Neymar e os ‘Gabrieis’ com fracas atuações e pouco entrosamento na estreia
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De Vitor Birner
Brasil 0x0 África do Sul
A seleção formada especificamente para o torneio, com pouco tempo de treinamento, tem muito o que melhorar. É normal a falta de entrosamento.
Apesar disso, a atuação pode ser avaliada como decepcionante. Foi mal tanto na parte coletiva quanto na técnica.
O sistema tático
O treinador tentou montar o 4-4-2 com flutuação para o 4-3-3. O trio de frente com Gabriel na direita, Neymar do outro lado e Gabriel Jesus como centroavante, posições exatamente iguais as que jogam nas agremiações, tinha que ficar atento para fazer a flutuação e recompor o sistema de marcação.
É como joga o Barcelona de Luis Enrique.
O atacante que atua do lado no qual o outro time tem a bola no campo de frente deve recuar e formar o quarteto no meio de campo. O setor contou com o Thiago Maia, além de Felipe Anderson e Renato Augusto, que se posicionaram na meia do sistema de criação e como volantes no de marcação.
Houve mais equívocos que acertos
Apenas o santista merece elogios pelo que mostrou na retomadas de bola. Os colegas se esforçaram, mas aturam na média baixa do time.
As linhas no setor e na defesa deixaram vãos, lacunas, entre si. Além disso, a dificuldade nas movimentações dos atacantes sobrecarregaram o meio de campo e 'peneira' é a melhor metáfora para explicar o que foi o sistema de marcação.
Inclusive em algumas cobranças de escanteios.
Faltou qualidade para conseguirem os pontos
O sul-africanos, com mais capricho nas finalizações, ganhariam, apesar de enormes limites técnicos.
O elenco recheado de atletas que atuam no próprio país e apenas o centroavante Mothiba, do Lille, em agremiação da Europa, conseguiu mais oportunidades para comemorar.
Apenas quando o volante Mvala foi excluído, tomou ambos os cartões em quatro minutos e saiu em 14, o time de Rogério Micale conseguiu empurrar a zebra para trás.
A moleza e os ineficazes
O treinador sul-africano havia feito a troca, segundos antes, para tornar o time mais ofensivo. Morris entrou para atuar na frente e demorou para entender que a ausência do colega exigia que recompusesse a quarteto no meio de campo para o time atuar no 4-4-1.
Neymar e Douglas Santos ganharam uma enorme avenida do lado direito do sistema de marcação, mas continuaram se equivocando em toques e cruzamentos, por isso apenas uma oportunidade foi criada pelo time.
Tremeu de amarelo
Gabriel Jesus, em lance fácil, que acertaria com a camisa do Alviverde, finalizou na trave.
Eis a outra grande questão
A atuação do time foi tecnicamente fraca, se comparada aos que os atletas mostraram nas agremiações.
Os 'Gabrieis', assim como Neymar, Felipe Anderson e Renato Augusto, esses foram substituídos por Luan e Rafinha, mostraram futebol abaixo do que podem.
Mesmo com tantos equívocos como equipe, normais no atual estágio de preparação, era inevitável a falta de entrosamento, a qualidade individual muito acima do oponente deveria garantir o resultado positivo.
Weverton foi o melhor do time de Rogério Micale no gramado.
É favorita
Foi a única das grandes que o priorizou o torneio. As africanas, atualmente, são dizimadas pelas agremiações da Europa que aproveitam as dificuldades da economia do continente mais pobre para buscar jovens atletas.
Dificilmente haverá algum timaço como o da Nigéria de 1996, com Ikpeba, West, Kanu, Amokachi e Okocha,
A tendência é melhorar durante o torneio. Aguardemos para ter ideia se a prática comprovará a teoria. É quase, dentro do que o futebol permite, obrigação a conquista de uma das medalhas de ouro mais opacas da maior e espetacular festa do esporte.
Ficha do jogo
Brasil- Weverton; Zeca, Rodrigo Caio, Marquinhos e Douglas Santos (William); Thiago Maia, Renato Augusto (Rafinha Alcântara) e Felipe Anderson (Luan); Gabriel, Gabriel Jesus e Neymar
Técnico: Rogério Micale
África do Sul – Khune; Mobara, Mathoho, Coetzee e Modiba; Mvala, Mekoa e Motupa; Masuku (Moris), Mothiba e Dolly
Técnico: Owen da Gama
Árbitro: Antonio Mateu Lahoz (ESP) Assistentes: Pau Cebrian Devis e Roberto Díaz Pérez