Santos mereceu; qualidade nas finalizações do Audax piorou contra o campeão
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De Vitor Birner
Santos 1×0 Audax
O Santos foi o melhor time do estadual. Mostrou futebol para ganhar a fase de grupos, desclassificar São Bento e Palmeiras. Contra o Audax as finais foram equilibradas.
O time pequeno foi o que mais impôs dificuldades ao campeão. Não teve qualidade nas finalizações igual a dos jogos em que eliminou São Paulo e Corinthians. Necessitava tal excelência na execução dos fundamentos para festejar a conquista do torneio.
O Alvinegro mereceu o troféu. Os acertos e equívocos de atletas e treinadores geraram o resultado. Apenas o próprio campeão poderia reclamar o impedimento inexistente no gol invalidado de Joel.
O êxito da agremiação foi inquestionável.
Todos quiseram ganhar
O Estadual é o torneio menos relevante que os clubes gigantes disputam. Seria hipocrisia afirmar que basta tal conquista para os torcedores encerrarem satisfeitos a temporada.
Em geral querem a Libertadores, ou o torneio nacional de pontos corridos, ou a Copa do Brasil, na devida ordem de preferência, pois são os que garantem a felicidade desses milhões,
Dorival, na fase de grupos, priorizou a preparação do time em vez de resultados. Fez a pré-temporada em jogos oficiais e a qualidade do elenco garantiu a elogiável pontuação de líder.
O trio de gigantes que disputou o Estadual precisou dividir esforços.
Corinthians, São Paulo e o Palmeiras priorizaram a Libertadores, atuaram mais e treinaram menos que o Alvinegro, mas é fundamental lembrar que não pouparam jogadores quando foram eliminados pelos finalistas. Queriam o troféu que Dorival e cia conseguiram.
Tite, por exemplo, poupou diante do Cobresal e colocou contra o Audax os que avalia no momento como principais jogadores.
Bauza, antes de ir à La Paz, onde o desgaste na parte física é enorme, não optou pelos suplentes como devia e assistiu à goleada da agremiação que conseguiu o inédito vice na primeira divisão.
O valor da conquista não é das maiores para o clube do tamanho do Santos, mas os concorrentes queriam ser campeões tal qual mostraram ao não desdenharem do mata-mata no torneio.
Não teria o mesmo empenho
É lógico, óbvio, garantido, que o planejamento do Santos seria outro, se participasse da Libertadores.
Isso alteraria a campanha no Estadual. Haveria maior desgaste físico, talvez lesões e queda do rendimento, pois diminuiria a quantidade de oportunidades para o treinador aprimorar o coletivo.
Isso não significa que a conquista seria doutro clube. Poderia, mesmo assim, ganhar o Estadual porque tem jogadores com qualidade.
Com futebol pior que no empate
Dorival, nas finais, alterou a proposta que implementou em todos os jogos do torneio. Foi estratégico na escolha.
Como tinha convicção que o time do Fernando Diniz tentaria manter a bola, em vez adiantar a marcação optou por oferecer o que o oponente pretendia e aproveitar as lacunas que o Audax abre para investir na investir na velocidade de Gabriel, Lucas Lima e mais alguns jogadores.
No empate, as melhores oportunidades foram do Santos, quase todas como o treinador planejou, e as traves e equívocos nas finalizações geraram o resultado.
Dorival manteve a proposta diante dos torcedores do Santos e desempenho foi pior.
O Audax encontrou lacunas no sistema de marcação santista porque os jogadores no meio de campo, em especial o Gabriel, não cumpriram o necessário, teve oportunidades e acertou a trave. Se finalizasse com qualidade igual a das quartas e semifinais faria mais gols.
O Santos mostrou dificuldade no posicionamento e para conseguir o contra-ataque. Se equivocou em toques de bola simples, tornou lenta a transição à frente.
Lucas Lima, machucado, saiu na metade do primeiro tempo, Paulinho o substituiu, reforçou a ideia de o time não ter a bola e quando a retomou partir em velocidade na direção do goleiro Sidão.
Qualidade de Ricardo Oliveira garantiu
No momento em que a agremiação pequena era melhor, finalmente o Alvinegro acertou o lance que planejou o treinador.
Ricardo Oliveira esbanjou habilidade após o lançamento feito por Vitor Bueno, aproveitou o equivoco do Audax ao permitir que o centroavante ficasse mano a mano contra Bruno Silva, atleta de linha mais recuado, para driblar, finalizar e comemorar.
O sistema de marcação melhorou após os atletas descansarem e escutarem as orientações do treinador. O time de Fernando Diniz continuou tocando a bola na meia, acertou a trave de novo em lance que Vanderlei não conseguiria intervir, mas teve maior dificuldade para finalizar.
As lacunas no sistema de marcação de quem necessitava igualar foram aumentando e o Santos no contra-ataque desperdiçou grandes oportunidades, a principal com Ronaldo Mendes em frente ao gol.
Resumo das finais
Santos foi pouco superior no empate. Audax fez o mesmo na Vila e perdeu.
Ambos os gols que o estreante em finais do torneio tomou foram por equívocos: o individual, de Tchê Tchê, no jogo anterior, e o coletivo no último. .
Não coloco na conta disso a perda do torneio. Tchê Tchê fez a única assistência do time em ambos os jogos. O problema foi a piora na qualidade nas finalizações, se comparada ao padrão quando eliminou os outros gigantes no mata-mata.
O Santos tem mais qualidade.
Garantiu, por isso, o resultado minimo e suficiente no jogo onde o vice teve pequena superioridade na parte coletiva. Se Ricardo Oliveira fosse jogador do elenco de Fernando Diniz, creio que seria campeão do torneio.
Ficha do jogo
Santos – Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia e Renato; Vitor Bueno (Ronaldo Mendes), Lucas Lima (Paulinho) e Gabriel; Ricardo Oliveira (Joel)
Técnico: Dorival Jr
Audax – Sidão; Francis (Rodolfo), Bruno Silva e Velicka; Tchê Tchê, Yuri Oliveira, Camacho e Juninho (Boituva); Mike, Ytalo e Bruno Paulo (Felipe Rodrigues)
Técnico: Fernando Diniz
Árbitro: Raphael Claus – Assistentes: Anderson Jose De Moraes Coelho e Alex Ang Ribeiro