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Grêmio, fácil, confirma o penta; o coletivo sobrou contra a individualidade

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De Vitor Birner

Grêmio 1×1 Atlético

A chamada compactação das linhas, a movimentação para os jogadores conseguirem receber a bola, a profundidade do sistema de criação, a formação do elenco e principalmente a transição em velocidade foram preparadas pelo treinador que saiu em meio ao torneio.

O que comemorou no gramado completou a estruturação do time ganhador da Copa do Brasil com  a marcação individual e a consequente diminuição de gols tomados em lances por cima, alterações de atletas que se mostraram construtivas antes e durante os jogos, e por elevar o moral do elenco capaz de manter a concentração para cumprir a proposta coletiva.

Creditar apenas a Renato ou Roger os méritos da construção do time seria uma daquelas bobagens da cultura nacional do egoísmo, a qual exige o herói e o vilão, inclusive se houver muitos ou nenhum, tal qual acontece nesse Grêmio merecedor do que conseguiu.

O dia é de festa para a torcida e todos os que participaram da conquista.

Estratégia que prevaleceu

O Grêmio  manteve a proposta coletiva que o fez chegar à final. O Atlético alterou a do técnico que recebeu o bilhete azul.

Os favoritos após ganharem em Minas Gerais investiram no mesmo 4-4-2. Douglas e Luan atuaram em frente ao quarteto no meio de campo formado por Ramiro na direita, Éverton do outro lado, além de Maicon e Walace, os volantes, por dentro.

O time manteve o sistema de marcação no campo de trás e apenas em alguns raros momentos foi à frente para tentar retomar a bola. Sabia que o oponente necessitava gols e por isso teria a iniciativa, adiantaria as linhas e abriria lacunas entre os zagueiros e o goleiro, nas quais pretendia criar as oportunidades em contra-ataques e garantir a festa da torcida que lotou a Arena.

O Atlético fez a marcação no 4-4-2.

Essa foi a única 'igualdade' nas dinâmicas de jogo. Os mineiros fizeram questão de ter a bola no campo de frente.

O meio de campo com os volantes Leandro Donizette, Junior Urso e Rafael Carioca, além de Robinho e Luan na meia, deveria criar oportunidades e acionar o centroavante Lucas Pratto.

O veterano, mais estático e fixo na função, foi anulado, e o ídolo, como sempre muito participativo, em vão se mexeu em busca de lacunas no sistema de marcação.

O Atlético foi incapaz de entrar na área para finalizar. Teve que investir em cruzamentos e tentativas que nunca incomodaram Marcelo Grohe.

O lateral Marcos Rocha apoiou timidamente porque permaneceu atento ao Éverton.

Fábio Santos conseguiu ir mais à frente e foi uma das melhores alternativas para conseguir os cruzamentos, pois atuou do lado em que devia marcar o Ramiro, menos veloz que Éverton, se houvesse contra-ataque tão almejado pela agremiação que conquistou o torneio.

'Homenagem' ao grande e saudoso

Na primeira parte do jogo, houve uma oportunidade na qual alguém conseguiu finalizar em frente ao goleiro.

Douglas, de costas para onde queria, cercado pelos marcadores, encontrou a única solução ao tocar de calcanhar para Éverton ganhar na corrida do Erazo e finalizar em frente ao goleiro, mas a lenda atleticana embaixo das traves fechou o ângulo e evitou a comemoração.

No momento em que a corrupção, seja financeira, ética ou de cumprimento da legislação abertamente dita as normas da sociedade, o futebol permitiu o lance capaz de lembrar o Dr Magrão que se foi meia década atrás e se tornou gigante exatamente por fazer o possível para a construção do país mais honesto e solidário.

As tentativas infrutíferas

Maicossuel na vaga de Junior Urso, desde o início do 2°t, foi a tentativa inicial do treinador do Atlético para otimizar o sistema de criação. Assim teria alguém com características para produzir algo atuando mais avançado que o volante.

O sistema de marcação do Grêmio continuou prevalecendo com sobra.

O interino observou e iniciou o tudo ou nada; mandou o Cazares ao gramado e tirou o Leandro Donizette. A saída do volante de marcação para a entrada do meia foi inútil. O Grêmio manteve o oponente fora da área e teve que ganhar os lances por cima para manter o andamento muito favorável.

Lucas Cândido substituiu o Luan porque o ídolo deve ter atuado em condição física abaixo da que o permite ser um dos atletas mais intensos dentro do país.

Renato, após todas as alterações do oponente, fez as necessárias para gerenciar o resultado. Jaílson substituiu Ramiro e Bolaños fez igual com Douglas, merecidamente aplaudido pelos torcedores.

Gols que explicam muitos das agremiações

Em seguida, após o Atlético ir para cima no tudo ou nada anulado, os gremistas fizeram veloz transição à frente, o cruzamento por baixo e o gol do equatoriano para temperar mais a conquista.

Fred na vaga de Everton foi a última mexida enquanto os cerca de 55 mil aumentaram a comemoração do resultado.

Com a Arena em festa e aguardando o encerramento, Cazares, atrás da linha que divide o gramado, finalizou para encobrir Marcelo Grohe e fazer o golaço.

Lance do talento individual que a maioria reconhece no vice nocauteado pela força coletiva do merecedor penta no torneio.

Vale ressaltar após tantas críticas

O responsável pelo cumprimento das regras pode ter cometido algum equívoco, mas nada que marcará ou fará alguém questionar o resultado.

A grande obviedade

A conquista aconteceu no jogo de ida, quando houve o baile coletivo.

O vice conseguiu ser mais coonsistente no empate, mas nem assim, como time, mostrou a competência, a força coletiva, da agremiação ganhadora do torneio.

Ficha do jogo

Grêmio – Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemann, Marcelo Oliveira; Walace, Ramiro, Maicon, Everton; Douglas e Luan
Técnico: Renato Gaúcho

Atlético – Victor; Marcos Rocha, Gabriel, Erazo, Fábio Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete (Cazares) e Júnior Urso (Maicosuel); Luan e Robinho; Lucas Pratto
Técnico: Diogo Giacomini

Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira – Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse e Kleber Lucio Gil