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Com Neymar seria goleada; futebol do time foi pior sem o barcelonista

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De Vitor Birner

Venezuela 0x2 Brasil

Tite manteve a coerência e a proposta coletiva. Formou o 4-1-4-1 com os atletas taticamente atuando como fazem nas agremiações.

O quarteto em frente ao volante Fernandinho teve  Willian na direita, Paulinho e Renato Augusto por dentro, e Phillippe Coutinho no setor 'do' suspenso  Neymar,

O sistema de criação investiu mais que nos jogos anteriores em lances pela direita; do outro lado o atleta do Liverpool foi incapaz de manter o padrão do barcelonista, caiu de rendimento se a referência for o próprio futebol que mostrou desde a estreia do Tite, tal qual houve com o futebol do time diante da Venezuela.

Mereceu ganhar porque criou mais oportunidades e a queda na dinâmica de futebol foi insuficiente para tornar o jogo difícil diante de uma das zebras à classificação.

Concentração e raciocínio

Dani Hernãdez se equivocou e o Gabriel Jesus, atento, ficou com a bola e teve muita categoria ao finalizar por cima do goleiro. Era tudo o que necessitava a seleção no jogo em que o sistema de criação caiu de rendimento pela ausência do atleta do Barcelona.

A Venezuela forçou os lances pelos lados e apenas em cobranças de falta exigiu mais do sistema de marcação que parou Equador e Bolívia, e desde a chegada do treinador  tomou o gol apenas diante da Colômbia nas eliminatórias. O jogo foi tranquilo para os favoritos.

Mais capricho nas finalizações e nos contra-ataques garantiriam maior facilidade. A queda na produtividade do lado em que Neymar atuaria foi nítida, apesar de Renato Augusto, naquela região do gramado, ter construído o lance no qual Willian festejou.  .

A inteligência para o futebol é a grande virtude do assistente no segundo gol.

Tem a leitura no gramado para fortalecer o coletivo e escolher os lances. A maioria dos atletas cruzaria por cima ou tentaria a pancada ao meio da área.

O capitão preferiu tocar por baixo e facilitou para o colega, que se movimentou com precisão precisa, finalizar e comemorar.

O apagão e a moleza

O treinador venezuelano orientou o sistema de marcação a tentar retomar a bola na área de Alisson. Tinha lógica a proposta porque a seleção necessitava criar as oportunidades para igualar.

Mas, se o Brasil estivesse inspirado, provavelmente golearia.

Os zagueiros Velásquez e Ángel, na linha que divide o gramado, foram os atletas mais recuados da Venezuela quando tentou ocupar o campo de frente, e ambos tinham o amarelo.

A zebra ofereceu lacunas que combinam com as características dos times que Tite coloca no gramado.

A tendência era a dupla ser forçada a apostar corrida com Willian, Phillippe Coutinho e Gabriel Jesus. O Brasil criou os lances nessas brechas, mas em quantidade menor que a dos jogos anteriores e nenhum redundando em comemoração do elenco.

Essa dificuldade na transição veloz à frente e a marcação pelos lados, menos consistente que diante de Equador, Colômbia e Bolívia, com certeza foram observadas pelo técnico.

Poderia, antes, fazer as alterações, mas como o resultado positivo era mantido com facilidade insistiu com quem iniciou.

Talvez porque os refletores se apagaram, preferiu tentar fazer ajustes ao invés de mexer no time.

Depois tirou Phillipe Coutinho e pôs Giuliano para otimizar aquele lado.

Fez igual com Taisson no de Willian para melhorar o outro. O jogador dos 'Blues' saiu por cansaço e o do Liverpool pelo futebol.

Suspensão do mais técnico e competente 

A seleção pode ser forte quando a estrela se machuca ou é suspensa. Com o jogador do Barcelona inspirado a qualidade do time é muito maior.

Tecnicamente houve declínio no rendimento, se comparado aos dos três anteriores, na ausência de Neymar.

Ficha do jogo

Venezuela – Hernández; Rosales, Ángel, Velázquez e Feltscher; Juanpi (Guerra), Flores (Herrera), Rincón e Peñaranda (Otero); Rondón e Martínez
Treinador: Rafael Dudamel

Brasil – Alisson; Dani Alves, Marquinhos, Miranda e Filipe Luís; Fernandinho; Willian (Taison), Paulinho, Renato Augusto e Phillippe Coutinho (Giuliano); Gabriel Jesus
Treinador: Tite

Árbitro: Victor Carillo (Peru) – Auxiliares:Jonny Bossio e Raúl López