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Ouro manterá o tamanho do gigantesco fiasco no Mundial; a prata aumentará

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De Vitor Birner

Favorito e única grande que priorizou as Olimpíadas em detrimento ao torneio continental. O Brasil, por isso, tem obrigação de ganhar a medalha de ouro mais opaca da principal e melhor festa do esporte.

Se conseguir, por favor, que o torcedor e quem comenta futebol nem cogite a ideia que houve qualquer tipo de resposta, dentro do gramado, a altura do que houve na semifinal e gerou a folclórica carta da Dona Lúcia.

A seleção é maior que essas migalhas de resultados. Quando valoriza muito o que tem pouco valor, se apequena, despreza a própria história que tanta admiração gera na maioria dos amantes do futebol.

A modalidade nas Olimpíadas é como torneio estadual, ou talvez menos, para qualquer agremiação gigante.

O impacto da conquista, especificamente neste esporte e apenas no masculino, é nulo. Se alguém tiver dúvida, recomendo observar os 'hermanos'.

Reclamam dos 23 anos de jejum da seleção e nesse período conseguiram dois ouros; afirmam que o Messi nunca obteve êxito na seleção, apesar de o atleta do Barcelona ter sido referência no bicampeonato em Pequim

Tem mais: a Hungria é a nação com melhor desempenho na história do futebol masculino e isso nunca a credenciou a entrar no bloco de Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai e dos poucos outros que compõem a elite do esporte.

A conquista desse ouro é muito relevante para Nigéria, Camarões e quem compõe tal escalão futebolístico, assim como o estadual ao Ituano, Caxias e agremiações pequenas ou médias que raramente encerram à frente das maiores em quaisquer torneios.

Joga para frente

A Alemanha tem estilo similar ao que Rogério Micale implementa. Tenta manter a bola no campo de frente, força os lances pelos lados, atua em direção ao gol e oferece brechas no sistema de marcação.

Dentro dessa proposta de futebol, se distinguem porque os alemães tocam mais e insistem menos nos lances individuais que Neymar, Luan, Gabriel e Gabriel Jesus.

Os principais atletas germânicos sequer foram chamados, enquanto o 'nosso' mais habilidoso, o do Barcelona, ganhou férias e dispensa da Copa América para ser olímpico.

Isso exigiu a negociação com o clube da Catalunha.

 

Sim, compensa assistir à final

Elencos engajados na conquista, treinadores que exigem marcação na frente e iniciativa dos times em busca do gol.

A estética e a dinâmica tendem a divertir. A partida terá mais contribuições, algumas herdadas e naturais.

O peso de conseguir o resultado positivo por atuar diante dos próprios torcedores,  a maior estrela e, apesar de ser impossível minimizar nesse jogo o fiasco doutros compatriotas contra essa mesma camisa, a hipótese de ganhar apenas a prata que agregará pouquinho mais de sabor ao chucrute histórico cozido pelos europeus com sete ingredientes na região especializada em feijão tropeiro.

Assim é o futebol.

A lógica do esporte dribla a a matemática. O tamanho do êxito tem como referência as emoções impossíveis de serem medidas com números, alteradas com propagandas populistas, ou motivadas por carimbadas de federações décadas após os encerramentos dos torneios.