São Paulo conseguiu o resultado que precisava contra o esforçado Vasco
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De Vitor Birner
São Paulo 3×0 Vasco
O time de Juan Carlos Osorio deu enorme passo para chegar à semifinal.
Alexandre Pato de novo foi fundamental para o resultado positivo.
Além dele, Michel Bastos, Thiago Mendes e Breno aturam de maneira elogiável.
O Vasco saiu de trás apenas depois de tomar o gol.
Jorginho foi tentando, com alterações táticas e de atletas, otimizar o sistema ofensivo, principalmente após o intervalo.
Não tem no elenco atletas tecnicamente capazes de melhorarem muito aquilo o desempenho coletivo.
Isso, mais a margem de gols na derrota e o fato de a prioridade ser a fuga do rebaixamento, tornam muito complicada a missão vascaína. ,
A agremiação do Morumbi terá o contra-ataque e o colombiano com jogadores rápidos para tais lances.
Terá que tomar 5 gols caso consiga a obviedade de fazer o seu ao menos mais uma vez.
Será um feito vascaíno, e uma afinada ainda maior são-paulina se o favoritismo não for confirmado.
Propostas
Juan Carlos Osorio posicionou o 4-2-3-1. Queria o apoio de ambos os laterais, por isso optou por Carlinhos ao invés de Mateus Reis.
Michel Bastos e Alexandre Pato, pelos lados, e Ganso, entre eles, formaram o trio de criação. O planejamento respeitou as características dos atletas na parte ofensiva.
Michel Bastos e Alexandre Pato carregam a bola na diagonal e abrem o corredor para os laterais. Ganso, o meia, tinha que tabelar com eles ou entrar na área para finalizar porque a dupla de zaga vascaína ficou atenta ao Luis Fabiano.
Como quase sempre, pediu marcação na saída de bola.
Jorginho adotou esquema tático igual, mas com características muito distintas.
O sistema de criação do Vasco teve Andrezinho e Bruno Gallo pelos lados, e Nenê, entre eles, no trio, mas a ideia não era trocar passes na meia.
Os jogadores tinham que ficar da linha do meio de campo para trás, congestionar o campo de defesa e fazer o lançamento longo para Herrera, o centroavante,e, em tese, ao Nenê.
Sabia que o São Paulo teria a iniciativa, marcaria, se possível, com os 10 atletas adiantados, abriria lacunas entre seus zagueiros e Rogério Ceni, e elas ofereciam a possibilidade de o cruz-maltino contra-atacar.
Andamento
O 4-2-3-1 do Vasco, na prática, foi o 4-5-1.
Andrezinho e Bruno Gallo ficaram em frente aos laterais. Nenê 'quase' se transformou em volante.
O time de Juan Carlos Osorio teve dificuldade para superar o bloqueio.
Bruno e Carlinhos, no apoio, foram menos contundentes e eficazes que o treinador queria.
Os jogadores do trio de criação não inverteram as funções.
De qualquer maneira, a equipe do Morumbi mandou no jogo e precisou, como era previsto, ficar atentas aos raros lançamentos longos para Herrera, .
Pato alterou tudo
Aos 25, Alexandre Pato, pela primeira vez, se mexeu para receber a bola no centro.
Os vascaínos aparentemente não entenderam e ele, de longe, acertou o chute forte.
O gol transformou o jogo.
O time de Jorginho optou por sair de trás.
Poderia ter sido mais
O São Paulo passou a ter brechas para o contra-ataque.
Michel Bastos, apesar da atuação convincente, perdeu a oportunidade de ampliar.
O pior, na frente, foi Luis Fabiano, constantemente impedido e afobado na hora de chutar.
No rebote de uma das finalizações dele, Alexandre Pato, 10 minutos após fazer o gol, comemorou de novo.
Mexeram
Reinaldo no lugar de Carlinhos para reforçar a marcação na lateral e permitir que Alexandre Pato não precisasse recuar tanto, pois era óbvio que o Vasco iria para cima e as lacunas para o contra-ataque são-paulino ficariam maiores.
Julio dos Santos na vaga de Rafael Vaz, pois era fundamental otimizar a capacidade de criação para os vascaínos fazerem o gol.
Os treinadores mexeram nos times e a partida, após o intervalo, foi outra.
Principalmente porque Jorginho adiantou todo sistema defensivo para tentar retomar a bola na frente.
A mexida tática dele, ao posicionar o 4-1-4-1 ofensivo em vez do 4-2-3-1 defensivo, aumentou o pobre repertório criativo e abriu enormes brechas para lidar com os contra-ataques.
Pouco depois, Wesley entrou no lugar de Bruno, que não deu conta dos desarmes na lateral, Thiago Mendes – um dos melhores em campo – foi deslocado para ao lado direito da defesa e o reserva fez a função que cabia ao volante titular.
Jorginho, em seguida, mandou Thalles ao gramado e tirou Bruno Gallo.
Alguém faria o gol
A posse de bola ofensiva do Vasco cresceu.
Mas Serginho, Rodrigo e Luan encararam Alexandre Pato, Luis Fabiano e mais alguém (dependendo do lance), em diversos momentos.
O jogo ficou aberto e propício para uma das agremiações conseguir o gol.
Luis Fabiano, após driblar Serginho e ficar em frente ao goleiro uruguaio, tocou no canto direito, mas não na direção certa.
O time de Jorginho insistiu nos cruzamentos por baixo e por cima.
Chutou sempre que houve a menor lacuna para tal.
Fez o possível para cavar o pênalti em qualquer contato na área.
Faltou qualidade na execução dos lances.
Riascos no lugar do Herrera foi a última tentativa do técnico.
Alexandre Pato pediu para sair e Wilder entrou na direita, por isso Michel Bastos foi para o outro lado.
O colombiano, aos 30, driblou o marcador e cruzou para Luis Fabiano, de 'peixinho', fazer o dele.
Impacto quase nulo
O centroavante, no choque normal logo depois, saiu do gramado machucado, e obrigou seu time a atuar com um a menos, pois Juan Carlos Osorio não podia mais mexer.
Nem assim o Vasco melhorou no jogo.
Julio dos Santos, de cabeça, perdeu a principal oportunidade de conseguir o importante gol, que diminuiria a complicada missão de chegar à semifinal do torneio.
Ficha do jogo
São Paulo – Rogério Ceni; Bruno (Wesley), Rodrigo Caio, Lucão e Carlinhos (Reinaldo); Breno e Thiago Mendes; Michel Bastos, Ganso e Alexandre Pato (Wilder); Luis Fabiano
Técnico: Juan Carlos Osorio
Vasco – Martín Silva; Mádson, Rodrigo, Luan e Júlio César; Serginho e Rafael Vaz (Julio dos Santos) ; Andrezinho, Nenê e Bruno Gallo (Thalles); Herrera (Riascos)
Técnico Jorginho
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio – Assistentes: Bruno Pires e Cristhian Passos Sorence