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Pelo futebol que jogou, Grêmio pode comemorar o resultado diante do Lanús

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De Vitor Birner

Grêmio 1×0 Lanús

É uma final de Libertadores. Tudo se resume a ganhar.

O Grêmio tem que comemorar. O andamento não foi para conquistar o resultado positivo. O Lanús, no 1°t, impôs o ritmo que planejou.

Lanús melhor

Renato Gaúcho queria velocidade, intensidade para facilitar a arquibancada 'entrar em campo', mas os 'hermanos' cadenciaram, tocaram a bola e tiveram os dois melhores momentos de gol.

Marcelo Grohe brilhou no cabeceio de Braghieri, lance muito difícil e, antes, cumpriu a obrigação de evitar o gol após Martínez de fora da área finalizar.  Aumentou a enorme contribuição para o clube nessa edição da Libertadores.

O Grêmio teve duas. Andrada, o goleiro, se equivocou nos toques com os pés, mas nem assim o gigante mostrou competência para finalizar.

Pouco criativo

O clube nacional, após o descanso dos elencos e os técnicos orientarem os times, adiantou o sistema de marcação. Dificultou para o Lanús manter a bola.

O 'Granate', forçado pelo acerto do time que almeja o tricampeonato da Libertadores, investiu nos inúteis lançamentos para a frente – muitas vezes nem o centroavante Sand estava adiantado – e teve que gerir dinâmica incômoda no gramado.

Se não fosse pelo gol, mereceria grandes aplausos.

A imposição

O Grêmio atuou o 2°t no campo de frente. Continuou com dificuldade para finalizar.

Uma vez, Cortez, de fora da área, exigiu a participação de Andrada, que desviou para escanteio.

A alteração

O treinador mexeu para fortalecer a criação. Fernandinho foi anulado pelo sistema de marcação e Everton ganhou oportunidade na final da Libertadores.

A dinâmica continuou igual. Grêmio no campo de frente e quase nulo para achar lacunas e finalizar.  Tinha que entrar na área ou, no mínimo, de algum setor forçar Andrada a participar mais da final.

Renato, por isso, optou pelo padrão. Cícero por Jailson para aumentar o potencial do time nos cruzamentos.

Em seguida optou por Lucas Barrios fora e Jael em campo.

O acerto

O Grêmio, no Brasileirão, é o 'lanterna' nos cruzamentos. Investe na construção com técnica e lances bem planejados.

Diante do sistema de marcação que impedia executar tal proposta de futebol, os laterais avançaram constantemente e o time tentou, em vão, ir á linha de fundo para colocar a bola na área.

Restou apelar ao tradicional clichê que tantas vezes é eficaz nesses momentos. Investiu no chuveirinho e comemorou.

Jael desviou após o sistema de marcação bobear e Cícero finalizou diante do goleiro.

O ambiente

A arquibancada, depois do gol, aumentou muito o barulho. A torcida empurrou a agremiação para ampliar o resultado.

Lanús quis manter a bola, pretendia esfriar o jogo, mas teve que lidar com o Grêmio fortalecido após o 1×0 e em clima de final da Libertadores.

As polêmicas

O Grêmio reclama de dois lances. O amarelo para Kannemann – García recebeu no mesmo lance –  foi exagerado e o zagueiro então pendurado terá que assistir ao último capítulo dessa Libertadores.

Nos acréscimos, Braghieri foi amarelado e, tal qual o compatriota, será um torcedor ao invés de entrar no gramado.  Mereceu o cartão.

A falta gerou o cruzamento e grandes críticas de Renato e cartolas do clube.  Jael, que não conseguiria cabecear porque o goleiro acertou o tempo do lance para rebater a bola, foi empurrado na área.

O Grêmio queria o pênalti e que o árbitro utilizasse as imagens disponíveis na decisão da Libertadores.

Na grande maioria dos momentos similares, a arbitragem segue o jogo. Permite puxões e empurrões dentro naquele setor do campo. O critério é assinalar pênalti, se o atleta que pretende o gol estiver na frente e for impedido de finalizar,

Reitero: aconteceu a falta, dentro da área, no centroavante.

Quem foi ao gramado cumprir as regras adotou o critério tradicional do futebol. Os dirigentes, se pretendem uma alteração, têm que orientar os trios ou quintetos e divulgar antecipadamente para clubes e torcida, em vez de implementarem silenciosamente no principal jogo da temporada no continente.

As regras devem ser iguais em todo o torneio.

Ficha do jogo (atualizando)

Grêmio – Marcelo Grohe; Edilson, Pedro Geromel, Kannemann e Cortez; Arthur e Jailson (Cícero); Ramiro, Luan e Fernandinho (Éverton); Barrios (Jael) Técnico: Renato Gaúcho

Lanús: Andrada; Gómez, García, Braghieri e Velázquez (Aguirre); Marcone, Martínez e Pasquini; Alejandro Silva, Sand e Acosta Técnico: Jorge Almirón

Árbitro: Julio Bascuñán (Chile) – Auxiliares: C. Astroza e C. Schiemann