Dorival errará se Cueva iniciar o clássico, seja qual for o resultado
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De Vitor Birner
A generosidade
Perdão é indispensável na construção social. Sem indulgência a harmonia coletiva não passa de uma utopia impossível de ser transformada em rotina.
O oposto disso é a tal da punição, uma tolice que a humanidade egoísta cultiva para mascarar anseios de vingança, mostrar quem manda e miseravelmente reduzir em imposição a necessidade da educação.
O atleta
Cueva se desculpou e afirmou que o funcionário postou as besteiras explicando o motivo de pedir dispensa do jogo contra o Mirassol. Foi protocolar.
O jogador, se permenecer no clube, tropecará mais vezes na incompreensão do que é necessário para aproveitar o dom de jogar futebol e fortalecer o coletivo.
Terceirizou o equívoco, tal qual após se recusar a ir para Mirassol. Se mostrasse que entendeu a dinâmica de preparação do time, seria possível imaginar mais empenho do peruano em ganhar torneios.
O elenco
Os colegas de Cueva sabem o abismo que há entre o que pensam e declaram os jogadores do futebol. Estão imersos na era da comunicação planejada para o público consumidor ávido por heróis e tão rigoroso quanto volátil para formar opiniões.
Em suma, grande parte dos atletas entende ou aceita o que é necessário para o esporte como produto, mas sabe que os protocolos são inúteis dentro do gramado.
O peruano criou uma divisão. Enquanto quase todos se esforçam, recebem críticas e se unem para fortalecer o time, o avoado pensa em si e mostra que não está em sintonia com o planejamento dk coletivo.
Dorival pode incomodar o elenco se iniciar com Cueva no clássico.
A construção
No momento, Cueva é mais jogador que Brenner ou Shaylon.
Após a crise, precisando jogar em alto nível, a possibilidade do São Paulo conseguir resultado positivo no clássico aumenta com o atleta no gramado.
Mesmo assim, Dorival não pode ceder.
O aval para o Cueva atuar cabe apenas ao elenco.
Nem se Deus fosse ao CT da Barra Funda e afirmasse para o treinador que sem Cueva o São Paulo perderá e com ganhará o clássico, Dorival deveria alterar o planejamento da temporada.
É melhor tropeçar em campo e manter a construção do ambiente competitivo. O tema, se alguém não entendeu, é respeito e valorização do coletivo.
Técnica é importantíssima, mas, como mostraram as últimas temporadas, prevalevece quando o time está acertado.
A torcida
Há opções para cada torcedor da agremiação do Morumbi. Pode reclamar, lembrar do jejum conquistas, ofender algum jogador ou técnico para externar a raiva e dificultar a construção.
Ou pode tentar contribuir para o time ter a paz, no padrão que o futebol permite, e implementar o planejamento que aumenta a possibilidade do São Paulo em alguns meses ser competitivo.
Atletas que pouco se empenham merecem críticas. Os esforçados devem ser respeitados.
A inteligência sugere as críticas para o técnico que indicar jogadores incapazes ou a direção por se equivocar nas contratações.