Central e Nacional empatam; atuação de ambos foi melhor que a do Palmeiras
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De Vitor Birner
Rosario Central 1×1 Nacional
O palestrino que acompanhou o jogo do mítico Gigante de Arroyito, sabe que seu time precisa crescer, ou conseguir atuar acima da própria média como na conquista da Copa do Brasil, para se classificar à fase seguinte da Libertadores.
O Rosario Central, com sete desfalques, alguns deles muito importantes, na escalação inicial, perdeu muita força de criação e qualidade na frente.
Marco Rubén, centroavante, ídolo, artilheiro e competente, o volante Gustavo Colman, além de José Luis Fernández, que atua no meio de campo, pela esquerda, e o lateral-direito Víctor Salazar, todos machucados, sequer foram relacionados.
Larrondo, atacante, uma das referências do time, o primeiro volante Musto, e o habilidoso Lo Celso começaram no banco por causa do desgaste físico.
Suposta superioridade
A agremiação do treinador Coudet teve cerca de 70% de posse de bola antes do intervalo, mas pouco finalizou em gol.
Com Herrera [aquele mesmo] e Delgado na frente, toda articulação ficou nos pés do meia Cervi, que atuará no Porto na próxima da temporada européia, o que facilitou a missão do sistema de marcação do Nacional.
Marcação adiantada alterou o panorama
A equipe do técnico Munúa parece ser mais competitiva que nas recentes edições do torneio.
Não tentou fazer a transição à frente trocando passes.
Preferiu o lançamento longo, pelo alto, e ficou recuado durante o 1° tempo, aguardando o contra-ataque e insistindo nos cruzamentos, tal qual é hábito das equipes do país.
Na etapa complementar adiantou a marcação e tomou conta do jogo.
Acertou uma vez a trave, perdeu outra grande oportunidade, e comemorou o gol do centroavante Nico López aos 10 minutos, por causa da falha do experiente Ferrari, que não fez a linha de impedimento.
Os rosarinos, principalmente o zagueiro Donatti, erraram muito na saída de bola. O Central é uma equipe que faz a transição da defesa para a meia trocando passes.
Futebol ofensivo e muito intenso
O Nacional recuou assim que conseguiu o gol.
Coudet, que havia colocado Lo Celso no lugar de Montoya, mandou Larrondo entrar e tirou Jonás Aguirre, que atuou na esquerda, como volante que apoia e ala, no meio de campo.
O 4-3-1-2 com flutuação para o 4-1-4-1 e o 4-3-3 foi transformado no 4-1- 3-2, com Larrondo se mexendo pelos lados do ataque e Herrera na função de centroavante. Delgado, na direita, Lo Celso no canto oposto, e Cervi, entre eles, formaram o trio de criação.
Os laterais participaram da parte ofensiva. A dupla de zaga Donatti e Pinola, e o volante Gastón Gil Romero se mantiveram atentos aos contra-ataques do Nacional.
O time ficou exposto, mas fez muita pressão.
Como se não conhecesse a regra
Wilmar Roldán, um dos preferidos dos antigos gestores da Conmebol com problemas no FBI, não marcou o pênalti que poderia ter gerado o empate e esquentado ainda mais a impressionante hinchada 'canalla'.
Naquele momento, se fizesse gol, a possibilidade de conseguir outro, por causa do clima do jogo e reações dos atletas, seria considerável.
O pequeno milagre
O Rosario Central desperdiçou muitas oportunidades e não teve sorte, como na mágica intervenção de Cristian Tabó, que substituiu Leandro Barcia, com o joelho e em cima da linha.
Mais alterações
Munúa trocou o atacante Sebastián Fernández pelo veloz meia Matías Cabrera para tentar o gol que garantiria grande resultado.
O Rosário Central abafava, mantinha muitos atletas adiantados, e havia as brechas ideais para o suplente brilhar.
Coudet, em busca da igualdade, optou pelo meia atacante Pablo Becker na vaga de Gastón Gil Romero, o volante de marcação.
Não houve
Nos acréscimos, Wilmar Roldán 'compensou' ao determinar o pênalti inexistente do Victorino em Larrondo. Ele mesmo cobrou e empatou.
O zagueiro foi expulso e Munúa optou por Felipe Carballo no lugar de Nico López para recompor o sistema de marcação.
Duas vagas para três agremiações
O River Plate é a zebra. Tende a ser derrotado pelo gigante de seu país, que o conhece, é superior na técnica e tem o manto sagrado com peso.
Tanto na parte individual quanto na coletiva o Central tem muito mais virtudes que a pequena agremiação do grupo.
O Palmeiras não pode insistir em lançamentos longos nascidos na defesa e cruzamentos contra o Central, pois a marcação nas jogadas aéreas é o ponto forte de Donatti e Pinola, os 'canallas' podem trocar passes e irritar a torcida palestrina.
A velocidade dos atacantes palmeirenses contra os defensores e a marcação adiantada são, em tese, os principais investimentos futebolísticos para conseguir, quinta-feira, ganhar .
Ponto de vista da torcida
A tendência é que o Alviverde e todos times com elencos superiores ao desempenho que mostram dentro do gramado consigam evoluir.
A questão é saber quando e quanto.
Não posso exigir de Marcelo Oliveira e de qualquer treinador que consigam implementar, em menos de um bimestre, grande entrosamento e amplo repertório de lances ensaiados.
O torcedor mostra preocupação porque as dificuldades coletivas têm sido iguais as da temporada anterior.
Eles têm toda razão quando observam.
O papel do jornalista é perceber se há evolução, como, por qual motivo, e 'exigir' força coletiva em alguns meses.
Ficha do jogo
Rosario Central – Sebastián Sosa; Paulo Ferrari, Alejandro Donatti, Javier Pinola e Pablo Álvarez; Walter Montoya (Lo Celso), Gastón Gil Romero (Pablo Becker), Jonás Aguirre (Larrondo); Franco Cervi; César Delgado e Germán Herrera
Técnico: Eduardo Coudet
Nacional – Esteban Conde; Jorge Fucile, Mauricio Victorino, Diego Polenta eAlfonso Espino; Leandro Barcia (Cristian Tabó), Santiago Romero, Gonzalo Porras e Kevin Ramírez; Sebastián Fernández (Matías Cabrera) e Nicolás López (Felipe Carballo)
Técnico: Gustavo Munúa
Árbitro; Wilmar Roldán – Assistentes: Eduardo Díaz e Cristian de la Cruz