Corinthians teve futebol insosso e de pouca personalidade
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Vitor Birner
Corinthians 2×2 Nacional
O Alvinegro mostrou raça, união e encarou com seriedade o jogo.
Isso não gerou o futebol necessário para superar o Nacional, adversário menos difícil, entre todos que as agremiação daqui enfrentaram nessa fase da Libertadores.
A equipe de Munúa, com elenco limitado e quase nenhuma variação tática, ganhou porque tem mais personalidade e força coletiva.
Falta isso para o Alvinegro.
O time não cresce nos jogos importantes. Tem disciplina tática, os atletas sabem quais funções devem cumprir, se esforçam para colocar tudo em prática, mas ainda não adquiriu a dinâmica necessária para lidar com momentos como o de ontem na Libertadores. .
Em formação, isso não é clichê ou balela, precisam treinar muito para Tite aprimorar a filosofia que implementa;
Ampliar o repertório, fortalecer o sistema de marcação, mexer na escalação onde Marquinhos Gabriel pode ganhar a posição e testar outras opções, pois a obra do técnico foi negociada em fatias na janela de transferências, são as etapas que devem ser cumpridas .
O treinador necessita reconstruir a equipe com atletas de qualidade inferior e com menor rodagem que as anteriores com as quais conquistou torneios no clube. Não há como fazer isso consistentemente em pouco mais de três meses.
Mesmo assim o time poderia, com maior capricho nas finalizações, ganhar e se classificar ontem.
Pouco futebol contra time limitado
Mas não alteraria a insossa atuação em Itaquera e a fraca no Uruguai, onde o Nacional tem a pífia marca de um gol marcado em quatro jogos na atual edição do torneio.
Agora é juntar os cacos, seguir a labuta e conseguir entrar forte no campeonato de pontos corridos, pois nas outras eliminações o desempenho melhorou muito quando Tite pode preparar o elenco.
Façanha, se observarmos o andamento
Ser eliminado pelo Nacional que tem elenco de poucas opções, no gramado escorregadio onde apenas o Corinthians se habituou [o gol de Lucca aconteceu por isso e Nestor Pitana caiu ao marcar a infração], com dois pênaltis favoráveis foi muito pior que os tropeços contra Tolima e Guarany.
Ambos os pênaltis aconteceram. O 'hermano mostrou competência ontem para impor as regras.
Do ponto de vista da agremiação de Munúa, ir à Itaquera, enfrentar o atual campeão do país, e se classificar deve ser considerado grande feito.
A campanha da agremiação que segue no torneio não é consistente porque o elenco oferece poucas possibilidades.
Lembro que ganhou apenas dois jogos, ambos diante do Alviverde, na Libertadores. É raçuda, experiente e cascuda, mas previsível, com repertório pequeno e lado direito lento do sistema de marcação.
Reitero para quem gosta de futebol
No blog há posts, inclusive com campos, mostrando como o Nacional atua desde a a fase de classificação. Fiz os textos antes e após jogar contra o Alviverde.
A agremiação é mais forte fora do Uruguai, onde mantém a invencibilidade. Prefere o contra-ataque porque no meio de campo tem atletas com mais virtudes na marcação.
Fez um gol em quatro jogos no Parque Central. Apenas o velocista Barcia, que atua na direita do quarteto no meio de campo, é o único do setor a forçar o treinador que enfrenta os 'Bolsos' a fazer recomendações específicas para quem é encarregado de anular o ala.
O tricampeão da Libertadores investe em lançamentos longos e cruzamentos porque não tem nada além disso a oferecer.
Os melhores e mais habilidosos são Fernández e Nico López, na dupla de frente, constantemente acionados pelos colegas. A opção do treinador para alterar o esquema tático e otimizar a criação é o meia Ignácio González, que não ficou no banco em ambos os jogos eliminatórios da Libertadores.
Tite sabia e o elenco do Alvinegro tinha exata noção de como seria a partida. Não houve nada, no gramado, que contrariasse o padrão coletivo mostrado pelos e 'Bolsos' no torneio.
Simples notar que foi incompetente
O Corinthians não tornou o jogo desconfortável para o oponente. Em ambos foram raros os minutos em que fez isso com o tricampeão da Libertadores.
É fundamental, no futebol, se impor.
Quando consegue o oponente tende a aumentar a quantidade dos equívocos, fica irritado, pensa menos, e quase sempre isso interfere no resultado.
Reflexo nas arquibancadas
A torcida, ontem, não foi o tal 12° jogador. As organizadas apoiaram muito.
Noutros setores, algumas pessoas fizeram isso, mas em geral o barulho nas arquibancadas dependeu do que houve no gramado.
Foi, por isso, pequeno no 2°t. Se levarmos em conta o padrão histórico da agremiação conhecida pela popularidade e seguidores que gritam muito durante os jogos, inclusive nas fases ruins e tropeços, é possível afirmar que a falta de competitividade não se restringiu ao gramado.
Isso tem incomodado muitos corintianos mais antigos e acostumados com outro padrão.
Recebo de alguns com quem tenho amizade tal reclamação. Hoje, a quantidade, talvez por conta da eliminação, aumentou. .