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Eliminatória sul-americana é como Estadual para clube gigante; aplaudo Tite

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De Vitor Birner

O início promissor

O Brasil conquistou a classificação e encerrará na primeira colocação, apesar de a matemática explicar que ainda é impossível garantir a liderança ao cabo da disputa pelas vagas oferecidas à América do Sul.

Como habitualmente acontece no futebol, milhões de otimistas, além de alguns analistas, entoam que a seleção é a melhor do planeta. O ranking da Fifa confirma.

Nenhuma novidade: a Bélgica, que nunca teve tal patamar, foi colocada nesse burocrático e pouco relevante ranking da entidade que prioriza a frieza de números e a grana em detrimento da realidade nos gramados.

Os mais inteligentes elogiam as atuações sob as orientações de Tite e mantém os pés grudados no chão.

O técnico faz o que pode para nunca se iludir. Sabe que cumpriu uma etapa, haverá mais algumas, e os aplausos duram enquanto houver os resultados  positivos. Entende a dinâmica de torcedores e alguns analistas de futebol.

Os exemplos foram mostrados nas  edições anteriores. Na maioria, quem se classificou como líder foi incapaz de manter o padrão no mês que fez a tatuagem no corpo do esporte.

Antes e depois da classificação

A primeira edição das eliminatórias por pontos corridos com enfrentamento de todos foi a que precedeu a edição do torneio na França.

A Argentina encerrou na liderança – o Brasil foi ausência porque ganhara nos EUA – e parou nas quartas-de-final diante da Holanda.  Provavelmente teria saído nas nas oitavas-de-final, se a arbitragem fosse competente no confronto diante da Inglaterra da então revelação Michael Owen.

O Brasil, em 2002, conquistou o Mundial. Nas eliminatórias trocou de técnico três vezes  contando o Candinho e somou 30 pontos para ser terceiro colocado.

A Argentina de Bielsa teve desempenho de alto nível dentro da América do Sul.

Ganhou 13 jogos, empatou 4 e perdeu 1. Fez impressionantes 42 gols e tomos 15.  O sonho 'hermano' desmoronou rapidamente na edição de Japão e Coréia do Sul. A seleção caiu no grupo que tinha Inglaterra, Suécia e Nigéria, ganhou apenas dos africanos pelo menor placar possível, e as vagas foram para os europeus.

Naquela temporada, o Paraguai, após a quarta colocação ns eliminatórias, chegou ás oitavas-de- final.

O Brasil em crise foi para a Ásia,  Tinha atletas renomados e tecnicamente acima da média, alguns machucados e outros rendendo abaixo do que mostravam nas agremiações, teve sorte porque caiu no grupo fácil e a arbitragem favorável diante da Bélgica, se acertou nas quartas-de-final, e hoje é reverenciado.

Há similaridades com o que acontece  no time de Bauza, Messi e cia.

Em 2006, Brasil e Argentina foram líderes nas eliminatórias e pararam nas quartas-de-final do Mundial.  Na edição seguinte, o Uruguai disputou a repescagem para ir ao Mundial e a semi na África do Sul. Os classificados diretamente pararam antes no torneio.

A coerência do pré com o pós decidiu se pronunciar em português  'Hermanos' na liderança da eliminatória e como vice no neo-Maracanã.

Torneio com a marca da futebol

A Hungria era a melhor seleção em 54 e a Holanda em 74. A Alemanha ganhou as duas edições.

Em 62, apesar de o Brasil ter o time mais técnico, necessitou de equívoco no cumprimento das regras diante da Espanha. O mesmo houve na conquista dos ibéricos, quando eliminaram o Paraguai nas quartas-de-final do torneio no país de Madiba. .

Em 82, o futebol da Itália campeã surgiu nos quatro últimos jogos. Em 86, Brasil e França eram superiores à Argentina de Maradona, beneficiada por equívocos no cumprimento das regras.

O mesmo pode se afirmar na comparação dos time de Coutinho e o de Neeskens e Rep na conquista 'hermana' em 78.

A falta que Branco acertou com maestria diante da Holanda, a melhor seleção da edição norte-americana, no tetracampeonato foi duvidosa, para ser gentil.

Brasil de Telê Santana, a Hungria de Puskas e a Holanda do Cruijff são reverenciadas porque foram brilhantes, 'doutro planeta', mas questionadas pelos desempenhos nas eliminações.

Ninguém coloca asteriscos ao citar as conquistas de quem as impediu de serem ganhadoras.

Apenas rascunho da tatuagem nas eliminatórias

O mais importante é que o Brasil tem, hoje, competitividade e proposta de futebol, além de regularidade em nível elogiável.

Necessita testes diante de grandes seleções da Europa.

O campo fala o seguinte: ganha o Mundial quem está melhor nos gramados e na sorte durante aquele més, ou menos, se engrenar nas últimas duas semanas quando acontece o mata-mata da competição quadrienal.

A tatuagem no corpo do futebol será feita no país do preconceituoso e antidemocrata Putin e nem adianta querer antecipar.

Hoje, quem elogia o Tite, será crítico no caso de a seleção tropeçar no torneio. O treinador sabe, e tem que manter a concentração do elenco.

Há margem para o fortalecimento coletivo: é possível agregar o repertório maior na criação. aumentar a velocidade ao fechar as brechas pelos lados quando Marcelo e Daniel avançam e o oponente retoma a bola, e observar desempenho do goleiro e o do sistema de marcação nos cruzamentos.

Fabinho, do Mônaco, capaz de atuar como lateral e volante pode ganhar uma oportunidade, tal qual o veterano Fernando Prass. Paro aqui porque o treinador é competente e tem ampla noção de como toca a banda do futebol.