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Entenda por que o ouro do futebol não brilha
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De Vitor Birner

Em São Paulo, na região em que moro, Neymar cobrou o pênalti que garantiu a medalha de ouro ao Brasil e o grito de comemoração nas ruas e domicílios foi dos maiores que escutei. Nenhuma outra modalidade teve tal apoio da população.

Nem o vôlei masculino, o único esporte capaz de fazer cócegas no futebol se as referências forem identificação e apreço do povo, impressionante por chegar na quarta final olímpica seguida e ser campeão após oscilar na fase de grupos, conseguiu gerar comemoração tão intensa como a do que monopoliza atenções e exerce uma espécie de ditadura da preferência, a monocultura sólida e difícil de ser trocada pela democratização no país de pensamento conservador onde as pessoas reclamam do que acontece e repudiam e menosprezam quem pretende sair do padrão e fazer o coletivo caminhar em frente.

Qualquer raciocínio lógico mostra que o líbero da seleção Serginho é muito mais importante que Neymar para o esporte do país. O atleta do Barcelona por ser mais novo pode alterar isso durante a carreira, mas nesse momento são incomparáveis nas realizações, cada qual naquilo em que é especialista.

Há algo praticamente inquestionável e que de nenhuma forma desabona a conquista do time que teve em Neymar o atleta mais importante nos jogos eliminatórios.

A medalha de ouro do futebol masculino foi a mais opaca e a única pouco relevante que o Brasil conquistou. Nem é necessário tanta inteligência para compreender como a banda toca na épica e inigualável maior festa do esporte no planeta.

É muito simples

Quando Rafaela Silva entrar na tatame, ano que vem, do Mundial em Budapeste, todos que cobrem o evento dirão que é campeã olímpica.

Isso tem peso no currículo dos atletas. O mesmo vale para Thiago Braz no salto com vara no maior torneio do atletismo que começará em 5 de agosto, no estádio olímpico de Londres.

Isaquias Queiroz, o colecionador de conquistas, ilustre desconhecido antes da Olimpíada no país da monocultura no esporte, terá as medalhas ganhas no Rio de Janeiro citadas ao participar de qualquer torneio da canoagem.

Em quase todas as modalidades funciona assim.

Quem conseguiu ganhar medalhas, sejam de ouro, prata ou bronze, será mencionado pelos feitos que simbolizam superioridade técnica e física, e por isso considerado favorito em quaisquer torneios.

O futebol, nisso, é exceção.

O mundo, com razão, literalmente desdenha do feito, pois a competição é muito fraca. Os sub-23 'turbinados' pelos trios de atletas que as agremiações permitiram ir às seleções não representam a força das nações.

Quando Tite fizer a estreia nas eliminatórias contra o Equador, ninguém da imprensa internacional afirmará que os campeões olímpicos irão entrar no gramado.

O discurso será embasado em questões realistas do esporte, como a goleada que sofreu na semifinal, a sexta colocação na corrida pela classificação, a tradição dos únicos pentacampeões mundiais do planeta, a capacidade dos atletas chamados e a proposta coletiva do treinador.

Ao contrário do que acontece em quase todas as modalidades, a Olimpíada é irrelevante para quem analisa desempenho das seleções masculinas de futebol.

As outras que têm concorrência grande

Alguns dirão que o basquete se enquadra nas exceções. Se engana quem faz isso.

O nível técnico do torneio é muito alto. Como a NBA pertence a outro planeta do esporte, ser campeão da National Basketball Association confere aos atletas status maior que o de campeões olímpicos.

A qualidade muito acima da média mostrada pelos norte-americanos,

A qualidade muito acima da média mostrada pelos norte-americanos, não o desdém doutros países na montagem de seleções (sempre convocam os melhores atletas) ou quaisquer restrições da FIBA, confere tal relevância à espetacular liga de LeBron, Curry e Durant campeão no Rio de Janeiro.

Sérvia e Espanha serão citadas como ganhadoras de medalhas de prata e bronze pelos especialistas que fizerem avaliações da força dos países que irão participar do Eurobasket na próxima temporada.

Considerariam as conquistas em análises do Mundial, mas como o torneio será um ano antes da Olimpíada em Tóquio, as seleções devem ser alteradas e, consequentemente, as análises sobre as possibilidades de ganharem o torneio.

Golfe, tênis e boxe são as outras modalidades que não oferecem pompa maior aos que conquistam medalhas, se comparadas aos êxitos em torneios profissionais como o PGA Tour e em qualquer Grand Slam.

Mesmo assim, todo pugilista que se aventura pelo mundo das bolsas milionárias disputadas nos ringues de cassinos em Nevada tem o feito olímpico mencionado no início da empreitada.

Neymar, Gabrieis e todos têm méritos 

Futebol masculino olímpico é tecnicamente muito ruim, mas os jogadores que conseguiram o ouro podem ser aplaudidos pela conquista.

A CBF priorizou o torneio em detrimento da Copa América, queria o feito inédito e inócuo, e o elenco de Micale cumpriu a obrigação de ganhar e acabar com a neo-mania comercial que distorce os tamanhos dos feitos ao colocar todas as conquistas dos atletas em pacote igual.

As muito fracas África do Sul e Iraque, a Dinamarca pior ainda, a mediana Colômbia, a limitada Honduras  e o catadão da vice-campeã foram superados pelo promissor e hoje extinto time montado pelo treinador para essas duas semanas de muitas emoções geradas pelo esporte.

Comemorar com tanto entusiasmo ou é fruto do embalo olímpico, pois, reitero, não há nada melhor para quem ama o esporte, ou é sinal que neste momento parte da população se esqueceu como é gigante o nosso futebol.

O ouro nessa modalidade é migalha na história rica que tantos craques construíram. O Brasil foi o maior e mais admirado dentro dos gramados, raramente houve questionamento disso, inclusive além de nossas fronteiras, e não tinha a tal medalha;  quando consegue o topo dessa 'enésima divisão'  inserida no pacote da elite doutras modalidades, quase nada agrega à melhora urgente que Tite iniciou com a convocação para as eliminatórias.

Rodagem, experiência ao lidarem com as questões foram do gramado, como tivessem feito estágio, são os frutos que podem fortalecer a construção que iniciará o treinador.

Os jogadores campeões nada tem a ver.  Cumpriram o que todos exigiam. Era o máximo, em termos de resultado, que poderiam conseguir.

A Fifa mantém a força comercial do torneio que promove fazendo enormes restrições ao do COI. Isso é questão de grana e política que interfere na qualidade do  esporte.

Futsal deveria substituir futebol

O Comitê Olímpico Internacional, se fosse menos conservador, excluiria o futebol masculino. O feminino deve ser mantido porque o ouro tem maior relevância que o Mundial da modalidade.

O futsal, apesar de algumas seleções fortes serem formadas basicamente por atletas naturalizados apenas para poderem atuar e ganhar melhores remunerações, é  esporte mais identificado com a alma do torneio.


São Paulo e Inter empatam; jogo foi exercício de paciência aos torcedores
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De Vitor Birner

Internacional 1×1 São Paulo

Se combinassem, as agremiações teriam dificuldade para conseguir com tanta precisão aumentarem a insatisfação dos torcedores.

Mas, 'sí se puede'. O  jejum do Inter ficou maior, o São Paulo de novo teve desempenho aquém do possível e houve irregularidades no cumprimento das regras em ambos os gols.

Pobre na criação

Ricardo Gomes, nas entrevistas, afirmou que preferia em princípio manter a estrutura do time. Cumpriu ao optar por escalação e estrutura coletiva quase iguais as que Edgardo Bauza implementou.

Kelvin, Michel Bastos e Cueva no trio que pode ser quarteto se Hudson, colega de João Schmidt na dupla de volantes, avança para a meia.  Os laterais Buffarini e Mena puderam apoiar e a ideia era a agremiação tocar a bola no campo de frente.

O volume de jogo do time foi pequeno e o sistema de marcação, por isso, teve que ser o pilar do empate. Foram apenas quatro finalizações em todo o jogo.

O gol aconteceu em cruzamento na cobrança de falta. Hudson, centímetros impedido, participou e após a confusão na área, tomou o carrinho de Paulão. Houve o pênalti que Cueva acertou e comemorou.

O peruano foi o melhor da agremiação do Morumbi. Antes dos 34 minutos, quando fez esse gol, tinha conseguido o único chute do São Paulo e Danilo Fernandes feito a intervenção.

Fundamental: após isso, o jogador do Inter se transformou em torcedor no gramado.

Houve mais duas tentativas de o clube do Morumbi ampliar, nenhuma em direção ao goleiro que atuou no Sport.

Denis brilha após as alterações

O Inter teve a iniciativa de tentar o gol. Foi assim durante todo o jogo.

Apesar de conseguir algumas finalizações, não houve nenhuma grande oportunidade enquanto o treinador manteve a formação. Roth alterou o time após instruir os jogadores no período do descanso regulamentar.

Ariel entrou, Nico López saiu, o time que não conseguia entrar na área tocando a bola e finalizar em condições de igualar, aumentou a quantidade dos cruzamentos com o centroavante que faz o pivô.

Assim, forçou o Denis a fazer no mesmo lance duas grandes intervenções, além de outra no mesmo lance; em seguida, o Seijas finalizou e Lyanco desviou para o travessão quando a bola entraria no gol. O São Paulo teve sorte.

Ricardo Gomes, ao notar o aumento das lacunas, trocou Kelvin por Wesley. Queria aumentar a posse de bola, diminuir a velocidade do jogo e fortalecer o lado direito do sistema de marcação.

Mais tentativas para fortalecer a criação 

Eduardo Sasha fez alguns cruzamentos, se esforçou, mas tecnicamente rendeu pouco. Willian foi ao campo para jogar como atacante e ala na direita.

Apenas quando o Ceará se cansou e teve que sair, o campeão olímpico foi recuado à lateral, posição na qual habitualmente atua.

Durante alguns minutos a agremiação do Morumbi conseguiu manter a bola no meio. Tinha grandes lacunas para acertar o contra-ataque, mas não fez nenhum. O campo de frente no máximo com Chavés e os equívocos na transição anularam a hipótese de ampliar o resultado.

O mérito e a sorte

Mena, de carrinho, quase em cima da linha, impediu o gol.

João Schmidt foi mole na marcação, tinha que parar o lance no início,  e Ariel, na área, finalizou.

O chileno e o goleiro eram, naquele momento, candidatos a heróis do time que conseguia ganhar jogando pouco futebol. Isso acabou no gol de empate.

Paulão fez falta em Wesley no meio de campo .

O zagueiro tocou para Seijas cruzar e Lyanco, que tinha evitado o gol noutro lance, se equivocar no tempo de bola e permitir ao Ernando cabecear torto no pé de Mena, antes do Denis escorregar e observar a bola entrar lentamente no gol. A comemoração e principalmente o desempenho melhor turbinaram o time e a torcida que conseguiram igualar o resultado.

Oportunidade para encerrar o jejum

Buffarini desperdiçou a bola no meio de campo. Ariel tocou para o volante Eduardo Henrique, que foi derrubado pelo 'hermano' dentro da área. Pênalti no último minuto para encerrar o jejum e garantir a virada que o time tanto necessita.

Valdívia cobrou na direita, o Denis pulou daquele lado, mas a finalização para fora sequer exigiu do goleiro a intervenção.

Hudson e Michel Bastos saíram, nos acréscimos. Entraram Gilberto e Carlinhos, mas sequer participaram do empate.

Imagino que ninguém comemorou

As torcidas e os jogadores ficaram insatisfeitos. O Inter, apesar do desempenho mediano, foi melhor e teve a possibilidade concreta de ganhar.

O São Paulo, apesar de quase nulo na criação, poderia segurar o resultado favorável se o sistema de marcação mantivesse o rendimento após as alterações.

Os treinadores recém foram contratados e nenhuma das opções que fizeram no jogo merece grandes críticas. Obviamente, se imaginam que podem classificar as agremiações para a Libertadores, têm que arrumar as soluções para melhorarem muito o futebol que mostram nos gramados.

Ficha do jogo

Internacional – Danilo Fernandes; Ceará (Andrigo), Paulão, Ernando e Artur; Fabinho, Eduardo Henrique, Seijas e Valdívia; Eduardo Sasha (Willian) e Nico López (Ariel)
Técnico: Celso Roth

São Paulo – Denis; Buffarini, Maicon, Lyanco e Mena; João Schmidt; Kelvin (Wesley), Hudson (Carlinhos), Michel Bastos (Gilberto) e Cueva; Chavez
Técnico: Ricardo Gomes

Árbitro: Gilberto Rodrigues Junior (Fifa-PE) – Assistentes: Clovis Amaral da Silva e Cleberson do Nascimento Leite

 


Brasil teve sucesso no futebol das moças; reverencio todas as desbravadoras
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De Vitor Birner

O Brasil poderia ter melhor colocação no torneio olímpico. Os equívocos nas finalizações diante de Austrália quase impediram, e contra a Suécia fizeram isso. Na série alternada dos pênaltis ganhou das 'Matildas' e tropeçou contra as nórdicas.

No futebol isso tanto faz. O único mérito esportivo de quem possui mais qualidade é ter maior possibilidade para conseguir os resultados positivos. Norte-americanas jogam mais que as suecas e foram eliminadas.

As finalistas são a quinta força do futebol feminino atrás dos EUA, Alemanha, Canadá e Brasil, nessa edição dos jogos.

Por conhecerem os próprios limites e serem inteligentes na proposta de futebol conseguiram o privilégio de tentar o ouro.

Poderia ser mais

O padrão de futebol da seleção piorou na disputa pelo bronze.  O Canadá mereceu a medalha.  Se impôs com sobras, apesar de o resultado não mostrar.

Foi superior na parte coletiva ao manter o sistema de marcação adiantado na maior parte do jogo e impedir o Brasil de fazer a transição de bola à frente, na técnica ao executar os lances, e na física porque Marta e cia tiveram que correr mais para taparem lacunas geradas pelas dificuldades táticas e no toque de bola.

Acertou duas vezes as traves, fez o mesmo número de gols na Arena em Itaquera e, com mais capricho, sequer permitiria o esboço de reação após o gol de Beatriz fazendo o pivô preciso após o cruzamento em cobrança de lateral.

Contra quase tudo e todos

A torcida de milhões pelo futebol das moças será interrompida.  Durou duas semanas.

Talvez no Mundial da França, em 2019, se conseguirem a classificação, ganhem de novo o apoio. O mesmo vale para os Jogos de Tóquio no ano seguinte.

A cartolagem da CBF provavelmente 'manterá nos cofres da entidade' os milhões de reais arrecadados pela seleção masculina, em vez de investir no fomento da modalidade feminina. Promover torneios de clubes, aceitar o prejuízo econômico enquanto o esporte cai nas graças de mais gente e constrói mercado consistente é fundamental e pouco provável.

As mulheres que sonham em ser atletas devem ter a perspectiva de sobreviverem com salários ganhos no esporte.

Apenas as exceções conseguem. Os paliativos tais quais a seleção permanente e a Copa do Brasil são migalhas. Ninguém, racionalmente, ao observar as ofertas nessa área escolhe investir na carreira de jogadora de futebol.

As idealistas e as que não têm outra concretas opções, quando amam jogar bola, tentam e conseguem ultrapassar os enormes bloqueios gerados diariamente pelo monte de circunstâncias sociais e de gestão.

São poucas diante da quantidade que curte a atividade. Ganhar a medalha de ouro era, na prática, muito menos difícil que alterar isso no país de monocultura esportiva.  Torcer durante as Olimpíadas é simples.

Todas as modalidades com potencial para agregarem números ao quadro do COI a população apoia.

Política tradicional para manutenção de poder     

Qualquer balela que desperte o lado piegas do patriotismo é comprada por parte da população. Inclusive a que agora se transformou em moda sazonal, a tal do Brasil olímpico, apesar da as escolas públicas não terem quadras e muitas vezes sequer merenda.

O futebol feminino pode ser ferramenta de populismo barato. Quem afirma que ama a nação e sabe quais são as maiores necessidades, prioriza o esporte para a educação acima dos resultados em torneios.

Da quantidade se extrai qualidade. Os centros de excelência, há alguns no país e nem todos com estrutura, que aprimoram os principais atletas do esporte são o fim do ciclo do desenvolvimento de possíveis ganhadores.

O início, a base do fomento ao esporte no país, é praticamente nula e aleatória. Em meio as quase duas centenas de milhões de habitantes, surgem os malucos dispostos a contrariarem tudo, e desses os com talento acima da média esporadicamente obtêm êxito e medalhas.

Fundamental: iniciativas de indivíduos, dos cidadãos que têm projetos sociais nos quais incluem a prática esportiva, devem ser elogiados. Fazem o que caberia ao governo e posteriormente às federações das modalidades.

Muito além dos gestores

Aplaudo todas as brasileiras que jogam futebol, inclusive as amadoras que nunca tentaram o dificílimo feito de sobreviverem do esporte.

No país dos preconceitos, são criticadas se preferem a bola em vez de boneca – os maniqueístas devem lembrar que é possível gostar de ambas ou de nenhuma -, e quando conseguem gerenciar isso e se tornarem atletas, são apoiadas especificamente nos grandes torneios.

Apenas com muita coragem e amor pelo que fazem isso é possível. São desbravadoras das fronteiras do machismo, misoginia e doutras mazelas. Contribuem para a construção da harmonia coletiva indispensável na sociedade.

Diante de tantas barreiras que tiraram da frente e as que ainda têm, a quarta posição olímpica é feito, não fracasso, mesmo sabendo que com pouco de sorte e acertos nas finalizações obteriam resultado mais positivo.


Ouro manterá o tamanho do gigantesco fiasco no Mundial; a prata aumentará
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De Vitor Birner

Favorito e única grande que priorizou as Olimpíadas em detrimento ao torneio continental. O Brasil, por isso, tem obrigação de ganhar a medalha de ouro mais opaca da principal e melhor festa do esporte.

Se conseguir, por favor, que o torcedor e quem comenta futebol nem cogite a ideia que houve qualquer tipo de resposta, dentro do gramado, a altura do que houve na semifinal e gerou a folclórica carta da Dona Lúcia.

A seleção é maior que essas migalhas de resultados. Quando valoriza muito o que tem pouco valor, se apequena, despreza a própria história que tanta admiração gera na maioria dos amantes do futebol.

A modalidade nas Olimpíadas é como torneio estadual, ou talvez menos, para qualquer agremiação gigante.

O impacto da conquista, especificamente neste esporte e apenas no masculino, é nulo. Se alguém tiver dúvida, recomendo observar os 'hermanos'.

Reclamam dos 23 anos de jejum da seleção e nesse período conseguiram dois ouros; afirmam que o Messi nunca obteve êxito na seleção, apesar de o atleta do Barcelona ter sido referência no bicampeonato em Pequim

Tem mais: a Hungria é a nação com melhor desempenho na história do futebol masculino e isso nunca a credenciou a entrar no bloco de Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai e dos poucos outros que compõem a elite do esporte.

A conquista desse ouro é muito relevante para Nigéria, Camarões e quem compõe tal escalão futebolístico, assim como o estadual ao Ituano, Caxias e agremiações pequenas ou médias que raramente encerram à frente das maiores em quaisquer torneios.

Joga para frente

A Alemanha tem estilo similar ao que Rogério Micale implementa. Tenta manter a bola no campo de frente, força os lances pelos lados, atua em direção ao gol e oferece brechas no sistema de marcação.

Dentro dessa proposta de futebol, se distinguem porque os alemães tocam mais e insistem menos nos lances individuais que Neymar, Luan, Gabriel e Gabriel Jesus.

Os principais atletas germânicos sequer foram chamados, enquanto o 'nosso' mais habilidoso, o do Barcelona, ganhou férias e dispensa da Copa América para ser olímpico.

Isso exigiu a negociação com o clube da Catalunha.

 

Sim, compensa assistir à final

Elencos engajados na conquista, treinadores que exigem marcação na frente e iniciativa dos times em busca do gol.

A estética e a dinâmica tendem a divertir. A partida terá mais contribuições, algumas herdadas e naturais.

O peso de conseguir o resultado positivo por atuar diante dos próprios torcedores,  a maior estrela e, apesar de ser impossível minimizar nesse jogo o fiasco doutros compatriotas contra essa mesma camisa, a hipótese de ganhar apenas a prata que agregará pouquinho mais de sabor ao chucrute histórico cozido pelos europeus com sete ingredientes na região especializada em feijão tropeiro.

Assim é o futebol.

A lógica do esporte dribla a a matemática. O tamanho do êxito tem como referência as emoções impossíveis de serem medidas com números, alteradas com propagandas populistas, ou motivadas por carimbadas de federações décadas após os encerramentos dos torneios.

 


Ceni quer se preparar e retornar ano que vem ao São Paulo
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De Vitor Birner

Ficaria feliz por integrar a comissão técnica do São Paulo a partir do início da temporada. Tem colegas no Morumbi e isso chegou, obviamente com o ex-goleiro ciente que aconteceria, aos ouvidos do presidente da agremiação.

O assunto surgiu no vácuo entre a saída do Edgardo Bauza e a contratação de Ricardo Gomes.  A ideia, em princípio, do próprio ex-atleta, era ser o treinador do time.

O ex-goleiro Rogério Ceni (Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress)

O ex-goleiro Rogério Ceni (Crédito: Eduardo Knapp/Folhapress)

O ídolo da torcida pretende fazer ainda nesse ano o curso de técnico na Fifa. Não quer, enquanto se aperfeiçoa para exercer a função, aceitar nenhuma oferta.

O recordista de número de jogos pelo time adora o escolhido para suceder o 'hermano' .

Se Leco aprovar e ideia, há a possibilidade de o artilheiro e campeão em muitos torneios topar alguma função na comissão técnica. Tinha diálogo, inclusive para opinar a respeito do que ocorria dentro do gramado, com o atual treinador do time quando foram semifinalistas da Libertadores.

O 'estágio' pode ser construtivo na preparação para a exigente profissão que cogita exercer. Teria, provavelmente, o aval da torcida.

A questão política

Em abril [a data não for marcada, mas em regra é nesse mês], serão as eleições presidenciais.

Apenas os conselheiros votam e alguns entortam o nariz para o ex-atleta.  Hoje, as redes sociais pautam muitas decisões de políticos em distintas área da sociedade.

A grita dos torcedores por soluções mirabolantes, instantâneas, precisas e garantidas para o time ser campeão, tem alguma relevância na escolha do mandatário da instituição.

Situação e oposição necessitam confirmar os candidatos.

Leco, hoje o favorito a concorrer, sabe que, se quiser, pode agregar o popular cabo eleitoral.

A recusa permitirá que o bloco contrário aos atuais gestores tente arrebanhar o jogador que continuou no clube após a gestão de Paulo Amaral, apenas porque Juvenal Juvêncio e principalmente Marcelo Portugal Gouvêa bancaram. Falar não para Ceni em fase de jejum de conquistas é algo complicado no Morumbi.

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Contratação de Ricardo Gomes testa os dirigentes do São Paulo
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De Vitor Birner

Cartolas ou Bauza

O São Paulo tem dogmas de gestão do futebol implementados pelos responsáveis do departamento. O treinador se adaptar à metodologia vigente no CT da Barra Funda ao invés de concentrar as atenções como grande estrela é um dos mandamentos.

Tal convicção foi lapidada no início da temporada. após conversas com os mais renomados como Bielsa e Sampaoli. Os cartolas avaliaram que seria equivocado o modelo tradicional no país, no qual normalmente concentra na figura de quem escala e posiciona os atletas a plena estruturação do time.

Queriam minimizar os prejuízos pelas saídas de técnicos. Afirmam que o vestiário é da diretoria, não do Bauza, por isso quase tudo continua igual.

Avaliam que a chegada doutro treinador pode alterar 'apenas' a preparação e a proposta de futebol dentro dos gramados.

Os jogos restantes na temporada irão mostrar se conseguiram o que pretendiam. Mais que os resultados, o empenho dos atletas será a melhor referência. A manutenção ou o aumento da intensidade dirá que acertaram e o contrário pode ser avaliado mais como equívoco de quem gere a agremiação que do novo funcionário.

O mandamento que foi praticado

Ao escolherem Ricardo Gomes, os dirigentes foram coerentes com o que afirmam sobre o perfil do treinador.

Honesto e nada marqueteiro, o ex-zagueiro dispensa a auto-promoção nas entrevistas. Prefere ser educado e gentil ao invés de apelar às frases fortes que caem nas graças de parte dos torcedores.

Nunca comprou a ideia de ser melhor que os outros seres humanos por exercer função para qual é generosamente remunerado, e tampouco é do estilo neo-boleiro. Noutros clubes e no Morumbi, mostrou ciência de qual papel deveria exercer.

Tem perfil de quem pensa em ganhar mais que nos louros proporcionados por resultados positivos.

O preceito que seus criadores esqueceram

''Temos que fazer a torcida se orgulhar do time. Recuperar a auto-estima''

Esse foi, provavelmente, o mandamento mais vezes mencionado por dirigentes no CT da Barra Funda e nas reuniões de Gustavo Vieira de Oliveira com o presidente da agremiação.

Serviu como uma das referências para as contratações de atletas, Bauza, Pintado, cobranças ao elenco e proposta de futebol.

Lugano foi trazido por isso, assim como Getterson barrado. Fizeram grande esforço para Maicon ser do elenco porque o zagueiro é importante para o time, havia a Libertadores e, acima de tudo, a torcida exigia.

A chega do treinador que sucede o 'hermano' contrapõe a política vigente. A voz do povo e a voz de Deus foi esquecida nessa empreitada para supostamente fortalecer o futebol no Morumbi.

Em princípio, os cartolas imaginaram que teriam a aprovação da maioria. Mas, antes de fecharem, sabiam que a receptividade não era das melhores.

Monitoram as redes sociais e avaliaram que havia a rejeição, alguns conselheiros reclamaram, mas, dessa vez, mantiveram a ideia.

Difícil garantir

Ricardo Gomes é bom técnico. Quando cito o bom, falo para dentro, em tom moderado.

Conhece futebol, faz o arroz com feijão, e com simplicidade organiza os times.

Em regra, quando as agremiações contratam treinadores, é simples opinar porque conhecemos a filosofia de futebol e os atletas que terá disponíveis.  Os equívocos de avaliação são consequência do aprimoramento ou declínio do profissional que necessita resultados positivos.

Pode alterar e melhor tanto a metodologia quanto a proposta de futebol.

Tite é o melhor exemplo. Nas entrevistas, o próprio afirmou que fez ajustes antes de chegar ao Corinthians e, na seleção, outros serão necessários.

Dessa vez, tenho dúvida. É difícil opinar se o São Paulo acertou com Ricardo Gomes para dar sequência ao que Bauza fez e agregar as virtudes coletivas fundamentais para conquistar a Copa do Brasil e fazer a campanha a altura do potencial do elenco no torneio de pontos corridos.

O 'hermano' montou sistema de marcação competitivo, deixou estrutura que deve ser aproveitada, mas conservadora, engessada na criação. O sucessor deve saber como o time atua e o que fazer para aumentar opções e a agressividade nas tentativas de o time do Morumbi conseguir os gols.

Não duvido e nem aposto que será capaz de cumpri tal missão futebolística. Para opinar com embasamento tenho que  observar ao menos o início do treinador para saber o que pensa do elenco.


Brasil apenas cumpriu obrigação; futebol masculino olímpico é muito fraco
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De Vitor Birner

Brasil 4×0 Dinamraca

A torcida, no empate contra o Iraque, quis mais raça dos jogadores, apesar disso nem de longe explicar a atuação tão ruim quanto a da estreia.   . .

A seleção sequer merecia ser chamada de time, A falta de conexão dentro dos sistemas de criação e de marcação era enorme; havia o bando completamente dessincronizado  no gramado.

Some a ausência de inspiração dos jogadores mais técnicos à falta do entrosamento e terá a explicação dos resultados  bafana bafana e os iraquianos, se fossem de nível mediano, teriam feito gol.

A Dinamarca ou é do mesmo padrão ou ainda pior que os eliminados no torneio.

Neymar, Gabriel, Gabriel Jesus, Marquinhos, Renato Augusto e cia tinham obrigação de ganhar.

O time na Arena em Salvador tomou a iniciativa, ficou com a bola, mas as expressões faciais e reações dos jogadores após cada equívoco na finalização externaram a ansiedade para conseguirem o gol e o resultado positivo.

Rogério Micale formou o 4-2-3-1. Iniciou com Gabriel, Luan e Neymar no trio, Gabriel Jesus adiantado, e Walace na vaga do suspenso Thiago Maia.

O quarteto de frente é veloz, tem atletas que se mexem, e as características de todos se completam. Tiveram dificuldades similares as dos jogos anteriores  enquanto o resultado era empate. Gabriel Jesus desperdiçou a oportunidade em frente ao goleiro.

Desopilou e alterou  

O gol de Gabriel no lance clássico em que o cruzamento nasce do lado oposto ao de quem finaliza, teve tropeço do sistema de marcação dinamarquês, assistência do lateral Douglas Santos, e desmontou o 4-4-2 italiano com flutuação ao 4-1-4-1 que os nórdicos queriam impor.

Tirou toneladas de cima dos atletas, ofereceu alguma confiança ao time, forçou o oponente a sair de trás, consequentemente a abrir lacunas no próprio sistema de marcação, e o jogo ficou fácil.

As impressões após a classificação  

Luan ganhou a posição de Felipe Anderson e o 4-2-3-1 será mantido. Quem credita a melhora ao gremista tem que considerar que entrou durante os jogos anteriores na vaga do colega que supostamente mandou para a reserva e manteve ocriticado  padrão;

O esquema tático fortaleceu o time porque favoreceu a junção das características de todos. O trio atuou em regiões nas quais tem maior facilidade, Renato Augusto foi volante ao lado de Walace. Ambos apoiaram e foram à meia quando o time teve a bola no campo de frente. .

Antes, Felipe Anderson ou Luan tinha que formar o trio no meio de campo. ambos não conseguiram, e Neymar e Gabriel aturam pelos lados no 4-3-3 com flutuação ao 4-4-2.

O volante do Grêmio é outro que deve fazer o treinador cogitar alteração.

Walace merece elogios pela atuação, mas Thiago Maia, suspenso contra a Dinamarca, deve iniciar nas quartas-de-final. O santista foi o melhor do time nos jogos anteriores.

A classificação deve ser avaliada como a mínima obrigação cumprida pela única seleção que priorizou o torneio de futebol masculino olímpico, tecnicamente abaixo da crítica, em detrimento ao continental.

Neymar, o melhor do país, foi convocado para os Jogos em vez da Copa América, o que exigiu negociação com o Barcelona. Nenhuma outra grande seleção cogitou fazer igual.

Me pergunto se os jogadores teriam mostrado futebol similar, se o gol demorasse a acontecer.

É apenas questionamento, tenho a impressão que houve alguma melhora concreta, mas saberemos, na prática, diante da Colômbia.

Os gols foram de de Gabriel, aos 25, Gabriel Jesus, aos 40, ambos no 1º tempo, Depois Luan, aos 5, e Gabriel, aos 36 minutos, completaram o resultado.

Ficha do jogo

Brasil – Weverton; Zeca (William), Marquinhos (Luan Garcia), Rodrigo Caio e Douglas Santos; Renato Augusto (Rodrigo Dourado) e Walace; Gabriel, Luan e Gabriel Jesus; Neymar
Técnico: Rogério Micale

Dinamarca – Hojbjerg; Puggaard (Kasper Larsen), Gregor, Gomes e Blabjerg; Borsting (Rasmussen), Maxso, Jonsson e Vibe; Bruun Larsen e Brock-Madsen (Skov)
Técnico: Niels Frederiksen

Árbitro: Alireza Faghani (Irã) – Reza Ebrahim Sokhandan e Mohammad Reza Mansouri

 


Pênalti não marcado em Ábila ganha medalha de ouro das gafes no 1° turno
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De Vitor Birner 

Corinthians 1×1 Cruzeiro

Detesto comentar os lances nos quais as regras não foram cumpridas. Faço isso como prioridade nos posts quando alteram andamento e resultado ou são equívocos enormes.

O primeiro provavelmente, e o outro com certeza, explicam a manchete e a linha de raciocínio do post.

Prefiro opinar sobre dinâmica de futebol, propostas coletivas dos treinadores, atuações dos atletas e ambiente nos estádios, Alterei o conteúdo tradicional porque a exceção é necessária para ser honesto com os torcedores de ambas as agremiações.

Positivo e favorável

Giovanni Augusto rapidamente fez o gol. No Pacaembu lotado, onde os Alvinegros da arquibancada ainda se sentem mais confortáveis, o time tinha tudo para ganhar.

Mantendo, como possível com o atual elenco, o padrão Tite no sistema de marcação, continuou melhor durante todo o 1t, com posse de bola e poucas brechas para o Cruzeiro igualar.

Haja incompetência para cumprir regra 

Mas, poucos minutos após o gol, houve o lance daqueles absurdos, no qual Ábila ficou em frente ao Cássio e recebeu o chute violento na perna.

Foi o pênalti mais inquestionável de todo o torneio, era lance para exclusão, e Dewson Fernando Freitas mostrou o amarelo ao centroavante.

A nova regra afirma que o atleta ao fazer o pênalti em lance nítido de gol, deve receber o amarelo. Mas, nessa jogada, a força e o tipo da falta foram para o cartão de outra cor.

O acerto na cobrança do pênalti alteraria o resultado.

Poderia, obviamente, não acontecer. A exclusão aos 7 minutos com certeza encerraria a pequena superioridade do Alvinegro na maior parte do jogo, pois a proposta seria alterada e a posse de bola do Cruzeiro maior no campo de frente.

Imagino que os cruzeirenses, traumatizados pelos rigos de Sandro Meira Ricci no empurrão de Ronaldo que decidiu o torneio faz alguns anos, se lembraram por assistiram ao lance nos mesmos estádio e área do gramado.

Cruzeiro melhor enquanto tentou o empate

Após descansarem e escutarem as orientações dos treinadores, o andamento do jogo foi alterado.

A agremiação de Mano Menezes teve mais posse de bola no campo de frente, ofereceu o contra-ataque, e igualou com o golaço de Ábila após o cruzamento de Rafael Sóbis.

O artilheiro é destro e finalizou com o outro pé  tem potencial para ser ídolo, pois a média de aproveitamento pelo Huracán foi elogiável, inclusive nos jogos mais difíceis.

Depois o time recuou e o Alvinegro foi melhor.

O goleiro Lucas França, após a finalização de Bruno Henrique, quase tomou o 'frango clássico, no qual tentou encaixar a bola que correu pelo meio das pernas lentamente e em tempo de fazer o atleta intervir .

Guilherme, que havia entrado na vaga de Giovanni Augusto, desperdiçou grande oportunidades após Fagner tabelar com Elias e tocar para o meia, quase na pequena área, tocar por cima do gol ao invés de fazer o óbvio e comemorar.

Previsível insatisfação contra o técnico 

Cristóvão Borges é rejeitado por grande parte da torcida desde quando foi contratado. Os resultados a mantinham apoiando.

Quando, aos 32, trocou Romero por Marlone, os gritos de ''burro, burro'', foram entoados em setores do estádio.

Acho, queriam a saída do André, por avaliarem que há atletas mais esforçados na agremiação.

Romero, em muitos jogos, se equivoca por questões técnicas, mas nunca falta garra paraguaio.

Fundamental a citação

O único grande equívoco no cumprimento das regras foi o pênalti. Digo isso porque alguém afirmará a intenção de prejudicar e beneficiar os clubes.

A intenção de direcionar o jogo, mesmo quando feita competentemente, é possível ser notada por quem é experiente em observar e raciocinar como são os jogos de futebol.

Lógico, é possível cometer, em alguns momentos, equívocos ao avaliar isso, mas nesse jogo não houve a tal fabricação de resultado.

Foi incompetência das grandes no lance que alteraria o andamento e aumentaria consideravelmente a possibilidade cruzeirense de ganhar.

Ficha do jogo    

Corinthians – Cássio; Fagner, Yago, Balbuena e Uendel; Bruno Henrique e Elias: Romero, Giovanni Augusto (Guilherme) e Marquinhos Gabriel; André
Técnico: Cristóvão Borges.

Cruzeiro – Lucas França; Lucas, Manoel, Bruno Rodrigo e Edimar; Henrique, Ariel Cabral (Willian), Robinho e Arrascaeta (Rafinha); Rafael Sobis e Ramón Ábila.
Técnico: Mano Menezes.

Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA) Assistentes: Marcio Gleidson Correia Dias e Helcio Araujo Neves


Inter necessita novo treinador; o ideal seria ter outro presidente
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birner

De Vitor Birner

Havia treinadores melhores

O Inter, quando trouxe Argel, atualmente invicto no Figueirense, tinha que saber como o treinador pensa o futebol.

E ao escolher Falcão, que investiria em alguém com perfil oposto ao do antecessor e ainda 'devedor' de grandes momentos como técnico.

Hoje, como solução para os próprios equívocos de gestão, os cartolas mostraram o bilhete azul ao melhor volante que acompanhei e maior ídolo da agremiação, pois os resultados são abaixo da crítica.

A velha história do futebol

Os cartolas cometem gafes mais que óbvias, equívocos primários e previsíveis, quando contratam atletas ou técnicos, depois trocam os funcionários e por isso muitas vezes aumentam as dívidas dos clubes.

Nunca renunciam por incompetência no exercício dos cargos. Os dirigentes fornecem mão de obra gratuita, mas, na prática, o custo de tais escolhas talvez seja maior que a remuneração de alguém capaz de fazer a labuta para qual os dirigentes foram eleitos.

Rescisões de técnicos, comissões de empresários dos jogadores comuns, reforços que não reforçam, ações trabalhistas, tudo onera o clube e diminui a capacidade para montar time mais qualificado às conquistas.

São centenas de milhões de reais para políticos administrarem e gastarem.

Pìfero tinha que mexer e renunciar    

O elenco do Inter é melhor que os resultados do time. A série de tropeços tem a ver com as escolhas do presente.

A correção de rumos era necessária e deveria ser mais ampla que simplesmente alteração de treinador. O próprio mandatário, se tiver amor pela agremiação, sabe que é possível gerir melhor o futebol. Deve ter alguém capaz de fazer o torcedor eleito presidente  mais feliz com os resultados dentro do gramado.

Nem questiono as contrações, pois algumas foram elogiáveis. Nico López é o mais promissor dos estrangeiros que chegaram na janela de transferências. Na Libertadores, qualquer pessoa amante do futebol observou o potencial do jogador.

Se trouxesse o jogador antes do torneio e por menos dinheiro teria feito algo especial ao invés de óbvio.

Sí se puede

A campanha no torneio de pontos corridos foi comprometida e restou a hipótese de ganhar a quase lotérica Copa do Brasil, que pode proporcionar, tal qual aconteceu noutras temporadas, ao clube rebaixado o sabor da conquista.

O Inter, pela qualidade do elenco se comparado aos dos concorrentes, não deve proporcionar tal desgosto ao torcedor e nem pode ser descartado no torneio que oferece apenas uma vaga na Libertadores.

Mesmo assim, é inquestionável que os equívocos de gestão superam os acertos.

O time tão grande necessita mais que torneio estadual.

Observe o grupo de atletas Grêmio. Roger não tem mais talento que o concorrente e gera regularmente futebol de qualidade melhor. Conseguirá enorme feito, se for campeão com o atual elenco.

A lógica das individualidades, do potencial, sugere que a Arena do Beira-Rio deveria ficar acima da que pertence ao Imortal Tricolor na pontuação dessa edição no torneio de pontos corridos.

Deixe alguém mais capaz optar

Por isso, o presidente do Internacional, se abdicasse do cargo,  faria algo positivo para o clube.

Como dificilmente acontecerá a saída – sequer deve compreender tecnicamente dinâmicas de futebol e consequentemente o que os treinadores podem proporcionar ao elenco – poderia solicitar a alguém mais capaz a escolha do próximo responsável por escalar e preparar o time para os jogos.

Tem, a favor, o desempenho atual. O futebol, dentro do gramado,  não ficará pior com a chegada de qualquer técnico.

O mercado 

Muito pobre de opções com rodagem e qualidade acima da média. Assim é o pacote dos treinadores no país.

Pífero deve ter cogitado o Luxa, apesar de nessa década ter sido um dos piores do país. Com certeza Celso Roth, campeão da Libertadores pela agremiação, provavelmente foi ao menos especulado nas conversas para saber em qual técnico investir.

Roth é como o Argel, todavia mais experiente, hoje em dia ainda melhor, e com rejeição tanto de colegas gaúchos quanto dos torcedores.

Há os mais novos.

Ávidos pelas oportunidades em clubes do tamanho do Inter, serão questionados por qualquer tropeço normal, além de terem que arrumar soluções imediatas ao time idealizado no inicio da temporada para priorizar a marcação, depois alterado com a meta de ser mais criativo, e que hoje é incapaz de fazer ambos porque essas mexidas filosóficas impediram o desenvolvimento da personalidade coletiva.

Os estrangeiros necessitam conhecer a cultura e os jogadores de nosso futebol. A maratona dos pontos corridos no calendário apertado tende a tornar mais lenta a adaptação. Tal ideia teria lógica se imediatamente fosse iniciado o planejamento para a próxima temporada.

Diego Aguirre, para incômodo de muitas, talvez fosse, agora, a melhor escolha.

Conhece elenco e o clube e pode abreviar a urgente melhora do futebol.

Se preferir o populismo, o cartola tem a possibilidade do Abelão. Deverá convencer o campeão do mundo a aceitar pegar o bone andando, o que o técnico em regra recusa, e gastar fortuna de salário para ter o funcionário conhecido pelo caráter elogiável e capacidade para fazer taticamente no máximo o arroz com feijão saboroso.


Fenômeno olímpico; festa combate os preconceitos e preconceituosos gostam
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birner

De Vitor Birner

Para sonharmos acordados 

''Somos todos iguais'', afirmou Tomas Bach, secretário geral do Comitê Olímpico Internacional, durante a bonita cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.

Questões como a inclusão dos deficientes, combate ao racismo, apoio a diversidade sexual, preocupação com a ecologia e solidariedade aos refugiados tornaram a festa mais rica de emoções e alegria. A simplicidade combinou com a cultura e estilo nacionais.

Nada de mostrar ao mundo o país que inexiste.  Os discurso de Carlos Arthur Nuzman em tom populista, forçado e carregado de clichês tornou ainda mais nítido como a banda toca na nação que, durante meia quinzena, concentrará parte da atenção de bilhões de cidadãos pelo planeta.

A colonia italiana deveria ter sido mencionada pela relevância em nossa população, a questão do preconceito de classe, dos maiores que há aqui, merecia entrar no pacote dos problemas sociais abordados na abertura, houve alguns equívocos, mas tanto o propagandismo do burocrata quanto a imprecisão em ter pauta plena dos temas são normais nesse tipo de evento.

A festa merece elogios. A maioria dos frequentadores das redes sociais aplaudiu, muitos, impulsionado pela emoção, citaram o sentimento de orgulho por serem brasileiros, pois naquelas horas pré-acendimento da tocha o país parecia preparado para ter a almejada paz e a harmonia coletiva.

Pensar, raciocinar, refletir, escolher, melhorar

Somos subdesenvolvidos socialmente. Uma nação ultra-corrupta, que elege, reelege e luta por corruptos.

Que carrega preconceitos raciais, de classes sociais, religiosos, de gênero sexual, além de ser machista.

Contraditoriamente, não gostamos de nada disso. A absoluta maioria da população quer o país muito melhor.

A dicotomia entre o anseio e a ação é enorme. Paralelamente a embriaguez ideológica pirotécnica e cultural da festa, algo acontecia nos hospitais públicos, nas ruas e onde mais há famintos, necessitados de teto e agasalhos, e no restante das florestas continuamente desmatadas.

Destruímos a natureza, a qual pertencemos 

Os governos incompetentes e nada confiáveis nem tudo podem resolver. A população pode contribuir.

Em vez de sujar as calçadas, jogue o lixo no cesto Se possível, recicle. Há maneiras simples e diretas para beneficiar a ecologia.

Economizar água, plantar uma árvore e ser crítica com o sórdido e asqueroso holocausto animal promovido pela indústria que enriquece negociando dejetos de animais, satisfazendo o paladar desenvolvido pelo homem de neandertal em troca das dores dos sencientes, é indispensável.

Crer que haverá a paz em meio aos acostumados com sangue e indústrias de armas é como acender palito de fósforo e jogar no mar esperando que toda a água evapore.

Inteligência superior e poder deveriam servir para proteger, não explorar os menos capazes. Quem crê que o mais forte deve prevalecer, a primitiva lei da selva, tem que ficar em silêncio quando o Estado,  criação humana para supostamente simplificar a existência da espécie, explora, oprime a população e oferece regalias aos governantes.

O preconceito tem cor branca

O racismo é endêmico. Foi cristalizado na sociedade de maneiras que muitos sequer notam.

Colegas, nas transmissões do evento, acertaram ao ressaltar a necessidade de encerrar o preconceito. Argumentaria exatamente como fizeram, o que não nos impede de notar que raramente há negros apresentando os programas.

Garanto, não é por falta de capacidade. As escolas particulares são em regra melhores que as públicas e têm alunos predominantemente caucasianos. A profissão exige a formação específica.

Essa distorção foi criada pela própria sociedade.  Além disso, há o padrão estético e comercial que predomina. Lembro que os maiores tiranos da história moderna, como Hitler e Stalin, eram brancos.

O problema é muito maior que a quantidade pequena de negros em altos cargos de empresas. Qualquer distinção feita por alguém com raciocínio embasado na cor do semelhante ao entrar em algum local,  dirigir o carro, paquerar a parente e tudo mais nessa linha é racismo, inclusive se quem não os enxerga como iguais quiser a felicidade de ambos.

Somos todos iguais

Com homossexuais o raciocínio é idêntico. Sofrem, hoje, provavelmente mais que todos os grupos de excluídos.

Os refugiados, merecedores de apoio, foram aplaudidos, mas quando o nordestino é obrigado a largar a família para ganhar merreca de salário com enorme esforço nos estados mais ricos, é criticado por muitos nascidos nas regiões sul e sudeste.

De São Paulo para os lados e abaixo no mapa, a população deveria agradecer pelo sacrifício dos compatriotas. Pertencem a mesma nação e é o fim do mundo alguém ser forçado a sair de onde ama para tentar subsistir.

Os cadeirantes e outros portadores de necessidades especiais são minorias que fazem rali quarteirão após quarteirão.

Idas ao supermercado, banca, farmácia, simples para a maioria, são muito mais difíceis porque falta estrutura básica nas cidades.

Fundamental: têm o direito ao lazer, o que exige melhora e mais adaptações no transporte público

Eles 'devem' gastar; elas economizar 

O machismo é cultural. O homem que tem muitas amantes ganha status, e a mulher que faz igual é chamada de puta pelos fiscais das genitálias alheias e criadores de éticas específicas para pênis e vaginas.

Dinheiro secundário 

A hora de existência que o pobre dedicou para ganhar a remuneração tem os mesmos minutos e segundos que a do rico na labuta com intuito de engordar a conta bancária.

A quantia que recebem é muito distinta por padrões determinados pela sociedade materialista, mas do ponto de vista do respeito que merecem, sejam office-boys, garis, empresários ou jogadores de futebol, é idêntica.

Individual

Todas essas mazelas têm como ferramenta o direito que o indivíduo se oferece de julgar os outros, sejam estranhos ou conhecidos. Faz como raciocínio reflexo. Sequer pensa muito.

Quando isso for alterado e o primeiro pensamento for no sentido de compreender e ser indulgente, de exercitar o perdão, os vigentes entraves para a harmonia coletiva serão apenas textos que mostrarão como a humanidade era primitiva e destrutiva, e haverá naturalmente solidariedade e paz.

Garanto, nenhum saque, ipon, salto, corrida, arremesso e nado tirará os obstáculos sociais das mentes conservadoras.

Muito exercício diário,  de ética e não físico, por prazos maiores que os de preparação de atletas para os Jogos, são fundamentais e não dependem de governo ou dinheiro. O abandono do egoísmo é iniciativa pessoal.

O espetáculo

Excelente Olimpíada a todos! Apesar de ser feita onde havia outras prioridades – se a população tivesse maior preocupação coletiva o dinheiro público seria gasto em urgências e o país-sede outro – é a maior festa que existe do esporte.

Algo, para quem ama os Jogos, realmente único e inigualável.

In memorian

O assassinato da Juma, a onça, durante o caminho da tocha olímpica, foi mais uma aberração do antropocentrismo.

O homem urbano, se quiser ficar próximo da natureza, deve saciar a curiosidade e ir à floresta, em vez de trazer o ser que teve quase todo habitat extinto em nome do progresso que hoje exige mais matas e preservação de todas as espécies criadas por Deus.