porque o oponente tinha brechas e as vezes lenta recomposição do sistema de marcação.

Nos acréscimos, Rodriguinho, que havia feito a assistência, ganhou de Jucilei, a cobertura da zaga foi ineficaz, Cícero observava a alguns metros em vez de congestionar, e o volante fora da área finalizou forte no canto direito.

O bonito gol do artilheiro referendou a superioridade coletiva do time de Parque São Jorge.  O treinador da agremiação do Morumbi tinha que fazer algo para aumentar o repertório. No clássico, o impacto de diminuir o resultado poderia alterar a dinâmica dentro do gramado.

A reorganização lógica para as características

Luis Araújo saiu e Gilberto entrou após o descanso e a conversa dos técnicos com os elencos. O Corinthians manteve a escalação e a proposta de futebol. Aos 4, Jadson sentiu o joelho e Clayton entrou para otimizar a velocidade na transição e reforçar a marcação pelos lados.

O São Paulo, no 4-3-1-2,  teve Cícero, Jucilei e Thiago Mendes como volantes,  Cueva na meia, e Gilberto e Pratto na frente;

Conseguiu tomar as rédeas do clássico. Finalizou mais, apenas aos 27 minutos o Alvinegro tentou ampliar, mas o inspirado Cássio e a necessidade do clube do Morumbi fazer o gol foram minando gradativamente os atletas que incomodados pelo resultado.

Tiveram que correr muito diante dos oponentes menos cansados e mais estáveis em campo.

Carille pôs Camacho, aos 32, na vaga de Rodriguinho. Quis agregar fôlego e força ao sistema de marcação porque o protagonista cansou diminuiu o ritmo, além de investir nos lançamentos para quem atuou adiantado.

Thomas, no mesmo minuto, ganhou a oportunidade na de Araruna. Thiago Mendes foi à lateral direita.

Quase no encerramento, Romero, que acompanhou o apoio de Junior Tavares, ganhou o duelo do lateral e merece elogios pela contribuição ao coletivo.  foi substituído por Léo Jabá.

Naquele momento, o clássico tinha uma agremiação sabedora que comemoraria.

A que atuará em Itaquera como favorita à classificação.

A minha referência

São Paulo reclamou do gol de Jô. Queria a falta no início do lance, nada houve, e o impedimento que aconteceu do centroavante.

Supostamente teve outro, encerrado pelo auxiliar, quando Pratto sairia em frente ao Cassio e o resultado era de empate. Quero rever para opinar. Foi questão de centímetros e era difícil para quem impôs as regras no gramado.

Tais acertos e equívocos são irrelevantes diante dos desempenhos no clássico. O Estadual é preparação dos gigantes para a temporada.

Priorizo construções coletivas ao opinar no torneio.

Em suma, acho o desempenho, avaliando as possibilidades dos elencos, a dinâmica coletiva, mais relevantes que os resultados positivos.

Debater apito, nesse momento, é tornar secundário a pavimentação que pode gerar conquistas que satisfazem as torcidas.

Ficha do jogo

São Paulo – Renan Ribeiro; Araruna (Thomaz), Maicon, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Jucilei e Thiago Mendes; Wellington Nem (Cícero), Cueva e Luiz Araújo (Gilberto); Lucas Pratto
Técnico: Rogério Ceni

Corinthians – Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel, Jadson (Clayton), Rodriguinho (Camacho), Maycon e e Romero (Léo Jabá); Jô
Técnico: Fábio Carille

Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira – Auxiliares: Danilo Simon Manis e Miguel Ribeiro da Costa