Blog do Birner

Fluminense tem razão, assim como o Corinthians e o Vasco; que todos se unam

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De Vitor Birner

Todos estão certos

Houve impedimento em todos os gols do Fluminense. Esses lances nem deveriam ser parte das reclamações do time. Os próprios atletas e principalmente o Levir Culpi deveriam confirmar isso, porque assim os outros protestos seriam técnicos em vez de servirem como lamento da eliminação.

O amarelo na falta de Marquinhos foi patético e o seguinte, na reclamação, questionável. O responsável pelo cumprimento das regras falhou ao excluir o atleta.

Tai equívoco e os acertos avalio como óbvios, enquanto os lances de pênaltis, ambos não marcados e favoráveis ao clube das Laranjeiras, são daqueles considerados interpretativos.

Eis a grande questão.

Se houvesse critério homogêneo, igual em todos os jogos, saberíamos o que deveria acontecer. Como a Fifa tornou muitas regras dúbias e a CBF nunca fez todo o possível para diminuir o direito de interpretação dos lances, tudo pode e os próprios árbitros alteram os critérios de rodada em rodada e de torneio em torneio

Quem diz que hove os pênaltis, por isso, tem razão, assim como os que consideraram legítimas as jogadas nas quais Cícero e Richarlyson reclamaram faltas dentro da área.

Essa margem grande interpretativa é muito ruim para o esporte. Ninguém, sejam atletas ou treinadores, sabe quais são os limites quando entra no gramado.

Em suma, os interessados no Parque São Jorge e nas Laranjeiras podem discutir, debater, reclamar, gritar, pois todos têm argumentos lógicos e fortes. .

Sei que compreender isso é difícil para muitos cidadãos absorvidos pela sociedade ultra-maniqueísta como a de nosso país, mas há questões nas quais ambos os lados são 'certos'. O Fluminense pode se considerar prejudicado, e o Alvinegro avaliar que houve competência e isenção no cumprimento das regras.

Antes de algum crédulo de mundo divido entre bons e maus me chamar de 'mureteiro', deixo a opinião.

No futebol real, o que prefiro e distorceram [cansei de reclamar e avisar  em montes de post no blog antigo, e ser xingado pelo clubistas quando a argumentação lhes era inconveniente] após a tecnologia mostrar com detalhes as jogadas, e a opinião pública gritar por faltas em qualquer contato físico brusco e ferir a essência deste esporte, nenhum pênalti seria marcado.

Como isso foi alterado e o rigor aumentou, o de Giovanni Augusto em Cícero colocaria na cal.

O atleta do Fluminense foi perspicaz e se posicionou na região ideal depois do cruzamento, o do Alvinegro ao notar o que o oponente tinha feito optou pelo contato forte ombro a ombro, permitido se houver disputa direta pela bola, que não aconteceu, e impediu com o neo-pênalti provavelmente a finalização.

Quem faz questão de manter

Os dirigentes de federações poderiam determinar critérios, fazerem simpósios na preparação dos escolhidos para os torneios, divulgarem cartilhas aos torcedores e jornalistas enumerando as determinações, e assim a margem de interpretação seria mais restrita.

Sabem disso. Se aumentam ou mantêm a subjetividade no gramado é porque preferem. Acham o atual padrão, para si, mais confortável.

O dessa e o da outra vez 

Em São Januário, Eurico, por mais contraditório que pareça, reclama do cumprimento das regras.

Tem tal direito, assim como Maluf, Collor e tantos outros políticos no padrão nacional podem ficar indignados pelas mazelas da sociedade.

Houve bola na mão, dentro da área, do jogador santista. No nebuloso e histérico padrão atual aconteceu o neo-pênalti que deveria ser marcado.

Lucas Lima fez a falta no início do contra-ataque do lance que gerou o empate do Santos e encerrou o ímpeto dos cruz-maltinos quando eram melhores e necessitavam do gol para igualar a disputa pela classificação.

Por favor: a oportunidade que o Ederson desperdiçou é problema do próprio Vasco. Não coloque tal jogada nesse debate, pois o tema aqui são as decisões de quem entra no gramado para cumprir regras. Apenas os equívocos e acertos, e o azar ou a sorte dos atletas deveriam gerar os resultados.

Os cariocas podem esbravejar  Se conseguiriam a classificação é impossível afirmar diante do andamento e do futebol mostrada pelas agremiações.

Talvez, não, talvez sim, e a única certeza é que o jogo foi apenas outro capítulo do futebol, onde muita gente acha engraçado e fica cega quando o equívoco lhe favorece, e reclama por ética e competência ao ser atrapalhado.

E tudo se explica pelos que repetem exaustivamente a bobagem que a quantidade dos equívocos durante os torneios é igual para todas as agremiações.

É o caminho do futebol 

Obviamente, nada disso será alterado.

Haverá mais polêmicas que, para alguns, são parte do esporte.

Digo para esses que a população mais pobre, baterias, bandeiras, sinalizadores e espontaneidade são da alma do jogo expurgada dos estádios pela ditadura das Arenas.

Das e não daquela do partido político que teve filiados assassinos de inocentes por meras questões ideológicas e direito de opinião.

O futebol continua apanhando de quem enxerga a atividade como mero produto gerador de grana e poder. Grande parte da população comemora faturamentos e se orgulha de rendas milionárias e excludentes para os menos favorecidos economicamente. Discordo, mas respeito, pois na democracia prevalece a preferência da maioria.

Sei que, mais para frente, irá reclamar do que apoia, tal qual fez noutras questões.

Entendo e nem cogito ser rude com quem é enrolado e faz inconscientemente o jogo dos burocratas. Os equívocos e os acertos individuais acontecem, são capítulos do aprendizado, exigem paciência e principalmente generosidade para serem debatidos, e a compreensão disso compõe a dinâmica da construção coletiva.