Blog do Birner

São Paulo melhora coletivamente e ‘lamenta’ o empate em Nuñez
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De Vitor Birner

River Plate 1×1 São Paulo

Mais comprometimento com o coletivo e dedicação individual de todos os jogadores.

O time de Edgardo Bauza ficou longe de ser brilhante, mas quase ganhou do River em Buenos Aires.

Teve as melhores oportunidades e não conseguiu o resultado favorável porque Denis cometeu equívoco em lance simples, e Julio Bascuñan, além de impor critérios distintos na marcação de faltas e mostra de cartões, não confirmou o pênalti de Barovero em Calleri.

Ganso fez, de longe, a atuação mais convincente desde quando trocou a Vila Belmiro pelo Morumbi.

Não apenas pela técnica, mas graças aos desarmes, posicionamento e dinâmica. Quem puder, observe os lances e notará que retomou a bola e criou oportunidades em distintos setores do gramado.

Melhor momento 'hermano'

O River iniciou marcando na frente. Impediu a transição do oponente à meia e teve muita facilidade para entrar ou ficar no entorno da grande área.

O São Paulo insistiu sair de trás tocando a bola, mas cometeu muitos equívocos e facilitou o cumprimento do que Marcelo Gallardo propôs aos 'Millonarios'.

Além disso, o time de Bauza, mole nas divididas e desatento na marcação por cima, quase tomou o gol tolo, mas a bola tocou no travessão.

Isso durou cerca de 10 minutos.

Propostas dos treinadores

O São Paulo marcou no 4-4-2 (4-4-1-1) com flutuação ao 4-2-3-1. No primeiro desenho tático, o quarteto do meio de campo teve Centurion na direita e Carlinhos do outro lado, ambos encarregados do auxílio aos laterais Bruno e Mena. Os volantes foram Hudson e Thiago Mendes.

No outro, Carlinhos e o ex-Racing se posicionaram na linha de Ganso, com Calleri mais adiantado.

Ressaltei o sistema de marcação porque foi muito mais exigido que o de criação.

O River Plate foi mais frequente na meia. Com Mora na direita e Driussi na esquerda, Fernandez entre eles, Alario como centroavante e os apoios constantes dos laterais Mercado e Vangionni, mostrou mais qualidade que o oponente para tocar a bola.

Mesmo assim, alguns equívocos no início dos lances e a dificuldade nos desarmes por cima permitiram ao time de Bauza criar oportunidades.

A melhor na agremiação do Morumbi.

Ganso acertou chute preciso e fez o gol após o cruzamento e a dividida de Lugano pelo alto.

Comemorou intensamente, o que é raro para o meia. Talvez o comprometimento maior tenha sido fundamental na melhor apresentação com o manto sagrado do clube.

Merece elogios pela qualidade nos passes, dribles, marcação e, obviamente, porque protagonizou o principal lance do time.

Denis e o Julio Bascuñan 'garantem' empate

O River Plate caiu de rendimento porque o São Paulo, apesar de atuar muito atrás a contragosto do treinador, e das fracas apresentações tanto do Hudson e de Thiago Mendes, melhorou a marcação.

Os time 'hermano' em fazer a transição tocando de bola, mas nem sempre foi eficaz. A dupla de zaga formada por Mammana, lateral improvisado na função, e o estreante Vega foi pouco consistente.

Houve falha, por exemplo, quando Ganso retomou no círculo do meio de campo e colocou Calleri diante do Barovero mal-posicionado e fora da área. O centroavante, com opção de driblar ou finalizar, recebeu o empurrão nas costas, mas Julio Bascuñan mandou seguir.

Além da falta, que seria oportunidade para ampliar o resultado, tinha que mostrar o cartão no lance, principalmente se observados os critérios escolhidos pelo próprio chileno durante os 95 minutos.

No contra-ataque, aconteceu o escanteio. Denis, sozinho, rebateu o cruzamento para baixo, em Thiago Mendes, e permitiu o empate.

A falha foi apenas do goleiro, que acertou em todos os outros lances, não do volante.

Barovero retribuiu, mas o Julio Bascuñan não permitiu. Quis driblar o Calleri, perdeu a bola, tentou o carrinho, fez o pênalti daqueles inquestionáveis e muito óbvios, mas o chileno de novo foi generoso com a agremiação que fala castelhano.

Aliás, para ser objetivo, os critérios que impôs foram dúbios, principalmente na hora de mostrar cartões em faltas por trás. Nem é preciso citar qual dos times lidou o rigor seletivo do escolhido pela Conmebol para impor as regras.

Mais consistente

O São Paulo melhorou após a conversa com Bauza. O sistema de marcação fortalecido porque Thiago Mendes encontrou o próprio futebol e Hudson não oscilou garantiu a pequena superioridade.

No contra-ataque, o time conseguiu as oportunidades para ganhar.

Calleri, que nitidamente atuou com mais garra por causa da rivalidade pessoal contra o River, desperdiçou a mais fácil, após Mena* fazer o passe preciso.

O meia, de novo após retomar a bola, colocou Thiago Mendes em frente ao Barovero.

Havia brechas para outras oportunidades serem criadas, pois o clube de Nuñez manteve as linhas adiantadas e se equivocou, ainda no campo de defesa, nos toques para fazer a transição à frente.

Para alterar e manter

Inversões de jogo, cruzamentos e finalizações de fora da área resumem a atuação do sistema ofensivo do River.

Insatisfeito, aos 12, o treinador tentou aumentar o repertório com a troca do volante Ponzio pelo meia D'Alessandro.

Não funcionou, e optou por Alonso, o típico centroavante grande que tromba com zagueiros, no lugar de Alario que é mais técnico.

Poderia achar o gol no cruzamento ou no lançamento longo, com o substituto fazendo o pivô ou cavando a falta, pois Gallardo conhece futebol e fez a leitura da atuação de Julio Bascuñan.

Bauza pôs Michel Bastos e a tirou Centurion, talvez machucado. Depois,  Carlinhos saiu e Caramelo foi ao gramado.

O meia Gonzalo Martínez, que prefere atuar no centro do campo, ocupou a vaga de Driussi, posicionado em frente ao lateral Vangioni.

As mexidas na escalação e esquema tático 'hermanos não funcionaram. Bauza, que colocou jogadores para manter ou elevar a execução da proposta coletiva, insistiu na ideia com Alan Kardec no de Calleri.

Amarelou

Nos acréscimos, o chileno poderia excluir o Ganso pelo carrinho proposital nas perna do atleta do River, mas literalmente amarelou por ter noção que se equivocara muito e sempre contra o mesmo time.

Assim, não precisou ficar com o rosto da cor igual a do cartão mais adequado ao lance.

Por enquanto 

O São Paulo, mais necessitado de pontos, ficou mais próximo de ganhar, por isso não ficou plenamente feliz com o resultado.

Como tem sido disperso e mostrado futebol ruim, a atitude mais positiva, de respeito ao manto sagrado, e a consequente melhora coletiva são os objetos de maiores elogios da nação de seguidores da agremiação do Morumbi.

A questão é saber se haverá empenho e solidariedade para render constantemente o melhor futebol possível com esse elenco. Não há como adivinhar se isso acontecerá, pois alguns atletas oscilam muito, inclusive na competitividade fundamental para a profissão que exercem.

De qualquer forma, especificamente sobre o empate, a impressão foi positiva.

Mostrou personalidade ao lidar com equívoco do goleiro, 'cancha hermana', oponente de camisa pesada, critério desfavorável no cumprimento das regras, e conseguiu pontuar em vez de potencializar a crise e tornar inviável a classificação na Libertadores.

Ficha do jogo

River Plate – Barovero; Mercado, Mammana, Veja e Vangioni; Domingo e Ponzio (D'Alessandro); Mora, Fernández e Driussi (Martínez); Alario (Alonso)
Técnico: Marcelo Gallardo

São Paulo – Denis, Bruno, Maicon, Lugano e Mena; Hudson, Thiago Mendes, Centurión (Michel Bastos) e Carlinhos (Caramelo); Ganso e Calleri (Alan Kardec)
Técnico: Edgardo Bauza

Árbitro: Julio Bascuñán (Chi)- Assistentes: Francisco Mondria e Marcelo Barraza


River Plate oferece as oportunidades que o São Paulo ‘quer’ e ‘precisa’
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De Vitor Birner

Nas entrevistas, Edgardo Bauza falou algumas vezes sobre a dificuldade do time quando enfrenta oponentes que permanecem recuados.

Diante do Cesar Vallejo e do The Strongest, por exemplo, aconteceu isso.

O treinador, em busca do equilíbrio coletivo, prioriza a parte defensiva e quando os jogadores têm a bola exige posicionamento capaz de proporcionar veloz recomposição, ao perdê-la, do sistema de marcação.

O time por isso terá, em Nuñez, o andamento de jogo que em tese queria. O River Plate, ao menos no início, deve marcar a saída de bola e tentar impor ritmo intenso.

Gigante, atual campeão da Libertadores, tomará iniciativa, na pior das hipóteses, enquanto não conseguir o lance que fará o estádio pleno pela exigente ´hinchada  comemorar.

Tal ideia é exatamente a que a agremiação do Morumbi, de acordo com o treinador e dirigentes, 'quer'. Obviamente não conseguirá lidar com isso enquanto não elevar o nível do futebol e mostrar muito mais personalidade no gramado.

O elenco precisa compreender que, se ganhar em Buenos Aires, a crise será interrompida. Fragmentado, tem que mostrar união e profissionalismo no gramado para fortalecer o coletivo, e honrar o manto sagrado muito mais respeitado pelos torcedores em todo o continente que por alguns jogadores dentro do CT da Barra Funda.

Em suma, a dificuldade ofereceu ao São Paulo a oportunidade.

Como isso será encarado pelos atletas é questão apenas dos próprios. Não deixa de ser lamentável quando o treinador e dirigentes são mais competitivos que os personagens que atuam entre as linhas laterais e as de fundo.

Abaixo, Felipe Bigliazzi Dominguez descreve como tem atuado a agremiação portenha.

Ponto frágil

Após a derrota diante do Barcelona na final do Mundial Interclubes, Gallardo busca soluções para o sistema defensivo.

Com a venda de Ramiro Funes Mori para o Everton, Jonathan Maidana, que será desfalque hoje, ficou sem um companheiro confiável no miolo da zaga.  No Japão, o colombiano Eder Alvarez Balanta – atualmente machucado contundido – foi mal e se transformou no ponto vulnerável do River pelo flanco esquerdo.

'El Muñeco' Gallardo tentou o Emanuel Mammana de 20 anos – lateral de origem – como zagueiro durante a pré-temporada em Mar del Plata. O River sofreu 9 gols nos 6 primeiros jogos pelo novo campeonato argentino.

Hoje pode improvisar Gabriel Mercado na zaga – como no princípio da carreira no Racing – ao lado de Mammana, e colocar o uruguaio Camilo Mayada na lateral direita.

Outra possibilidade é recuar Leonardo Ponzio para o miolo de zaga, experiência realizada no primeiro confronto contra o Boca Juniors no torneio de Verão em Janeiro.

Líder no setor

O veterano Leonardo Ponzio segue como caudilho no meio campo. É líder do setor porque faz a saída de bola e determina quando a marcação deve ser feita no campo rival. Com a venda de Matias Kranevitter para o Atlético de Madrid, Marcelo Gallardo tem posicionado Nico Domingo ao lado de Ponzio. O ex-Banfield, foi o destaque do travado confronto frente aos 'Xeneizes'.

No 1°t contra o Boca

river x boca 1

Quando Ponzio tem que sair por causa do desgaste físico, outro veterano, o Lucho González, faz função tal qual no 2° t. do superclássico.

river x boca 2

Esquemas táticos

Marcelo Gallardo. estudioso ferrenho, posiciona o meio-campo de acordo com os oponentes.

O sistema 4-2-2-2 é o mais usual. No começo de seu ciclo o sistema principal foi o 4-3-1-2, o famoso losango no meio tão usual na Argentina nos anos 90 e 2000.

Nessa temporada, Gallardo tentou implementar o 4-2-3-1 com Pisculichi como enganche e Rodrigo Mora na direita. As lesões de D'alessandro e Pisculichi fizeram com que o treinador voltasse ao 4-2-2-2 e suas pequenas variações para o 4-2-3-1 e 4-1-4-1.

O ex-meia do Internacional terá condições de atuar contra o o São Paulo.

Na estreia da Libertadores contra o Trujillanos, Gallardo apostou pelo 4-2-3-1.

Leonardo Pisculichi foi o enganche. Formou a linha de 3 armadores ao lado de Tabaré Viudez e Sebastián Driussi, e resolver o jogo.

river x trujillanos

Eis que, no clássico frente ao Independiente, o jogador revelado pelo Argentinos Juniors sentiu uma lesão muscular, dando lugar ao uruguaio Camilo Mayada.

Quem vem ganhando espaço no meio campo do River é o jovem Ignacio Fernandez. o ex-Gimnasia La Plata atuou contra o Boca como extremo direito, revezando com Rodrigo Mora nesta faixa do campo.

river x independiente

Melhor quando tem a bola

Uma marca do River é o constante apoio dos laterais. Gabriel Mercado e Leonel Vangioni sobem ao ataque fazendo dobradinha com os meias extremos.

Ambos estão na lista de Tata Martino para os duelos frente a Chile e Bolívia pelas Eliminatórias da Copa do mundo.

O lado esquerdo do ataque é o grande trunfo ofensivo do time de Gallardo, quase sempre com os passes precisos de Vangioni e o ímpeto de Sebastián Driussi. Nos últimos jogos, Gallardo tem revezado a titularidade pelo flanco esquerdo do meio de campo entre Driussi e Gonzalo ''Pity'' Martinez; ambos jovens e velozes.

O treinador tem procurado manter a dupla de frente Mora e Alario.

O veterano centroavante uruguaio Ivan Alonso, contratado em Janeiro junto ao Nacional de Montevidéu, estreou frente ao Trujillanos e fez dois gols. É o único do elenco com características para atuar na área, de costas, e ser a chamada referência.

Com Lucas ''El Flaco'' Alario e Mora, o time ganha intensidade na movimentação e mais técnica.

Mora se desloca muito para a direita e exige bastante do lateral esquerdo rival.

O ataque do River anotou 12 gols em 6 jogos pelo campeonato Argentino. É o segundo mais positivo de dito certame.


Palmeiras não necessitava perder para trocar o treinador
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birner

De Vitor Birner

O Palmeiras não melhorou diante do Nacional porque o tempo de posse de bola aumentou.  A agremiação de Gustavo Munúa quis assim.

Nem com o oponente atuando com apenas 10 jogadores, o Alviverde fez algo além de insistir nos cruzamentos, tal qual sempre.

O elenco, não tenho dúvida, pode jogar melhor.

Foi melhor com o antecessor

Sob orientações do Oswaldo de Oliveira mostrou, apesar do elenco recém formado e pouco tempo sob as orientações do treinador, mais acertos na transição à frente e manutenção da bola na meia.

Provavelmente com a manutenção de quem saiu porque o treinador que ganhou 2 dos 3 últimos torneios nacionais de pontos corridos ficou disponível, hoje o time seria mais forte.

Compreensível a mexida

Isso não significa que, naquele momento, houve o equívoco da direção palestrina.

Tinha lógica a mexida, apesar de não ser garantia de êxito.  No futebol os resultados fazem muita gente avaliar os bons como ótimos nas conquistas ou ruins caso se não funcionam em algum clube, tudo permeado por adjetivos e de pouco embasamento técnico.

O jogo, fora dos gramados, é assim. Não deveria, mas nada tende a alterar essas 'regras'.

Não pode ser apenas o treinador

O time insiste pouco nas tabelas pelo meio.

Não creio que o técnico as impedia ou abria mão delas na preparação diária. O gol de Gabriel Jesus, ontem, por exemplo, foi assim.

Depois, de novo, como sempre, o time ficou cruzando na área e pouco insistiu pelo meio.

Duvido, reitero, que o então treinador palestrino ordenou a criação apenas pelos lados.

Padrão nacional de gestão

Se ele foi demitido logo após o tropeço, por qual motivo iniciou no banco?

Se perceberam que os jogadores não assimilaram as orientações e assim era impossível a melhora, o bilhete azul deveria ter sido mostrado antes.

Qualquer atuação acima da média poderia distorcer a conclusão dos gestores e dificultar a execução dos que creem ser melhor para a agremiação.

Não discordo da saída do técnico.

Apenas acho incompreensível a manutenção de qualquer treinador porque conseguiu resultado que não reflete a apresentação ruim, ou graças a algumas atuações convincentes em meio a maioria abaixo das possibilidades do elenco.

A sequência do post tem minha interpretação do que houve no gramado e redundou na queda do treinador, além de pequeno relato sobre o outro jogo do grupo.

Palmeiras 1×2 Nacional

Tudo desenhado

O Rosario Central gosta de ter a bola. O Nacional não faz questão.

Apenas por isso era possível imaginar que o andamento do jogo não lembraria o anterior do Alviverde na Libertadores.

Os 'Bolsos' têm elenco de qualidade inferior ao do Palmeiras e a partida foi na Allianz Parque. Era óbvio que o então líder tomaria a iniciativa de tentar o gol, e o gigante da nação com legislação mais humana que a da nossa aguardaria oportunidades no contra-ataque, faltas e escanteios.

Para se impor como queria o torcedor, o Palestra precisaria tocar a bola com maior precisão, acertar a transição à frente e aumentar o tempo com ela na meia, que são os dilemas, faz meses, do time.

Apenas no início

O Nacional atuou no 4-4-2.

Os quartetos [defesa e meio de campo] atuaram com linhas paralelas, no estilo tradicional italiano, e Fernández e Nicolás López que compõem o setor mais forte da agremiação ficaram adiantados.

Ambos não tiveram muitas oportunidades por causa da necessidade de o treinador reforçar a marcação, ainda mais com desfalque do zagueiro Diego Polenta e a improvisação de Eguren, por falta de opções, ao lado de Mauricio Victorino no setor.

O time ficou recuado e começou os desarmes apenas na região central do gramado. Facilitou a transição palmeirense á frente, mas ganhou lacunas onde investiu, pois os laterais Lucas e Zé Roberto apoiaram.

O Alviverde, com os cruzamentos na área, conseguiu assustar o goleiro Conde.

Foi caindo de rendimento e, mais ou menos na metade do 1°t em diante, a posse de bola não rendia mais lances dignos de serem citados. O repertório do sistema de criação de novo foi pequeno.

Conforto que gerou gols

Barcia, que atuou aberto do lado direito do meio de campo, tinha que cooperar com Fucile na marcação e investir em jogadas de velocidade contra Zé Roberto.

Quando o sistema de marcação do Nacional adquiriu mais consistência, conseguiu retomar a bola mais longe de sua área e acionar os jogadores mais técnicos.

Fernando Prass errou na interceptação do cruzamento, Nico López, de costas, tocou de calcanhar e acertou a trave.

Em seguida, após o cruzamento por baixo, Nico López com categoria e frieza fez o gol que reforçou a ideia de jogo implementada por Munúa.

Após dois minutos, Barcia recebeu o lançamento e ampliou. Houve falta em Cristaldo quando os 'Bolsos' retomaram a bola, mas não o impedimento reclamado, pois Thiago Santos ofereceu condição ao artilheiro.

Questão de inteligência

Fucile, que marcou Gabriel Jesus, recebeu o vermelho no fim do 1°t. Não observei o lance.

Como conheço o estilo do jogador, a cultura de futebol do país e o palmeirense havia chutado de propósito o oponente pouco antes, em lance que Enrique Osses notou e mandou seguir, desconfio que o lateral chegou forte para se impor e realmente fez algo para ser punido.

Tinha amarelo, o time ganhava com sobra no placar, o jogo era na Arena palestrina, e o mais lógico seria não arrumar motivo que possibilitasse a exclusão.

Munúa colocou o Cerballos na lateral, tirou o Barcia, e recuou Nico López para o lado direito do quarteto no meio de de campo para manter o sistema de marcação.

No 4-4-1 perdeu opções para o contra-ataque, principalmente onde atua Lucas, o que poderia facilitar para o lateral do Alviverde apoiar e simplificar a missão de Thiago Santos cobrir as brechas deixadas pelo Zé Roberto, onde o oponente tinha mais velocidade e técnica.

Para incendiar o jogo

Nos acréscimos, Gabriel Jesus fez o gol após tabela pelo meio do bloqueio do Nacional.

O acerto poderia elevar o astral da equipe e ter impacto negativo na agremiação de Munúa.

O mesmo de sempre

O Alviverde teve a iniciativa e ficou muito com a bola na meia.

A questão era criar a oportunidade de gol. Em suma, o que fazer com a suposta superioridade diante da agremiação que abdicou do sistema e ofensivo e catimbou muito, pois precisava diminuir o tempo de bola correndo.

Mesmo quem não acompanhou o jogo é capaz de falar o que fez o Palmeiras. Turbinou a área de cruzamentos, ganhou algumas por cima, mas não caprichou nas finalizações.

Conde quase não fez intervenções.

Alterações de novo não funcionaram

O treinador do Alviverde tentou otimizar o sistema de criação.

Colocou Allione e tirou Jean para formar o 4-1-4-1. Depois pôs Egídio no lugar de Thiago Martins; e finalmente optou Alecsandro, pois Cristaldo se machucou, para ter alguém que poderia aproveitar o lance por cima.

Nada disso fez o futebol melhorar.

Munúa havia optado pelo Cabrera, meia-atacante, e saída do Fernández..Queria fortalecer o contra-ataque, mas não obteve êxito, porque jogo continuo acontecendo no campo de frente do Alviverde

Não precisava 

Léo Gamalho, quase no final, entrou na vaga de Nico López. Tinha que receber lançamentos longos, segurar a bola, e cavar faltas.

Rapidamente, por acertar propositadamente o Egídio, o centroavante foi excluído do jogo por Enrique Osses.

Permaneceu cinco ou seis minutos no gramado.

'Suerte' em vez de sorte

Nos acréscimos, Fernando Prass foi para área aproveitar cruzamentos e tentar fazer gol.

A bola sobrou, no último, para Lucas que acertou a trave.

Finalizou onde era necessário, mas se equivocou por centímetros. Diante do Rosario Central ou contra o Santos na Copa do Brasil, esse mesmo lance teria terminado onde a nação palestrina e os jogadores queriam.

A palavra que explica a benção pela qual devemos agradecer preferiu ser pronunciada em castelhano.

Talvez o próprio futebol tenha escolhido tal idioma. Ficou aguardando algo melhor da comissão técnica, atletas e do planejamento que Paulo Nobre, Marcelo Mattos e os outros gestores imaginaram quando colocaram no papel a lista de contratações.

Ficha do jogo

Palmeiras – Fernando Prass; Lucas; Thiago Martins (Egídio), Vitor Hugo e Zé Roberto; Jean (Allione), Thiago Santos e Robinho; Dudu, Gabriel Jesus e Cristaldo (Alecsandro)
Técnico: Marcelo Oliveira

Nacional – Esteban Conde; Jorge Fucile, Eguren, Mauricio Victorino, e Alfonso Espino; Gonzalo Porras, Santiago Romero, Leandro Barcia (Felipe Carballo) e Kevin Ramírez; Sebastián Fernández (Matías Cabrera) e Nicolás López (Léo Gamalho)
Técnico: Gustavo Munúa

Árbitro: Enrique Osses (Chi) – Assistentes: Carlos Astroza e Cristian Schiemann

Goleada do Central

Dessa vez, 'Chacho' Coudet escalou os principais jogadores de linha disponíveis para enfrentar o River Plate.

Posicionou o time no 4-1-3-2. Os habilidosos Lo Celso e Servi formaram o trio com o Colman, o mais capaz desses na marcação, e o artilheiro Marco Rubén atuou no ataque junto de Herrera, único reserva que iniciou.

Larrondo, que eleva consideravelmente a qualidade, permaneceu nas tribunas do Gigante de Arroyito, pois acaba de ser curado do problema muscular e a prioridade tem sido o torneio nacional.

Com ele, o vareio teria sido, provavelmente, maior. Rosario Central foi muito melhor, ganhou o 1° t. pelo placar mínimo, depois fez 3×0 com enorme facilidade, tomou o gol Michael Santos (fez em todos os jogos da Libertadores) em uma das raras finalizações, continuou no mesmo ritmo e ampliou.

Marco Rubén, como de costume e ao contrário do que houve diante do Palmeiras, foi eficaz nas finalizações e comemorou três vezes em quatro chutes que conseguiu, assim como Herrera, que fez o dele em lance construído por Lo Celso.

O treinador foi alterando a equipe na medida em que teve convicção do resultado favorável, e para poupar atletas importantes, principalmente aqueles que o elenco não oferece reposição de nível sequer similar.

Mesmo atuando com times mistos, continua na disputa por uma das vagas, pois, como o palmirense notou, em regra não tem dificuldades para atuar longe da mítica 'cancha' rosarina.

 

 


FBI força alterações no futebol
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De Vitor Birner

Gianni Infantino, o novo presidente da Fifa, sabe que precisa melhorar a imagem da instituição.

Não adianta mais assumir o cargo e ficar acima de tudo, tal qual seu antecessor, para se manter no poder e faturar com seu principal torneio realizado nas últimas edições em países marcados por problemas nas suas gestões públicas.

Tem que se mexer, e a inclusão da eletrônica no futebol, se considerarmos a política agressivamente comercial que a própria entidade implementou, deve ser avaliada como indispensável.

Minimizar a contradição

É incompreensível que o esporte capaz de movimentar bilhõe$ de reais, euros, libras… tenha os rumos dessa verba alterada por erros de quem deve cumprir as regras dentro do gramado.

Ou que tais equívocos sempre sejam realmente apenas pela dificuldade, que de fato é enorme, de três humanos encarregados de permitirem que apenas as ações e a sorte dos jogadores determinem os resultados.

Quem acha que as divisões do dinheiro pago pelas televisões devem ser embasadas nas colocações das equipes nos torneios, sabe o impacto do prejuízo financeiro que esses erros geram.

Além dos clubes, os atletas, que recebem prêmios de acordo com as conquistas, perdem tanto essa grana direita quanto outras, pois muitos que conseguem troféus faturaram mais no futuro, inclusive quando param de atuar.

Os patrocinadores preferem associar suas marcas às agremiações e personagens ganhadores. Não me recordo, agora, alguém que não tenha importantes resultados e fature com o que fez nos gramados. Alguns desses tiveram seus acertos distorcidos e esquecidos, pois a regra não foi colocada em prática.

Apenas outro instrumento de poder

A Fifa, para manter o controle e ascendência sobre tudo que interfere em questões políticas e econômicas, se recusava a implementar necessários avanças tecnológicos. Não havia motivo para abrir mão daquilo que fortalece a influência direita ou indireta de seus gestores.

Muitas vezes os dirigentes de clubes em nosso país citaram que não fizeram isso ou aquilo temendo retaliações. Deixaram, nas entrelinhas, nítida a preocupação com o cumprimento das regras nos gramados e algumas decisões nos TJDs e STJD, ambos ligados as suas respectivas federações.

As soluções não partiram do esporte     

Após os norte-americanos interferirem na farra conveniente – se não fizessem isso, provavelmente Blatter, com todo seu discurso soberbo, medidas 'dinheiristas' ruins para o esporte e política ilimitada para manutenção de poder, continuaria forte -, o cartola que assumiu o principal cargo político futebolístico precisa fazer profundas alterações, nem que sejam apenas média com patrocinadores e torcedores.

Esses, ressalto, são tratados como consumidores que podem ser enrolados, ao invés de leais seguidores das agremiações.

Espero que isso seja alterado. É por causa deles que as marcas lotam os cofres dos clubes de grana. Se decidirem arrumar algo distinto para fazer na hora do futebol, os investidores irão junto.

Muito óbvio, simples, necessário, relevante  

O auxílio da eletrônica para encerrar ou diminuir dúvidas em campo é algo extremamente lógico no atual cenário ultra-comercial do futebol. Tende a minimizar tanto a falta de credibilidade.

Tradições devem ser alteradas

Sou contra as touradas, rodeios, farras do boi e qualquer crueldade que machuca, provoca dor e pode matar os animais.

Alguns acham tudo isso normal, e argumentam que faz parte da cultura de seus países, por isso devem ser respeitadas.

Obviamente, se fizessem igual com quem amam, a opinião provavelmente teria outra referência,  e consequentemente conclusão.

A humanidade, ainda primitiva e destrutiva ao lidar com a natureza, da qual somos todos parte e não donos, escravizou negros, criou guetos raciais, assassinou em nome de raça e religião e continua com suas convicções antropocentristas e pouco coletivas.

Não tem como a gente evoluir muito enquanto o perdão não prevalecer sobre a retaliação; o descarrego de raiva ganhar da tentativa de compreensão; a auto-crítica tomar goleada da arrogante iniciativa de julgar outros, inclusive quem sequer conhece; o 'eu' continuar sendo colocado acima do 'nós'.

O futebol tem, por refletir a sociedade, muitas mazelas que se tornaram normais.

Grande parte dos torcedores acha que existe manipulação de resultados. A generosidade de quem foi encarregado de cumprir as regras, com a bola rolando, quando atua equipe mais forte politicamente ou comercialmente, torna a desconfiança obrigatória

Isso é quase cultural no esporte mais popular do planeta. Supostamente houve irregularidades nas escolhas de sedes de Mundiais de seleções e nas eleições na instituição, alguns países que receberam o torneio tiveram muita sorte nos gramados, e as pessoas continuam adquirindo ingressos e camisas por preços cada vez maiores.

Pior é a argumentação que tais polêmicas são do futebol e ponto.

Debater sobre os lances realmente faz parte, a eletrônica não encerrará isso, mas a obrigação de quem administra o esporte como se fosse apenas negócio é criar condições para ter plena credibilidade, e não se abrigar sobre o teto do amadorismo que aumenta a força de gestores em detrimento de esforços e realizações nos gramados.

Razões de as agremiações existirem

A melhor maneira de solucionar os problemas do futebol é retirar 90% do dinheiro.

Os atletas ficariam mais nas agremiações,  as relações entre ambos cresceriam na parte afetiva,  pessoas de todas as camadas da população teriam acesso às arquibancadas, e parte dos que não largam seus cargos ou sempre querem retomá-los iria embora porque a grana que movimentam seria menor.

Mas isso, como sempre me falam, é utopia, pois lamentavelmente a lavagem cerebral do capital faz a sociedade crer que tudo precisa gerar o maior lucro possível para ser elogiável.

Se esqueceu que o dinheiro, em muitas atividades, é meio, não fim, e as equipes de futebol foram montadas para oferecer emoções, inclusive algumas ruins.

Mas, se a ideia é privilegiar sempre a questão comercial, que seja plena, sempre preservando a alma do esporte, mantida pelas reações espontâneas de torcedores.

Transforme todos os times em empresas, lidem com os devidos ônus e bônus disso, e tenham o discurso e a tributação alinhados com as principais metas.

Quero ver como será o vínculo dos torcedores com o clube quando notarem que o proprietário executivo – enxerga apenas como se fosse negócio rentável – preferir perder torneio para aumentar lucro, e se gerações futuras serão doutrinadas a amar marcas comerciais, ou se os consumidores e patrocinadores manterão investimentos em algo desprovido de credibilidade.

Para sorte de todos, o FBI, indiretamente, força os cartolas a implementarem a eletrônica para minimizar consideravelmente a desconfiança cultural que acompanha o futebol e a suposta manipulação de resultados.

Fundamental lembrar

Não resolve totalmente, pois quem pretende beneficiar qualquer time não precisa marcar, ou deixar de fazer isso, pênaltis ou impedimentos inexistentes.

Há mais formas de conduzir o jogo favoravelmente a quem, por qualquer razão, quis e conseguiu isso.

 

 


Quem não tem Prass, toma; três pontos na conta do goleiro
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birner

De Vitor Birner

Palmeiras 2×0 Rosario Central

O goleiro, como acontece em muitos jogos difíceis, foi de longe o melhor em campo.

O Palmeiras merece elogios pelo que mostrou no 1° tempo. Não foi brilhante, mas manteve a concentração como não havia conseguido na temporada .

Isso bastou para oscilar os momentos de equilíbrio com os de alguma superioridade.

Com 'huevos'

O gol não foi fruto de melhora no passe ou do setor de criação.

Houve equívoco do lateral-direito Salazar, que tentou sair jogando, mérito de Gabrel Jesus por impedir, e do Cristaldo por ganhar duas divididas antes de finalizar.

Foi na raça, garra, ou com 'huevos', tal qual define a expressão comum para o artilheiro e seus compatriotas da agremiação oponente.

Parou de jogar

O Central, com importantes desfalques, perdeu, como era possível imaginar quando foi divulgada a escalação, qualidade na criação e finalização, além de força no sistema de marcação.

''Chacho' Coudet adiantou a o time e iniciou o segundo tempo com o atacante Herrera no lugar do zagueiro Burgos, suplente que não mostrou a firmeza de Donatti (normalmente forma a dupla com Pinola e o treinador preferiu poupar para o torneio nacional).

Abriu mão de Aguirre no meio de campo ao recuar o atleta à lateral, pois deslocou Álvarez para o lado de Pinola, e ganhou maior presença de área.

Mesmo assim, o Central tomou conta do meio campo, do jogo, e teve muitas oportunidades.

Fernando Prass, o gigante

O goleiro fez duas grandes intervenções; uma no chute de Cervi e outra em frente ao Da Costa.

Em seguida houve o toque da bola na mão de Gabriel Jesus, que não teve intenção, e os rosarinos pediram o pênalti, antes de Robinho se equivocar no carrinho dentro da área. Tudo isso em 14 minutos.

Marco Rubén, ídolo, artilheiro e competente, cobrou e o goleiro pegou.

A partida seguiu na mesma toada até o final.

O Palmeiras, com Cristaldo na frente e outros 9 jogadores atrás da linha que divide o gramado, não conseguiu fechar as lacunas no sistema de marcação, e apesar ter grande possibilidade de ampliar  no contra-ataque, errou toques de bola simples.

Quando Lo Celso, habilidoso meia, entrou e Da Campo saiu, o time teve mais facilidade para criar oportunidades.

Parou na grande atuação do goleiro e nos próprios equívocos nas finalizações.

 Trocas não tiveram efeito que ambos queriam

O Alviverde tinha opções: ou tentava reter mais a bola trocando passes no meio de campo, ou adiantava a marcação, ou acertava o contra-ataque para ao menos incomodar o o Rosario Central.

Não fez nada disso e o treinador mexeu.

Com Arouca no lugar de Thiago Santos, tentou melhorar o passe;  com Rafael Marques, descansado, no de Cristaldo, quis o atacante para 'chamar faltas' e parar o jogo; e com Allione na vaga de Robinho, pensou em aumentar o auxílio ao Lucas, pois desse lado, após a entrada de Lo Celso, o Central chegou muito na área, e quis melhorar a transição à frente.

As alterações não elevaram o padrão do desempenho.

'Chacho' Coudet, como faz quando resta pouco tempo o time precisa de gols, optou pelo atacante Protti em e a saída do volante Colman, e formou 4-1-3-2.

Nos acréscimos, após o espetáculo oferecido por Fernando Prass, finalmente o Palmeiras aproveitou as avenidas que o sistema de marcação do Central ofereceu e Allione comemorou.

Futebol é assim

Apesar de o futebol ser esporte coletivo, é possível afirmar que se não fosse Fernando Prass o resultado seria outro.

Os três pontos ficam na conta do goleiro.

O Central teve quantidade de oportunidades, no segundo tempo, para empatar e até ganhar.

Isso não significa que o Palmeiras não mereceu o resultado.

Quando não há interferência de quem entra em campo para ficar perto dos lances e não tocar na bola, o placar se torna inquestionável.

Mas, obviamente, o desempenho palmeirense é digno de elogios menores que o importante resultado na Libertadores.

Ficha do jogo

Palmeiras – Fernando Prass; Lucas, Thiago Martins, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos (Arouca), Jean e Robinho (Allione); Dudu, Gabriel Jesus e Cristaldo (Rafael Marques)
Técnico: Marcelo Oliveira

Rosario Central – Sosa; Salazar, Burgos (Herrera), Pínola e Pablo Álvarez; Musto, Colman (Protti), Da Campo (Lo Celso), Cervi e Aguirre; Marco Rubén
Técnico: Eduardo'Chacho'Coudet

Árbitro: Enrique Cáceres (PAR) – Assistentes: Carlos Cáceres e Milciades Saldívar


Corinthians ganhou porque foi mais inteligente que o competitivo Santa Fe
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De Vitor Birner

Corinthians 1×0 Santa Fe

A tendência, por causa das características dos times, era de jogo com poucas oportunidades de gol.

O futebol, dessa vez, não contrariou aquilo que ele mesmo 'citou' antes de a bola rolar.

Alvinegro ganhou por competência ao fazer o lance que o treinador do Santa Fe ofereceu.

Impressionou como o time conseguiu manter a concentração.

Tite fez algumas alterações na dinâmica da proposta coletiva e os atletas merecem elogios porque acertaram muito na parte tática.

Os Cardiais não são time tolo. Poderiam, pelo que realizaram, ganhar com o menor placar possível ou igualar.

Houve equilíbrio, mas não há nada a se questionar sobre o resultado. Quem é pago para trajar manto sagrado, e ninguém mais, determinou qual agremiação encerrou o jogo feliz.

A proposta

O Corinthians tomou iniciativa de ir à frente.  Atuou mais no 4-2-3-1 que no 4-1-4-1 habitualmente escolhido pelo treinador.

Bruno Henrique e Rodriguinho muitas vezes se posicionaram na mesma linha. Eles participaram da criação, quase sempre de maneira alternada.

O trio contou com Giovanni Augusto e Lucca pelos lados, além de Guilherme entre eles. Houve troca de posições e flutuações para tentarem confundir o competente sistema de marcação dos 'Cardiais'.

Giovanni Augusto e Lucca, em determinados momentos, ficaram pelos lados no ataque, e o centroavante André se mexeu para fazer o pivô. Quando isso aconteceu, a equipe se posicionou no 4-3-3.

Guilherme atuou mais longe que o ideal, para ele, dos atacantes. Recuou em alguns momentos ao círculo central do gramado, onde tentou lançamentos.

A vã superioridade

O Santa Fe optou por dois posicionamentos de marcação.

Quando o Corinthians tinha a bola atrás da linha que divide o gramado, a escolha foi o 4-2-3-1 com Perlaza e Gordillo na função de volante, e Roa, Gomes e Seijas na linha de três.

E quando o Alvinegro conseguiu ter a bola na meia, Roa e Seijas, pelos lados, recuaram para a linha dos volantes.

Gomes ficou em frente desse quarteto para puxar o contra-ataque, pois Ibagüen, centroavante, mais adiantado, não tinha velocidade. O sistema de marcação do Santa Fe anulou o de criação da equipe do Tite.

Criada pela força nos desarmes

Nenhum dos desenhos táticos do Alvinegro gerou oportunidades de gol.

A única que merece ser ressaltada aconteceu na retomada de bola quase na área dos colombianos, onde o sistema de marcação alvinegro se posicionou, e devido ao equívoco do zagueiro Tesillo.

Giovanni Augusto, aos 23, ficou diante do goleiro Zapata, fez a cavadinha, mas o lateral Balanta conseguiu chegar na bola para intervir.

Santa Fe melhor

Após esse lance, os Cardiais adiantaram o sistema de marcação, impediram a transição corintiana à meia com ela no gramado, e forçaram os lançamentos longos nascidos da defesa.

Queriam assim, pois têm jogadores altos, que não se incomodam com o choque e gostam das dividas por cima.

A mexida no posicionamento fez o time crescer e ficar mais com a bola na frente.

Mas em nenhum momento entrou na área para finalizar. Goméz, aos 36, chutou de fora dela, houve o desvio de Felipe, e Cassio precisou fazer difícil intervenção.

Seijas, pouco depois, cobrou falta, o goleiro rebateu, mas nenhum colombiano conseguiu finalizar.

Treinador preferiu ousar

O lateral Otálvaro não retornou do intervalo. Soto, meia-atacante, entrou e o time ficou com três atletas na linha de zaga.

Gerardo Pelusso, ao notar que o time melhorou quando marcou na frente e ganhou as dividas por cima nos lançamentos longos que partiram da defesa do Alvinegro, aumentou a quantidade de jogadores adiantados para reforçar o sistema defensivo adiantado e talvez otimizar o de criação .

Obviamente, precisava de precaução pelos lados, pois se o Corinthians fizesse a transição, havia brechas.

Gordillo foi o encarregado de ocupar a lacuna, se necessário, aberta na saída de Otálvaro.

A alteração não funcionou 

A ideia de oferecer o contra-ataque, em Itaquera, ao Corinthians, foi a alternativa que Tite queria para seu time criar a oportunidade que não havia conseguido enquanto o Santa Fe foi menos ousado.

Fagner tocou para Rodriguinho, na linha de fundo, que teve mérito ao encontrar a brecha e cruzar com perfeição.

Os jogadores da zaga, adiantados tal qual exigia o sistema de marcação, precisaram correr para recompor o trio, o que obviamente impediu o posicionamento ideal.

Por isso, Guilherme, na pequena área, sozinho, cabeceou para fazer a torcida explodir de felicidade.

No mesmo rumo

Os treinadores reforçaram as propostas coletivas em cada troca após o gol.

O Santa Fe manteve a marcação na frente e começou a fazer cruzamentos de tudo quanto é local do gramado.

O atacante Otero entrou no lugar do meia Gómez.

Aos 34, Tite colocou Danilo e tirou André porque o veterano tem maior capacidade de manter a bola, além de cooperar na marcação e ser competente nos lances pelo alto.

Logo em seguida Carlos Rivas, ala na direita, ocupou a vaga de Roa. Gerardo Pelusso aumentou a quantidade de atletas na área e a possibilidade de levantar mais vezes a bola nela, ao fazer as alterações.

Tite respondeu com o volante Willians no gramado e a saída do meia Guilherme. Bruno Henrique pediu para sair e Edilson o substituiu, pois poderia quebrar o galho como volante e ficar em frente ao Fagner, onde o Santa Fe insistia nos cruzamentos.

Cassio precisou intervir em alguns momentos, mas não houve nenhuma grande oportunidade dos Cardiais. O Alvinegro tinha brechas para ampliar, se equivocou ao realizar os lances em velocidade, e não obrigou o goleiro Zapata a intervir com dificuldade.

Ficha do jogo

Corinthians – Cassio; Fagner, Felipe, Yago e Uendel; Bruno Henrique (Edilson); Giovanni Augusto, Rodriguinho, Guilherme (Willians) e Lucca; André (Danilo)
Técnico: Tite

Independiente Santa Fe – Zapata; Otálvaro (Soto), Mina, Tessilo e Balanta; Perlaza e Gordillo; Roa (Carlos Rivas), Goméz (Otero) e Seijas; Ibargüen
Tecnico: Gerardo Pelusso

Árbitro: Maturo Vigliano – Assistentes: Juan Pablo Belatti e Cristian Navarro

 

 


Rosario Central queria mais ingressos ou telão; Palmeiras não aceitou
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De Vitor Birner

Na reunião de ontem com representantes de Palmeiras, Rosario Cental e da PM, o cartola 'hermano' falou que cerca de 3 mil 'hinchas canallas' vêm para assistir ao jogo e pediu a negociação de ingressos para todos.

Na estreia contra o Nacional, a direção do Central disponibilizou 3 mil entradas no Gigante de Arroyito e 2200 foram compradas. A capacidade do mítico estádio rosarino é de 41654.

O dirigente do Alviverde recusou.

Argumentou que, desde o início, foram disponibilizadas 1700 bilhetes e não há espaço para mais gente.  A PM seguiu na mesma linha ao afirmar que, com mais torcedores, a manutenção da segurança ficará comprometida.

Por isso, a direção do Central solicitou que fosse colocado o telão, do lado de fora do Allianz Parque, para seus seguidores em São Paulo assistirem ao jogo, e de novo não obteve êxito.

Polêmica e catimba

A imprensa da cidade santafesina afirma que havia sido prometida a carga de duas mil entradas e os palestrinos não cumpriram.

http://www.rosario3.com/deportes/Polemica-por-las-entradas-canallas-en-Brasil-20160301-0026.html

Obviamente, a catimba foi iniciada, pois a partida do returno será em Rosário.

Apenas por curiosidade

A cidade fica a 300 quilômetros de Buenos Aires, tem cerca 1,2 milhões de habitantes, e o estádio sempre fica cheio.

Se levarmos em conta que há outro time de primeira divisão, o Newell's Old Boys, e mais alguns menores, é possível observar que cerca de 1 em cada 10, talvez 12 torcedores, comparece aos jogos do time.

A média (quantidade de seguidores e frequência deles nos jogos) é muito maior que a de qualquer agremiação daqui.

Importante desfalque

O atacante Marcelo Larrondo, que forma a forte dupla de frente (depende do esquema tático) com o artilheiro e ídolo Marco Rubén, permanecerá na Argentina porque se machucou.

A tendência, se 'Chacho Coudet' quiser escalar outro atleta da posição, é Delgado, que atua mais pelos lados e tem menos qualidade que o chileno nas finalizações, seja o escolhido pelo treinador.


Hiddink acertou ao não escalar Pato
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De Vitor Birner

Norwich City 1×2 Chelsea

O Chelsea atuou no 4-2-3-1. O trio formado pelo burquinense Traoré na direita, Hazard do outro lado e Oscar entre eles, se mexeu bastante, em especial o belga, para criar as oportunidades.

No primeiro lance, Hazard se deslocou ao meio, tocou para o Kenney, escalado na lateral-esquerda, que não encontrou a brecha para driblar e entrar na área, por isso finalizou e comemorou o gol.

Por necessidade

O Norwich, então, precisou ir para cima dentro de suas limitadas possibilidades técnicas.

Desde 2 de janeiro não ganha jogos da Premier League, nos 3 últimos compromissos dentro do Carrow Road perdeu de Liverpool e Tottenham além de empatar diante do West Ham, frequenta a região do rebaixamento e precisa, de alguma maneira, alterar o rumo em direção à Championship.

Por isso, ofereceu brechas para o contra-ataque, e os 'blues' pouco conseguiram aproveitá-las.

Deveriam anular

Ampliaram o resultado nos acréscimos, antes do intervalo, graças a assistência de Traoré para Diego Costa, impedido, aumentar a preocupação da torcida dos 'The Canaries'.

O placar proporcionou conforto, mas não era a garantia de pontuar como os londrinos pretendiam e tampouco a segurança que o treinador gostaria para mandar Alexandre Pato ao gramado. 

Trocas que o jogo exigiu

O Norwich City cresceu após retornar do vestiário.

Guus Hiddink fez duas alterações juntas, aos 14 minutos; William no lugar de Traoré e o volante Mikel no de Oscar.

Quis fortalecer a marcação no meio de campo e o sistema de criação forte ao aumentar a possibilidade de Fabregas, volante  ao lado do Matic,  ir mais à frente.

Não podia colocar o atacante

Aos 22, o irlandês Hoolahan tocou para Redmond fazer o gol.

Ali, acho, a possibilidade de Alexandre Pato estrear hoje foi encerrada.

Provavelmente por causa da possibilidade de o Norwich City igualar, o ganês Baba Rahman, lateral de origem, substituiu o Kennedy, que mostrou virtudes no apoio e dificuldades na marcação, tanto é que o gol aconteceu no lado dele.

Além disso, o time da parte de baixo da tabela de classificação cresceu, forçou os lances naquele setor, e era realmente preciso fazer algo, tal qual o restante do jogo mostrou.

 O realista

Em suma, o treinador interino, que não perdeu nenhum jogo na Premier League desde quando substituiu Mourinho, não podia sequer cogitar a escalação de Pato.

Não sabe se ele terá intensidade, velocidade, força e entrosamento para fazer o que o time necessita para ganhar.

Deve ter as informações sobre como o atacante atuou quando foi elogiado aqui, e por isso não o colocou no gramado.

Osorio, porque Alexandre Pato solicitou, o colocou na esquerda, aberto, e permitiu que recuasse na marcação apenas até a linha que divide o gramado.

Isso é muito pouco para o padrão de exigência do torneio.

Ficha do jogo

Norwich City (5-4-1) – Ruddy; Pinto, Bennet (Mbokani Bezua), Martin, Klose e Braddy; Redmond, Howson, Tettey (O'Neill) e Hoolahan; Jerome
Técnico: Alex Neil

Chelsea (4-2-3-1) – Courtois; Azipicuelta, Ivanovic, Cahill e Kennedy (Baba); Matic e Fabregas; Traoré (Willian), Oscar (Mikel) e Hazard; Diego Costa
Técnico: Guus Hiddink

Árbitro: Lee Mason – Assistentes: Mick McDonough e Derek Eaton

 


Futebol, Mercado e Estado
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birner

De Vitor Birner

O lançamento de 'Futebol, Mercado e Estado', que propõe revolucionar a gestão do esporte no país, acontece hoje.  Raí (fez a apresentação da publicação) e muitos outros que apoiam as ideias e soluções apresentadas pelos autores irão à Livraria da Vila.

A ideia dos autores é que aconteça grande revolução no sistema, algo lógico, pois no atual formato administrativo quase tudo continua igual mesmo quando há a alteração dos dirigentes no poder;

''O futebol, que poderia representar um elemento de integração nacional, de desenvolvimento social e de crescimento econômico, continua a ser tratado como subproduto, tanto do ponto de vista econômico como cultural, o que é um duplo erro.''

''A solução está na criação da oferta, para que, depois, e talvez rapidamente, a demanda responda. E fundamental;  respeitando-se e se preservando os valores culturais do futebol'', argumenta Rodrigo Monteiro de Castro.

A maneira de se fazer isso é descrita, com profundo embasamento jurídico, no livro. Irei para trocar ideias com quem quiser falar disso, e obviamente doutros temas sobre o esporte.

livro futebol mercado e estado

Alguns pontos do projeto

– Criação de uma Comissão Nacional, com a participação de alguns membros do governo, como ministros da economia, educação e desportes, e convidados da iniciativa privada, como presidente da Bovespa, representante de clubes, do empresariado. Essa Comissão terá como missão estabelecer as diretrizes do mercado do futebol, que o financiará;

-Além disso, cria-se a sociedade anônima futebolística (SAF).

– A CVM paralelamente coloca em audiência pública uma instrução para regular a emissão de valores mobiliários por companhias constituídas por clubes, com ativos do futebol, e para criar um mercado de acesso às sociedades futebolísticas, estabelecendo um ambiente construído sobre pilares da boa governação e da transparência;

– Criação, pela Bovespa, do Bovespafut, ambiente que terá como objetivo estimular a emissão de valores mobiliários, que permitirão às SAFs competir no ambiente global com rigor fiscalizatório e informacional ainda maior.

– Criação de estímulos externos para desmutualização da CBF. Ou seja, para que abra seu capital, sob regras estatais bem definidas, que impeçam, por exemplo, que uma pessoa detenha participação superior a número fixado em lei; que qualquer acionista pessoa jurídica deva abrir o nome do “beneficiário final” pessoa física; que determinados negócios, que afetem o controle, sejam aprovados pela Comissão Nacional, que somente possa ser acionista da CBF residentes no país ou empresas constituídas de acordo com a lei brasileira, mesmo que tenham, elas, acionistas estrangeiros, etc;

– Formulação de um novo direito fiscal do futebol.

– Criação de um sistema que aproxime o futebol de crianças, comunidades e escolas públicas, com a participação de ex-jogadores profissionais, por intermédio de um sistema previamente regulado


Quase tudo igual no Palmeiras; Locomotiva ganha no Allianz Parque
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De Vitor Birner

Palmeiras 1×2 Ferroviária

A agremiação do interior teve mais posse bola, trocou maior quantidade de passes com percentual superior de acertos, finalizou a mesma quantidade de vezes e tentou 7 cruzamentos contra 21 do Alviverde.

Em suma, o elenco melhor outra vez colocou menos a bola no chão e teve dinâmica de jogo pior que o da agremiação que, em tese, deveria depender de lançamentos longos, cruzamentos e faltas ou escanteios.

Marcelo Oliveira, durante o jogo, alterou escalação e o esquema tático.

Tentou o 4-1-4-1, mas o time, apesar de melhorar assim, não conseguiu finalizar e tomou o gol tolo, nos acréscimos, após cobrança de tiro de meta diretamente para a meia.

Em suma, ainda não consegue evoluir.

A Locomotiva foi superior no 1° tempo e, mesmo após o crescimento do favorito, insistiu na proposta coletiva que se espera de times grandes.

Merece elogios. Havia atuado melhor que o Corinthians no empate e Lidera, por méritos, o grupo no Estadual. A pontuação é reflexo do desempenho  que mostrou nessas rodadas do torneio.

Locomotiva melhor

Marcelo Oliveira posicionou Thiago Santos como volante de marcação.

Jean e Robinho, pelos lados, formaram o trio da posição e foram encarregados do passe na defesa para o time não depender de lançamentos longos, pelo alto, na transição à frente.

Se conseguissem isso, teriam que chegar na meia, não necessariamente juntos, onde deveriam contribuir na articulação dos lances de gol.

Nem eles e nem os outros jogadores obtiveram êxito nesse que se transformou no grande dilema do Alviverde do Marcelo Oliveira.

Por isso, de novo a agremiação teve que investir em marcação adiantada e cruzamentos na área para tentar criar as oportunidades. O contra-ataque, outra opção tradicional desde a chegada do treinador, foi pouco tentado porque seria pífio aguardar atrás para forçar a Locomotiva ditar o ritmo e eventualmente abrir as brechas que os palestrinos necessitariam em tais lances.

Os afeanos insistiram em manter a bola no gramado. Tentaram sair de trás com ela de pé em pé, rolando,e  foram melhores que a o favorito nisso, apesar da dificuldade imposta pela marcação do oponente.

Nos momentos em que o Alviverde tentou fazer a transição à frente, a Ferroviária adiantou o sistema defensivo, forçou os equívocos dos zagueiros, laterais e volantes da agremiação que investiu bastante na formação do elenco, e por isso fez a proposta coletiva de Sergio Vieira ganhar o 1° tempo.

O gol, em cobrança de falta de Fernando Gabriel, foi com certeza ensaiado.

O quarteto de atletas ficou na barreira com os palmeirenses, o meia-atacante chutou em cima deles, no canto do goleiro, que por ter a visão encoberta foi pego no contrapé, demorou para ir na bola e não conseguiu fazer a intervenção.

Crescimento do Palmeiras

No intervalo, Marcelo Oliveira tentou alguns ajustes.

A marcação na frente melhorou, o que facilitou a retomada da bola.

Isso e a troca de passes no entorno da área empurraram a Locomotiva para trás. Mesmo assim, ainda faltou criatividade para transformar a superioridade na ocupação de espaços em oportunidades de mexer no resultado.

Alterações geram o empate palmeirense

Por causa dessa dificuldade de finalizar, o atacante Rafael Marques entrou no lugar do volante Jean,e Cristado no de Alecsandro.

O treinador alterou a escalação e o desenho tático do time para a tentativa de 4-1-4-1.

Thiago Santos permaneceu como volante de marcação, mas muitas vezes entre os quartetos.

O de trás com zagueiros e laterais, e da meia formado por Dudu, Robinho, Rafael Marques e Gabriel Jesus, que deveriam criar a oportunidade e entrar na área para o time chegar com maior quantidade de jogadores.

Rafael Marques, por exemplo, se posicionou em alguns momentos como centroavante, junto do Cristaldo, e realizou a flutuação ao 4-1-3-2.

O empate aconteceu assim, logo em seguida às alterações. Robinho tocou para Rafael Marques na área, ele dividiu com os zagueiros e a bola sobrou para o 'hermano' comemorar.

Erik foi para o campo na vaga de Gabriel Jesus, que não conseguiu manter o mesmo nível de futebol mostrado na goleada diante do XV de Piracicaba. As oscilações são normais, pois é novo e o time coletivamente não tem a consistência para ser forte e regular.

O Palmeiras continuou controlando as ações e em busca de outro gol, mas não encontrou brechas para finalizar.

Mexidas funcionaram

Sérgio Vieira colocou Danielzinho e e tirou Wescley, assim que o time perdeu o duelo no meio de campo.

Quando restavam cerca de 10 minutos, ciente que o Alviverde iria para frente por ter obrigação de ganhar, o treinador substituiu Fernando Gabriel por Mathes Rossetto e Samuel por Rafinha, meia-atacante e artilheiro da agremiação no torneio.

Sabia que havia considerável possibilidade de conseguir o contra-ataque, por isso fortaleceu a marcação na região central do gramado ao colocar atletas descansados, aumentou a velocidade na meia e na frente, Rafinha pode realizar ambas as funções, e investiu no momento inspirado do suplente.

Antes de o Alviverde empatar, Tiago Adan, em lance assim, perdeu grande oportunidade em frente ao Fernando Prass.

Os equívocos e o gol

Nos acréscimos, a Locomotiva conseguiu aquilo que o treinador planejou. Teve a cooperação do oponente, que cometeu o monte de erros tolos no sistema de marcação.

Rodolfo cobrou o tiro de meta diretamente ao ataque. Zé Roberto permitiu o quique da bola e foi além dela, que ficou com Matheus Rossetto.

O meia conseguiu fazer a assistência precisa para Rafinha, diante de Fernando Prass, chutar e comemorar.

Havia o mesmo número de jogadores de ambas as agremiações no lance. Não tinha cobertura e tampouco a chamada, no futebolês, compactação, pois a maioria dos palestrinos ficou na frente imaginando que o goleiro tentaria sair de trás com toques curtos tal qual na maioria dos 95 minutos.

Marcelo Oliveira e os jogadores    

O 'chutão', que é dos lances mais simples e óbvios, bastou para o sistema de criação afeano ficar mano a mano contra os zagueiros e laterais, e resolver o jogo.

Colocar tudo isso na conta apenas do treinador é confortável. Os atletas precisam se concentrar e ter a mínima leitura capaz de impedir tantos equívocos, como no gol de Rafinha.

O beabá da evolução coletiva

O setores do time continuam mais longe que o ideal uns dos outros.

Quando o meio-campo tem a bola, há dois atacantes abertos e outro quase grudado nos zagueiros.

Quando Marcelo Oliveira opta pelo trio de volantes para melhorar a transição, fica o vão entre eles e quem joga na frente.

O treinador tem a noção disso, mas, por alguma razão, nenhuma das escolhas consegue diminuir essas lacunas que forçam muitos lançamentos e toques longos.

Possui alguns atletas rápidos do meio para frente. Podem inverter de posição e de função, confundir os sistemas de marcação, tornar o time intenso e forte.

Para isso é imprescindível a transição á frente com a bola no gramado, não pelo alto, e mantê-la à frente da linha que divide o gramado.

Essas são as principais dificuldades da agremiação. Se não solucionar isso, a opção é se fechar atrás e investir nos contra-ataques, o que parece pouco se considerarmos a capacidade técnica de parte das agremiações que enfrenta e o investimento no elenco. Na prática não tem feito ambos.

Fundamental

O Rosario Central atua com a bola.

Teve muitos desfalques diante do Nacional e, se puderem atuar na 5f, tende a mostrar futebol melhor que o da estreia.

Ficha do jogo

Palmeiras – Fernando Prass; Lucas, Vitor Hugo, Roger Carvalho e Zé Roberto; Thiago Santos, Robinho e Jean (Rafael Marques); Dudu, Gabriel Jesus (Erik) e Alecsandro (Cristaldo)
Técnico: Marcelo Oliveira

Ferroviária – Rodolfo; Juninho, Wanderson, Marcão e Thalisson; Renato Xavier e Rafael Miranda; Wescley (Danielzinho), Fernando Gabriel (Matheus Rossatto) e Samuel (Rafinha); Tiago Adan
Técnico: Sergio Vieira

Árbitro: Thiago Duarte Peixoto – Assistentes: Rogerio Pablos Zanardo e Miguel Cataneo Ribeiro Da Costa