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Brasil teve muito de Tite contra a Colômbia; início do trabalho é promissor

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De Vitor Birner

Brasil 2×1 Colômbia

Os torcedores mostram  grande otimismo após as duas atuações sob orientações do treinador. O futebol e os resultados do time o fazem merecedor da impressão positiva.

A etapa apenas começou. Foram 8 dias com o técnico, muito pouco para qualquer avaliação consistente.

A expectativa tem que ser proporcional às possibilidades reais em pequenos prazos de treinamentos, por isso, se houver tropeços e atuações menos convincentes que essas duas nas eliminatórias, o técnico achará normal.  .

Possui sabedoria para manter os pés nos gramados e continuar a formação do time.

Hoje, sequer pode ter convicção que achou a estrutura para a construção do coletivo forte e ganhador.

Serei mais claro: talvez tenha encontrado, a possibilidade existe, mas necessita meses para determinar quais serão os pilares e quem formará o elenco.

À la Tite

Miranda corre para a primeira trave na cobrança de escanteio do Neymar. Chega na frente do marcador e cabeceia para o gol.

A movimentação do zagueiro com certeza foi treinada. Mérito dos jogadores e do técnico, que conseguiu em poucos dias agregar características que aprecia no time.

Houve outras;  Brasil teve mais posse de bola, fez transição com velocidade, forçou os lances pelos lados para espalhar os jogadores do sistema de marcação do oponente e assim criou as brechas para Paulinho ou Renato Augusto entrar na área e tentar finalizar.

O centroavante Gabriel Jesus contribuiu com isso se deslocando para a direita em alguns momentos.

O progresso é fruto do conhecimento do técnico sobre dinâmica de jogo, mas consegue implementar as propostas coletivas porque escala os atletas em funções iguais ou similares as que realizam nas agremiações, o elenco escuta, crê e faz o possível para executar o que foi preparado nos treinamentos. A intensidade do sistema de marcação mostra como houve empenho e inteligência para o time ganhar.

Pés mantidos sobre o gramado  

Obviamente, ainda são necessários muitos ajustes.

É apenas o início da história do treinador nessa empreitada. Houve confusão do sistema de marcação do Brasil no gol de empate. Alguns jogadores, como Marquinhos que fez contra, demoraram para acompanhar os colombianos após o cruzamento na cobrança de falta.

Ou todos saíam e faziam a linha de impedimento, ou recuavam em bloco simultaneamente e na mesma linha.

Tite treinou isso com o elenco.

O lado esquerdo no sistema de marcação foi menos consistente que o direito.  Marcelo teve dificuldade na marcação de Muriel. Pekerman notou e colocou o rápido e competente Cuadrado para atuar contra o lateral. Tirou MacNelly Torres e forçou os lances muitos mais naquele setor.

A Colômbia, por isso, conseguiu escanteios, além de uma finalização dentro da área.

Compensou; o contraponto com a bola  

O lado de Marcelo e o Neymar foi o mais forte do time na criação de oportunidades. A maioria dos lances de gol teve início com a dupla e quem se aproximou para as triangulações.

Concorrência para ser destaque do jogo  

O atleta do Barcelona finalizou com precisão no segundo gol, se deslocou à meia onde serviu Paulinho quando o volante correu para a área e recebeu faltas que geraram amarelo,

Fez uma inútil no campo de frente e tomou o cartão. Mesmo assim. pode ser considerado o melhor em campo.

Ou ele. ou o Casemiro.

Duas mexidas funcionaram

Phillipe Coutinho entrou e alterou o andamento. Se candidatou a iniciar os jogos porque conseguiu isso em Manaus e Quito.

Willian, que saiu, cumpriu o dever tático e tecnicamente foi mediano.

Giuliano melhorou o time ao ocupar a vaga de Paulinho. Na meia. tentou as triangulações com Neymar e Marcelo no lado mais forte do sistema de criação.

Taison substituiu Gabriel Jesus no final e o breve período no gramado impede avaliação.

O alviverde foi melhor na parte tática que na técnica. Priorizou a proposta coletiva em vez de lances individuais, Ganhou créditos com o treinador.

Brasil segurando a bola no meio de campo e impedindo a Colômbia de gerar qualquer incômodo nos últimos minutos foi o encerramento do jogo com outra marca de Tite.

Nos clubes ficaria mais simples

O treinador deve convencer Neymar a evitar as gracinhas que fez nos últimos minutos.  Ganhar deve ser a maior satisfação de qualquer jogador de futebol.

Se poupou o jogador, creio que na próxima convocação o orientará.  O momento após o jogo era de comemoração.

Essa é uma das dificuldades que treinadores de seleções têm. Os atletas são das agremiações; Assim que são encerrados os empréstimos forçados, correm por obrigação para quem investe fortunas em salários e contratações.

Resumo positivo

Resultado aumenta o respaldo e a paz para Tite seguir fazendo o que sabe. Conseguiu, em poucos dias, colocar algumas características dos times que orienta.

Tendência é melhorar.

Ficha do jogo

Brasil – Alisson; Daniel Alves, Miranda, Marquinhos e Marcelo; Casemiro; Willian (Philippe Coutinho), Renato Augusto, Paulinho (Giuliano) e Neymar; Gabriel Jesus (Taison)
Técnico: Tite

Colômbia – Ospina; Stefan Medina, Óscar Murillo, Jeison Murillo e Farid Díaz; Carlos Sánchez, Macnelly Torres (Cuadrado), Wilmar Barrios e James Rodríguez; Muriel e Bacca (Martínez)
Técnico: Jose Pékerman

Árbitro: Patricio Lostau (Argentina) – Auxiliares: Ivan Núñez e Gustavo Rossi