Qual Robinho: o ídolo santista ou o reserva na China?
birner
De Vitor Birner
Robinho, em forma e disposto a competir, tem muito a contribuir para o Atlético de Diego Aguirre.
A questão é saber se ele pretende fazer isso como o time precisa, o treinador quer, a torcida espera e a direção aposta ao investir nele, ou se jogará com menos empenho que o necessário, de maneira confortável para si mesmo.
A reserva em partidas do Guangzhou Evergrande deve ter sido fruto do desdém com quem lhe pagou altos salários.
A agremiação, ciente disso, fez contrato de produtividade. Tinha que se resguardar como possível, pois o vínculo assinou até o final da próxima temporada e colocou cláusula de renovação por mais uma.
Ele tem 32 anos, nenhum histórico de grandes problemas físicos e depende da dedicação aos treinamentos para mostrar futebol de qualidade elogiável.
A penúltima
Não avaliarei os meses do atleta na China, pois não assisti aos jogos e a reserva no Mundial deixou impressão ruim.
Times daqui não contratam quem sequer consegue ganhar a posição no esporte em desenvolvimento do país mais populoso no planeta.
Antes, no Santos, onde ficou até meados do ano anterior, teve desempenho convincente.
A equipe piorou após ele sair, mas se reorganizou, cresceu, evoluiu e chegou a apresentar futebol superior, com Geuvânio [ou Marquinhos Gabriel] pelos lados do trio de criação do 4-2-3-1, Lucas Lima entre eles e Ricardo Oliveira adiantado, ao do período com o veterano e que rendeu a conquista do estadual.
Ganhou força coletiva principalmente na marcação, pois Robinho, quase sempre pelos lados e mais aberto no esquerdo, recebia a regalia de acompanhar o apoio do lateral oponente até a linha que divide o gramado.
Como o centroavante não tinha força física para recuar tanto constantemente e é mais construtivo se permanecer adiantado, havia 8 jogadores participando sempre do sistema defensivo, o que pode ser pouco dependendo das necessidades do time em alguns jogos.
Reverenciado na Vila
Ícone futebolístico, em especial nas categorias de base .
Robinho tem tal status, principalmente entre os atletas que pretendem subir ao time principal alvinegro.
Neymar, por exemplo, antes de ganhar brilho próprio queria 'ser Robinho' e realmente é fã do meia, outrora atacante, apesar de ter mais habilidade e futebol que o ídolo.
Essa admiração quase consensual na baixada criou ambiente favorável e fez os outros jogadores correrem pelo autor das históricas pedaladas contra o corintiano Rogério.
Me pergunto se o mesmo acontecerá na sua nova agremiação, onde não ganhou torneios e sequer tem raízes, receberá salários altos, chegou na condição de estrela, e precisará retribuir tudo com generosidade.
Não sei a resposta. Qualquer afirmação convicta, agora, seria chute.
Ninguém, com exceção ao próprio jogador, pode afirmar como ele se dedicará trajando o manto sagrado da agremiação que Vantuir, Reinaldo, Toninho Cerezo e tantos outros honraram e respeitaram.
Tenho certeza que a expectativa da nação atleticana é enorme. O impacto disso se refletirá em cobranças ou elogios proporcionais ao desempenho do jogador.