Neymar faz estágio forçado como líder e evolui após Messi se machucar
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De Vitor Birner
Neymar é, no Barcelona, candidato a líder do time.
Depois que Messi de machucou, ele faz um estágio forçado nisso e, até o momento, oscila.
Logo no início, não conseguiu lidar com a expectativa da comissão técnica.
No jogo em que o Barcelona derrotou o Bayer Leverkusen, pela Liga dos Campeões, os alemães não ganharam ou ao menos empataram no Camp Nou por causa dos gols e contra-ataques desperdiçados, e da alteração errada feita pelo técnico Roger Schmidt, que tirou Bellarabi e Chicharito Hernández e perdeu velocidade na frente diante de uma equipe tensa, exposta em busca de gols, pouco inspirada na criação e com Neymar encarregado de jogar como protagonista.
Depois o brasileiro, em algumas partidas, foi capaz de ser a referência, mas ainda não o líder que necessita a agremiação.
Posicionamento
Quando Iniesta se machucou, Luis Enrique, em princípio, aumentou a o raio de ação de Neymar no gramado pedindo para se mexer na meia e no ataque, atuar mais centralizado, e ser o organizador do sistema de criação.
Messi faz isso nos jogos em que o Barcelona tem dificuldades na articulação dos lances na frente.
Recua um pouco, passa mais tempo no centro e chama para si a responsabilidade de abrir, com passes e dribles, as lacunas na marcação.
O treinador confiou tal missão ao mais habilidoso atleta disponível.
Com Messi, o 4-3-3 com flutuação para o 4-4-2 faz Neymar recuar e compor o quarteto no meio de campo quando quem enfrenta consegue trocar passes na meia, pois assim o argentino, na direita ou no centro, e Suárez ficam na frente.
Depois da perda do melhor do mundo, ele começou a exercer as funções do 'hermano', mas do outro lado, enquanto Sandro Ramirez, Munir El Haddad e até Sergi Roberto foram testados, obviamente um de cada vez, no ataque com o a função de recuarem para garantir a flutuação tática do sistema de marcação.
Tudo isso para Neymar liderar o Barcelona.
Barcelona
No início ficou nítido como lidou mal com a necessidade de assumir o protagonismo quando time perdia diante de seus torcedores.
Ciente que todos aguardavam tal papel dele, ficou tenso, pensou menos, o peso aumentou e a tensão piorou o seu futebol.
Depois, em alguns jogos, pareceu mais confortável com isso, mas ainda não conseguiu fazer o que Luis Enrique imagina ser viável por causa da técnica refinada do jogador.
Ainda precisa evoluir mentalmente para corresponder ao grande nível de exigência da agremiação.
Não será simples suceder Messi.
Treinadores
Lembro que na seleção de Dunga, muitas vezes foi escalado como 'falso centroavante' para, se mexendo, confundir a marcação e pegar a bola, na meia, onde pode criar os lances de gol.
E com Felipão, apesar de o time ter o atleta de área, quase todos os lances de ataque passaram pelos pés dele.
Na Copa América, os nervos ganharam de Neymar.
Perdeu a cabeça e por isso foi suspenso das rodadas iniciais nas eliminatórias.
Isso mostrou que ainda não adquiriu a maturidade necessária para liderar em alto nível dentro de campo.
Transição
Os gols que fez em ambas as partidas contra PSG e Bayern de Munique, nas quartas e semifinais da Liga dos Campeões, e na decisão diante da Juventus no título do Barcelona, mostraram isso.
Ele precisa fazer a passagem de principal coadjuvante, ou um dos principais, pois Suárez e Iniesta, no ápice da forma, são brilhantes, para a condição de referência do time.
Importante
Os momento de dificuldade, como os citados no post, servem para Neymar ganhar a experiência que lhe falta.
O jogador mostra, desde o início da carreira, prazer em competir e ganhar.
Nunca parou de evoluir.
Pressa
No mundo de pesquisas em google e não em bibliotecas, de imediatismo da comunicação em redes sociais substituindo a deliciosa expectativa de receber uma carta, a paciência, virtude que precisa ser exercitada e aprendida, é 'artigo' de luxo.
Querem tudo do profissional, sempre, e o criticam ou elogiam seu desempenho dentro do gramado, muitas vezes de maneira mais intempestiva que realista.
Talvez o próprio jogador não saiba como é esperar, pois conseguiu títulos, sucesso e fortuna ainda jovem, e por isso seja mais um algoz de si mesmo.
Creio que tem capacidade para atingir suas metas.
E para ser o líder nas agremiações que joga.
Sonhos
Ele quer ser campeão do Mundo pela seleção e pretende conquistar o laurel da Fifa de melhor do planeta.
A meta coletiva não depende apenas do próprio atleta.
A outra, enquanto estiver em uma das agremiações mais fortes e ricas, que aprecia seu estilo de futebol, atleta tende a conseguir.
Se quiser extrair algo desses momentos opacos e ruins, e não perder a competitividade, pode agregar e aprimorar mais virtudes como jogador de futebol.
Natural
Messi e Cristiano Ronaldo têm, respectivamente, 5 e 7 anos a mais que ele.
A natureza que proporcionou a decadência física de Pelé, Maradona, Zidane, Puskas, Di Stefano… tende, se não pregar peças, a ser aliada do brasileiro na meta de ser o melhor do planeta.
Na faixa etária de Neymar, ele é o jogador mais habilidoso em atividade.
Oportunidade
O cenário atual do futebol indica que o Barcelona na Liga dos Campeões têm importância, para o atleta, no mínimo igual aos mais relevantes nas eliminatórias.
A limitada seleção do Peru, se o treinador argentino mantiver a proposta coletiva ofensiva, proporciona a oportunidade para Neymar liderar, fazer gol e encerrar como protagonista do jogo.