São Paulo deveria aumentar o poder e o salário de Juan Carlos Osorio
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De Vitor Birner
A direção do São Paulo continua no seu mundo de incompetência, onde os melhores funcionários são criticados ou demitidos, e nesse último caso substituídos por quem exerce o dever em nível mais baixo.
Gustavo Vieira de Oliveira, idealizador das contratações de Juan Carlos Osorio, Michel Bastos, Thiago Mendes e troca de Alexandre Pato por Jadson, quando o meia não queria mais ficar no Morumbi após desavenças com importantes personagens no CT da Barra Funda, recebeu o bilhete azul e Jose Eduardo Chimello, que pouco faz e não brecou, por exemplo, a contratação polêmica de Iago Maidana, o substituiu.
Nos bastidores da CBF, dizem que a tendência é que o clube será impedido de contratar durante uma 'janela' por causa do erro. Como a influência política, aqui, pesa mais que a legislação em alguns momentos, talvez, nos bastidores, seja possível reverter o cenário.
Era mais fácil não ter conduzido a negociação de maneira supostamente irregular.
Antes, com o advogado Carlos Ambiel, o São Paulo conseguiu, na Justiça, a proeza de superar obstáculos políticos no entrevero com Oscar e colocar R$ 19 milhões no caixa. Hoje, quem cuida de transferência sob o ponto de vista legal, comete falha simples de trazer em condição supostamente irregular.
O tal do conselheiro
Ataíde Gil Guerrero falou com a Radio Jovem Pan e cobrou Juan Carlos Osorio garanta a permanência. Reclamou que tem sido cobrado pela direção, além de fazer explanações técnicas sobre os atletas negociados e determinar quais eram titulares, mesmo após o treinador fazer rodízio e valorizar o elenco do clube.
O homem forte do futebol poderia revelar quem mandou a tal da mensagem por whatsapp, aquela que gerou sua entrevista coletiva após a reunião na qual o treinador quase foi embora.
Talvez um dia confirme que a mensagem de whatsapp após a derrota para o Flamengo, mandando o técnico parar de inventar (sobre escalações e tática), foi enviada por alguém com enorme poder no clube.
Dentro do CT da Barra Funda e do Morumbi, inclusive na diretoria, citam um nome.
Como não consigo confirmar, ele continuará apenas entre as paredes da instituição.
Muito pouco para tanto
É preciso ter o número do treinador, que não é figura carimbada no São Paulo e por isso pouco conhece os integrantes do conselho, para contactá-lo.
Se fosse um conselheiro que não possui alto cargo na gestão o autor daquilo que irritou o técnico e o fez pensar, de novo, na possibilidade de ir embora, provavelmente alguma medida teria sido tomada.
Logo após o whatsapp, Ataíde Gil Guerrero deu entrevistas sobre o tema, declarou apoio ao funcionário e, ao ser questionado a respeito de quem foi, disse que o treinador não quis contar, mas confirmou que era conselheiro.
Juan Carlos Osorio, além de não ter a menor preocupação com um conselheiro estranho e de pouco prestígio, nem sabe direito quem são os 240 integrantes do órgão que tem por obrigação fiscalizar a gestão.
O vice de futebol 'fala grosso', mas, dessa vez, decidiu guardar para si quem enviou a bobagem futebolística pela ferramenta internética.
Treinador escolhido por Ataíde e Gustavo
O cartola queria a chegada do colombiano e ela foi aceita apenas porque topou demitir Gustavo Vieira de Oliveira.
O próprio Ataíde Gil Guerrero, naquela entrevista para prestar apoio ao treinador, afirmou:
''Após a derrota para o Flamengo, ele recebeu uma mensagem por whatsapp de um conselheiro que o deixou bastante chateado. Mas tudo foi resolvido. Estamos satisfeitos com ele. O Osorio, desde quando buscávamos o técnico estrangeiro, era uma das opções. Fazer a imprensa e os meus pares aceitar não foi fácil'',
Para marcar território em frente da mídia, até o chefe decidiu decidiu peitar.
''Quem manda no futebol sou eu. O presidente tem todo o direito de me substituir. Enquanto eu estiver aqui, eu mando e não aceito ingerência de diretor ou qualquer conselheiro''
Blablablá ruim para o São Paulo
Ataíde Gil Guerrero cobra caráter de Juan Carlos Osório.
Depois do desmanche assim que o treinador chegou, que foi uma quebra de confiança por não ter sido comentado durante as tratativas para trazê-lo, da tal mensagem e doutros episódios internos, é lógico que o colombiano deve pensar na própria carreira.
Se coloque no lugar dele.
Desconfiar que as promessas feitas por seus patrões sejam cumpridas é sinal de mínima inteligência.
Não sou juiz do mundo e tampouco me encarrego da prepotente autoridade de julgar o caráter alheio, pois defeitos todos têm e e nem conheço os personagens citados, mas, profissionalmente, se há alguém em dívida, e muito, é a direção com o treinador.
Oportunidade de se redimir e privilegiar o time
Em vez de cobrar algo de Juan Carlos Osorio, além das questões táticas, técnicas e de administração do elenco nas quais ele tem dado uma goleada de competência se comparadas com o que os cartolas realizam no Morumbi, melhor seria fazer algo para reconstruir a confiança quebrada pela cartolagem.
Não adianta apenas prometer algo quando o técnico pode ter a oportunidade de realizar o sonho pessoal de dirigir seleção capaz de chegar ao Mundial.
No lugar de Ataíde Gil Guerrero, ofereceria, ainda hoje, aumento salarial ao Juan Carlos Osorio, a prorrogação do contrato por, no mínimo, mais 3 anos, e enorme aumento de poderes sobre todo futebol da instituição.
Além de exercer a função atual, o colombiano teria maior ingerência sobre as categorias de base, com direito de escolher métodos de treinamentos e técnicos para Cotia.
Os atletas subiriam ao profissional com menor dificuldade na execução de fundamentos básicos do esporte, em especial o passe, jogariam com facilidade em mais de uma posição, e teriam maior leitura das necessidades do time em campo.
O clube estabeleceria uma filosofia de futebol ofensivo, que prioriza o toque de bola, a marcação adiantada, e a imposição pela qualidade individual em prol do coletivo.
Teria cara e personalidade próprias, determinaria seu estilo, construiria pilares para formação de uma identidade futebolística que a maioria da torcida gosta.
Tom e semblante
Postei, no início de julho, sobre a frustração do treinador.
O desmanche não anunciado e os atrasos salariais de jogadores dificultavam muito a imposição do que pretendia e lhe arrancaram o sonho de ser campeão brasileiro.
Outros episódios posteriores tornaram maior a insatisfação.
É só olhar uma entrevista dele pela televisão no primeiro mês de clube, e compará-la com as últimas para notar que a decepção se transformou em raiva.
O impacto entre aceitar a oferta por crer que o São Paulo é o clube mais organizado do continente (já foi e se fizer tudo direito pode ficar entre os melhores geridos) e o que passou desde quando pisou lá, o fizeram desabafar sobre os problemas internos.
Silêncio e apoio
Muitos atletas do elenco, em especial os mais experientes, têm o mesmo sentimento em relação aos gestores, pois houve atrasos salarias após promessas de pagamento, meses atrás, e conhecem o noticiário com as trapalhadas da administração de Carlos Miguel Aidar.
Se alguém tem alguma dúvida a respeito de qual lado os atletas preferem, basta olhar como o desempenho da maioria melhorou sob as orientações do colombiano, e os que pioraram um pouco mostram raça e comprometimento para oferecerem o melhor que podem ao São Paulo.