Doriva tentou; Milton Cruz ganhou
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De Vitor Birner
Doriva pediu a Jose Eduardo Chimello para deixar Milton Cruz longe do futebol do São Paulo.
Fez isso, salvo engano, no segundo dia em que foi ao CT da Barra Funda como treinador da agremiação.
Automaticamente, colocou pedras no próprio caminho para se firmar na função.
Decano
Milton Cruz foi contratado faz quase duas décadas. Chegou em 1997 e, competente para fazer lobby, soube quando e como lidar com importantes personagens na instituição, além de ter amizade com outros que o tornariam forte no clube.
O ex-presidente Juvenal Juvêncio, ciente do estilo, teve no funcionário o relator do que havia no local; Rogério Ceni, por conta do longo convívio, fica ao lado dele nos episódios internos. Ambos , obviamente, nunca foram contrariados pelo atual técnico interino.
Marcação
Havia a possibilidade de ser enviado a Cotia, onde não queria ir de maneira alguma, pois tinha (não sei como é hoje) rixa com pessoas das categorias de base, com reciprocidade, ou de receber o bilhete azul.
Quando Juan Carlos Osorio foi contratado, grudou no colombiano para tê-lo como alicerce, pois Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerrero não tinham tanta simpatia pelo funcionário, e o goleiro perdera força interna, naquela gestão, tais quais outros influentes no CT da Barra Funda.
Como o vice de futebol respaldou o ex-técnico da agremiação, Milton Cruz garantiu o emprego e a permanência onde queria.
Drible
Doriva sabia de tudo, ou quase, e tentou, por conta da influência com José Eduardo Chimello, não lidar com quem imaginou que poderia ser um entrave para ter êxito.
A queda do então gerente executivo e os episódios internos que redundaram na renúncia do antecessor de Carlos Augusto de Barros e Silva, fizeram naufragar os planos de Doriva.
Indireta
Lógico que ficaram rusgas que, creio, eles nem irão comentar ou confirmar, mas Milton Cruz, na entrevista coletiva, deixou transparecer, um pouco, que o clima não era dos melhores.
No gramado
Creditar ao treinador interino a rápida demissão do atual campeão carioca, seria algo simplório e exagerado.
Doriva é um treinador promissor.
Conseguiu montar times competitivos com elencos no máximo medianos.
Precisa mostrar regularidade e capacidade para fazer o mesmo com elencos que têm jogadores talentosos, renomados, alguns deles ensimesmados, tal qual teve a breve oportunidade na agremiação do Morumbi.
Não fez isso.
Privilegiou nomes em detrimento ao que os atletas têm mostrado, optou por esquema tático que dificultou para eles, a execução da proposta coletiva não foi elogiável, por conta do que relatei ao chegar no CT da Barra Funda ficou surdo para os conselhos de Milton Cruz e Rogério Ceni [é no mínimo um erro político] e deu ouvidos apenas ao José Eduardo Chimello que o indicou, depois que o dirigente caiu escutou um pouco o treinador interino e goleiro, desprezou completamente os acertos de Juan Carlos Osorio, preferiu fazer algo antagônico restando cerca de 50 dias para o fim da temporada com a semifinal da Copa do Brasil e a disputa por vaga na Libertadores pela frente…
Necessidade
Houve diversos equívocos, de vários tipos, e como não é alguém da confiança dos que atualmente lideram e gerenciam o futebol do São Paulo, e o desempenho do time piorou muito desde quando chegou, os cartolas preferiram antecipar a demissão como tentativa de o futebol evoluir o suficiente para ao menos haver a possibilidade, que avaliaram inexistente com Doriva, de conquistar a quarta posição no torneio de pontos corridos.
Em frente
A lista de erros tende a diminuir com a rodagem.
O esforço que mostra dese quando foi jogador, se direcionado de maneira a agregar conhecimento, pode fazer que se torne, tal qual quer, um dos melhores do mercado.
'Charles Darwin'
Não sou da turma maniqueísta incrédula em evolução humana.
O Tite, por exemplo, em 2005, não era tão competente quanto hoje, evoluiu mais desde que saiu do Alvinegro, pois não se acomodou, quis adquirir conhecimento e implementou algo novo e construtivo nos treinamentos.Ele
Não se acomodou com a conta bancária gorda.
Continua com enorme satisfação para formar grandes times.
Isso serve como referência para quem pretende se aprimorar, seja em questões pessoais ou profissionais como a de treinar uma agremiação de futebol.