Blog do Birner

Palmeiras sofreu, São Paulo oscilou e Fluminense foi gigante

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De Vitor Birner

No Maracanã

O São Paulo, maior favorito da noite na Copa do Brasil, jogou mal antes do intervalo. Os erros de passe e de marcação na saída de jogo foram as maiores dificuldades.

Jorginho, ciente que o placar no Morumbi não serviria para manter o time de Juan Carlos Osorio atrás, investiu no contra-ataque ao escalar os rápidos Emanuel Biancucchi, Herrera e Riascos.

O colombiano, em jogada que fazia parte dos planos do treinador, foi acionado na lacuna deixada por Lyanco, aproveitou a confusão no sistema de marcação para chutar em frente ao Rogério Ceni, o goleiro deu rebote e o cruz-maltino comemorou.

Depois do intervalo, com Bruno e Ganso nos lugares de Lyanco e Wilder, o São Paulo melhorou muito a qualidade de passe no meio de campo, entrou na área vascaína tabelando, empatou com Centurion após a assistência de Pato, e eliminou a possibilidade de a zebra se impor.

Se tomasse o 2×0, talvez a parte psicológica ficasse muito favorável à agremiação de Jorginho.

A ficha do jogo:

Vasco – Jordi; Jean Patrick, Jomar, Anderson Salles e Christiano; Guiñazu, Serginho e Lucas; Emanuel Biancucchi (Romarinho); Herrera (Rafael Silva) e Riascos (Renato Kayser)
Técnico: Jorginho

São Paulo – Rogério Ceni; Lyanco (Bruno), Rodrigo Caio, Lucão e Reinaldo; Thiago Mendes, Wesley, Carlinhos (Hudson);    Wilder (Ganso), Centurión e Alexandre Pato
Técnico: Juan Carlos Osorio

Árbitro: Marielson Alves Silva (BA) – Assistentes: Elicarlos Franco de Oliveira e Marcos Welb Rocha de Amorim

Na Allianz Arena 

O Alviverde confirmou a classificação com muita dificuldade.

Os treinadores sabiam quais seriam as propostas coletivas que teriam de enfrentar, pois ambos os times são dependentes de contra-ataques, jogadas pelos lados e cruzamentos.

Mesmo assim, não conseguiram neutralizar, tal qual pretendiam, essas virtudes.

O Palmeiras fez 1×0 como zagueiro Vitor Hugo, de cabeça, após cobrança de escanteio, e ampliou no pênalti, mal marcado por Wilton Pereira Sampaio, chutado com precisão por Zé Roberto.

O Internacional tinha levado azar, antes do segundo gol, quando Nilton, depois do escanteio, cabeceou na trave.

A impressão de quase todos foi que o resultado tornaria o jogo cômodo para os palmeirenses.

Mas houve algo atípico.

Anderson, normalmente pouco competitivo , tomou a bola no meio de campo (os palmeirense reclamam que cometeu a infração porque levantou muito o pé), tentou dar o passe, ela sobrou para ele finalizar e fazer seu primeiro gol desde quando chegou ao Beira-Rio.

O ambiente, em campo, foi alterado por isso.

O internacional, melhor após o intervalo, ganhou mais moral, e o Palmeiras, mal na troca de passes, ficou apreensivo.

Alex bateu a falta na área, Dourado, impedido por centímetros, em lance muito difícil para o auxiliar, desviou e Lizandro Lópes, na pequena área, aos 28, igualou.

No minuto seguinte, Andrei Girotto, que havia entrado no lugar de Amaral apenas porque o titular tomou o amarelo,  de cabeça, novamente em cruzamento, fez o gol que garantiu a classificação no jogo cheio de erros dos times, da arbitragem e lotado de emoções.

Eis as escalações:

Palmeiras – Fernando Prass; Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Zé Roberto; Amaral (Andrei Girotto) e Arouca; Dudu, Robinho (Rafael Marques) e Gabriel Jesus (Allione); Barrios
Técnico: Marcelo Oliveira

Internacional – Alisson; William, Paulão, Réver e Ernando (Rafael Moura); Rodrigo Dourado (Taiberson) e Nilton; Valdívia, Anderson (Alisson Farias) e Alex; Lisandro López
Técnico: Argel Fucks

Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO) – Assistentes: Fabricio Vilarinho da Silva (Fifa-GO) e Cristhian Passos Sorence (GO)

Normal a classificação do Fluminense

Tal qual citei antes do jogo de ida, o favoritismo do Grêmio era pequeno.

O empate por 0x0 o tornou ainda menor.

Depois da rescisão de Ronaldinho, o Fluminense foi muito obediente na parte tática.

O maior mérito foi a melhora do sistema de marcação.

O Grêmio ficou dependendo de chutes de média distância e dos cruzamentos.

Além disso, o volume de jogo ofensivo do time de Eduardo Baptista cresceu.

O gol de Fred, no cabeceio preciso, típico de quem é um dos maiores especialistas nas finalizações em clubes nacionais, após o cruzamento de Marcos Junior transformou a agremiação das Laranjeiras, aos 39 minutos, na maior candidata para chegar à semifinal.

O lance começou numa retomada de bola do Fluminense, no meio de campo, o que mostra como o sistema defensivo foi relevante para a classificação.

Após o intervalo, os gremistas, mais na raça que na técnica ou com organização tática capaz de desmontar o sistema defensivo, cresceram, mas continuaram com as mesmas dificuldades na criação de grandes oportunidades.

Igualaram aos 29, após um dos vários lançamentos, por cima, na área, que sobrou para Bobô acertar a bela finalização.

Depois Fernandinho, noutro cruzamento, de cabeça, teve a única oportunidade de conseguir a virada.

Não consigo acompanhar tantos jogos, juntos, com a atenção que aprecio.

A minha impressão foi que os cariocas fizeram a melhor apresentação entre todas as agremiações na quarta-feira de Copa do Brasil.

Eis as formações:

Grêmio – Marcelo Grohe; Galhardo, Rafael Thyere, Erazo e Marcelo Oliveira; Walace (Bobô), Edinho, Giuliano e Douglas (Fernandinho); Luan e Pedro Rocha (Maxi Rodríguez)
Técnico: Roger Machado

Fluminense – Diego Cavalieri; Jean (Higor Leite), Gum, Marlon e Léo; Pierre e Cícero; Marcos Júnior (Osvaldo), Gérson (Douglas) e Gustavo Scarpa; Fred
Técnico: Eduardo Baptista

Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG) – Assistentes: Guilherme Dias Camilo (Fifa-MG) e Márcio Eustáquio Santiago