Blog do Birner

Pífio: São Paulo somou 2 pontos em jogos que iniciou perdendo no torneio

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De Vitor Birner

Consequência dos gols

O São Paulo desmoronou após tomar o gol contra o Vitória. Nenhum esboço de reação foi mostrado diante do time com menos recursos técnicos.

Tem sido assim durante o torneio, e após a Libertadores o dilema ficou maior. Sempre que o time saiu atrás, ou perdeu, ou raras vezes conseguiu o empate.

Em 10 jogos tomou o primeiro gol. Consegui empatar contra Coritiba no Couto Pereira, Chapecoense no Morumbi, e em todas as outras oito vezes nenhum ponto somou.

A proposta conservadora de Bauza e a qualidade nas finalizações emperraram o time.

Nas últimas semanas do 'hermano' e com Ricardo Gomes, o pacote indigesto para os torcedores aumentou: a classificação no torneio, assim como a invasão ao CT da Barra Funda, diminuíram a confiança do elenco.

Obviamente, antes disso, os resultados da agremiação proporcionaram tudo que relatei.

Os tropeços foram consequências do declínio nos gramados. O sistema de marcação que ficou vulnerável nos cruzamentos, tem dificuldades na recomposição e cobertura pelos lados, em alguns jogos a qualidade nas finalizações foi abaixo da crítica, e será muito difícil solucionar tudo antes do encerramento do torneio.

Como a hipótese de ser campeão é nula e a de ir à Libertadores quase igual, alguns poucos acertos e pequena melhora serão suficientes para evitar a possibilidade do rebaixamento.

A saída e a chegada

Escutei colega que provavelmente foi engabelado por algum político interessado do clube, e relato o que houve na escolha do treinador.

Leco quis Ricardo Gomes. O ex-gerente executivo Gustavo Vieira de Oliveira preferia a contratação de treinador estrangeiro. Pretendia que o restante da temporada servisse como preparação à próxima, pois avaliou que não haveria queda e nem qualquer conquista.

A saída do questionado administrador aconteceu porque o presidente tomou algumas decisões contrárias ao que planejou, como a escolha do técnico e a chegada dos jogadores tais quais Buffarini, que avaliou não ser prioridade e Bauza queria enquanto negociava com a seleção do país, e a dos que foram contratados após o fechamento da janela internacional de transferências.

Isso e a política dentro da instituição fizeram o presidente mostrar o bilhete azul.

Gustavo Vieira de Oliveira, em alguns momentos, deixou de se comunicar com o Leco tal qual o mandatário queria, e isso contribuiu para a alteração no departamento de futebol.

Reitero o óbvio pela 'enésima' oportunidade

Carlos Miguel Aidar colocou o clube numa crise que tende a demorar para ser encerrada. Parte dos cartolas da agremiação preferiu colocar panos quentes ao invés de tentar saber o que houve em toda a gestão.

A política interna, desde a última eleição, lembra muito a do Palmeiras que, gradativamente, Paulo Nobre conseguiu apaziguar.

O perfil de ambas, a encerrada e a outra vigente, é similar. Apenas quem exclui isso do raciocínio estranha a campanha do time do Morumbi no torneio de pontos corridos.

É consequência de uma série de fatos que nenhum dos protestos sequer mencionou.

Treinador, atletas e dirigentes foram embora e nada, obviamente, foi profundamente melhorado. A política interna sempre teve momentos de aquecimento e brandura, mas na última eleição o nível despencou. Hoje as questões pessoais sobrepõem para alguns as necessidades da agremiação do Morumbi.

O próprio Juvenal Juvêncio, que fez muito pelo clube e perdeu a mão no terceiro mandato, teve como maior equívoco as insistentes iniciativas para suprimir a oposição.

Reforma estatutária que diminui a força de conselheiros e torna a instituição mais democrática, apesar de muitos sócios sequer torcerem pelo clube e preferirem cadavéricas churrasqueiras ao invés de elencos fortes, é fundamental para a instituição caminhar com horizonte mais amplo que os apegos àquilo que outrora funcionou e atualmente é obsoleto para a competência da gestão.

Se tais mazelas políticas continuarem, cedo ou tarde o São Paulo 'conseguirá' o rebaixamento, e será mais difícil mostrar regularmente dentro dos gramados a força que tem como gigante do futebol no planeta.