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Luxa tem dificuldade com futebol mais elaborado e coletivo:por isso reclama

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De Vitor Birner

A conquista

Josep Guardiola opina em contratações. Solicita e os dirigentes do Manchester City reforçam o elenco, tal qual foi no Bayern de Munique e Barcelona.

Os cartolas escutam o técnico porque, em campo, seus times jogam bom futebol.

O treinador na Europa, em especial o de clube endinheirado, e essencial para a agremiação investir nesse ou naquele atleta. Vanderlei Luxemburgo se equivoca ao afirmar que todos são os terceiros ou quartos no processo de construção dos elencos.

A sabedoria

Os encargos do diretor executivo são adaptados as necessidades da agremiação. Se o técnico for competente para escolher e explicar por quê indicou jogador x ou y, qual utilidade terá no planejamento tático e como o time atuará, pode ser atendido.

A regra é fácil. O investimento precisa ser construtivo. A dinâmica foi adaptada ao contexto atual do futebol.

Imagine se alguém pedir contratação porque recebe propina do empresário ou do time que cedeu o atleta. Se quiser o jogador pouco esforçado e coletivo. Ou pedir alguém sem capacidade técnica para melhorar o desenho e os resultados.

É obrigação do gestor zelar pelos recursos do clube.

No Brasil, onde o técnico que estuda e desenvolve conceitos atuais pode ser motivo de piada, apelidado de Professor Pardal, tema de discussões porque fanfarronismos boleirísticos corporativistas são estrategicamente citados para enrolar a massa resultadista,  'haters' e modinhas, dirigentes precisam conhecimento e equilíbrio para raciocinar fora desse tsunami virtual que interfere em decisões de muitos clubes.

Os técnicos

Alguns são bons para montar elencos competitivos sem tanto investimento. Outros sabem gerenciar atletas rodados. Uns desenvolvem habilidades de quem estava nas categorias de base. Há o merecedor de elogios porque é ótimo para implementar a proposta coletiva.

Os cartolas precisam ter plena noção do tipo de contribuição que pretendem quando contratam o treinador e os atletas.

No país, raros dirigente e técnicos agregam todas essas capacidades no futebol.

A opinião

A plena interferência que Luxa reclama é obsoleta. Como numa empresa, o direito de opinar sendo ouvido é uma conquista por mérito. O empírico diminui onde sabedoria e conhecimento prevalecem.

Foi gigante, teve oportunidade na seleção, Real Madrid, em clubes enormes do país, mas desde então nunca mais construiu um grande time de futebol.

Há tempos não repete padrão que gerou tantos elogios. Os jogadores solicitados aos dirigentes do Sport mostram a dificuldade para se atualizar e atingir o patamar de colegas. Além disso, montou o sistema de marcação vulnerável e insuficiente para o padrão do torneio de pontos corridos.

Por que o cartola disposto a contratar o técnico com o rendimento como esse deve encampar todas as suas solicitações?

As de Maurício Pochettino, Jorge Sampaoli, Carlo Ancelotti, José Mourinho, Guardiola e de outros são atendidas porque conquistaram tal 'regalia' no planeta do futebol.

O respeito

Capacidade tem. Desdenhar disso é equivoco. Se alterar conceitos e métodos, Luxa pode elevar o padrão e conseguir mais grandes conquistas.