Em Madri, baile do Barcelona
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De Vitor Birner
Real Madrid 0x4 Barcelona
O time de Luis Enrique em muitos momentos colocou o oponente na roda com trocas de passes no meio de campo.
As propostas de jogo dos treinadores, e principalmente a competência ao colocá-las em prática, ocasionaram isso.
Tenho uma dúvida ao avaliar o potencial técnico dos times que entraram no gramado; ou havia equilíbrio, ou o do Santiago Bernabeu era um pouco mais capaz, mas a tática que prioriza o talento em prol do coletivo proporcionou a goleada. .
Mais técnico e menos coerente
Casemiro, que tem sido um dos jogadores mais consistentes do meio de campo, não atuou.
Kroos e Modric foram os volantes atrás de James, Bale e Isco, o trio de criação do 4-2-3-1.
Em tese, a alteração deveria aumentar a posse de bola, pois os volantes escalados são inteligentes e investem nos passes curtos e rápidos.
Mas o time iniciou a marcação alguns metros á frente da linha que divide o gramado.
O ideal, para jogar assim, no contra-ataque, seria escalar quem foi colocado na reserva, porque marca mais forte e faz, com qualidade, os passes longos.
Coletivo
O Barcelona manteve a proposta coletiva doutros jogos.
O sistema de marcação adiantado impediu a transição do oponente à frente.
No 4-3-3, com Sergi Roberto na direita, Neymar do outro lado e Suárez entre eles no ataque, Busquets, Rakitic e Iniesta no meio de campo, desde o início o Barcelona ganhou o setor.
O veterano, dono de leitura de jogo e passe muito acima da média, foi o meia quando a agremiação teve a bola, e sempre com apoio de alguém.
Os atacantes que atuaram dos lados recuaram, um de cada vez, para dividirem a função de criar lances de gols, os laterais Daniel Alves e Alba apoiaram, e os deslocamentos constantes de todos confundiram o sistema de marcação.
Em muito momentos, o Real Madrid ficou correndo, em vão, para tentar impedir a troca de passes no meio de campo.
A forma como aconteceram os gols, todos nascidos em passes na meia, mostrou quão inútil, ruim, foi a marcação e como os deslocamentos dos atletas do Barcelona tiveram harmonia.
Treinamento, qualidade
Sergi Roberto saiu do lado direito do ataque para a meia [Messi, hoje na reserva, se mexe exatamente assim, o que mostra como Luis Enrique influencia na construção do sistema ofensivo], e fez assistência para Suárez, não por coincidência onde o autor do passe foi escalado, chutar de frente para o Navas e comemorar.
O time havia desperdiçado uma oportunidade antes desse gol aos 10 minutos, tinha maior iniciativa, superioridade no centro do gramado e por isso ficou mais com a bola na meia.
Ineficaz
O resultado obrigou o Real Madrid a adiantar todos os jogadores.
Bale e Cristiano Ronaldo, pelo lados, atuaram na linha do centroavante Benzema e a configuração tática, por isso, foi alterada para o 4-3-3.
A iniciativa não diminuiu o elogiável rendimento do Barcelona
Mascherano se machucou, ainda antes do intervalo, salvo engano aos 23 minutos.
Mathieu, inconstante e com futebol tecnicamente abaixo do padrão do elenco, entrou no lugar do 'hermano' para formar a zaga com Pique.
Pelo meio
O Barcelona não precisou criar oportunidades pelos lados ou fazer cruzamentos por cima. Em todos os gols conseguiu entrar pelo meio do sistema de marcação e finalizar dentro da área.
No segundo, Modric, por causa da marcação eficaz do Barcelona no campo de ataque, perdeu a bola. Iniesta ficou com ela, a conduziu e ninguém o atrapalhou, ele notou Suárez e Neymar quase na última linha de marcadores, o uruguaio em posição de impedimento e o outro talvez não, e acionou o ex-santista que ampliou o resultado.
Iniesta, após o intervalo, conseguiu o lance do jogo;. tocou para Neymar colocar, 'de letra' e de maneira brilhante, a bola no lugar preciso para o meia chutar forte, no ângulo e comemorar o golaço.
O último, feito por Suárez, teve troca de posições, passes precisos no sistema ofensivo, a assistência de Alba, e finalização com muita categoria.
Manteve
Messi entrou no lugar de Rakitic quando o resultado era 2×0.
Não tem o ritmo ideal, mas contribuiu se mexendo, chamando o jogo e atuando do lado direito do ataque e na meia.
Não elevou e nem piorou o futebol da agremiação.
O grande jogo de Sergi Roberto, atém então improvisado na frente, foi importante para isso.
Teve que ser recuado a sua posição original como volante que pode atuar na meia.
Comum
Cristiano Ronaldo não jogou absolutamente nada.
Não foi eficaz quando o time adiantou a marcação e teve desperdiçou duas grandes oportunidades.
Em suma, foi apenas outro, entre tantos do time, com desempenho abaixo do padrão.
Menções
O Real Madrid, por falta de brechas pelo meio, insistiu nos lances pelos lados para tentar criar, nos cruzamentos, as oportunidades de gol.
Alguns chutes da entrada da área, principalmente o de James, e o contra-ataque desperdiçado por Cristiano Ronaldo, obrigaram Bravo a fazer intervenções difíceis.
O goleiro teve técnica, reflexo, leitura dos lances, por isso foi uma senhora atuação com o manto sagrado do Barcelona.
Dera fosse sempre assim
Isco mereceu ser excluído, quando a goleada havia sido concretizada, porque chutou Neymar no joelho, e poderia tê-lo machucado.
Os outros cartões, todos amarelos, foram mostrado com motivos.
Não houve nenhum pênalti ou falta que impediu ou interferiu para acontecer lance de gol.
O encarregado de fazer as regras serem cumpridas não fez a menor questão de brilhar mais que alguém de ambas as agremiações.
O gol de Neymar foi muito difícil [se houve impedimento foi por centímetros] de ser avaliado.
Ficha do jogo
Real Madrid – Navas; Danilo, Varane, Sergio Ramos e Marcelo (Carvajal); Modric e Kroos; Bale, James (Isco) e Cristano Ronaldo; Benzema
Técnico Rafael Benítez
Barcelona – Bravo; Daniel Alves, Pique Mascherano (Mathieu) e Alba; Busquets, Rakitic (Messi) e Iniesta (Munir El Haddadi); Sergi Roberto, Su[arez e Neymar;
Técnico Luis Enrique
Árbitro: David Fernández – Assistentes: Raúl Cabañero Diego Barbero