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Arquivo : Raí

Crise precipitada testa Raí como diretor e promessa de Leco respaldar ídolo
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De Vitor Birner 

Os rodados

Cueva desperdiça pênalti e duas oportunidades diante do goleiro, se equívocou no primeiro gol do Ituano,  mas contribuiu um pouco na criação.

O desempenho de Nenê oscila entre mediano e ruim.

Diego Souza, lento, mostra o pior futebol entre todos os atletas  mais vezes entram no gramado.

Se não fosse o início da temporada e o veterano precisasse melhorar a condição física, diria que falta empenho e respeito pela agremiação.

Tirando esses, Dorival tem atletas que necessitam rodagem, além de Jucilei, Petros, Marcos Guilherme e bons zagueiros.

Em suma, ou os renomados brilham, ou o treinador oferece tempo de campo para Brenner e cia, o que solicitará a paciência da diretoria e da torcida.

Tal qual o técnico afirmou ( foi apressado porque as pessoas que entendem o futebol citariam), precisava de atletas que atuam em velocidade pelos lados. Recebeu Valdívia, a opção viável que  aprovou depois de os cartolas investirem mais onde nem sequer havia prioridades para o elenco.

Em suma, Dorival Jr adiantou desde a temporada anterior quais eram as necessidades para fortalecer o time.

Recebeu outras e dois veteranos com histórico de alguns entreveros com quem os liderou.

Dinâmica ampla

Dorival precisava colocar o trio Nenê, Diego Souza e Cueva.

Se negasse, escutaria que foi teimoso e por isso estava ‘respondendo’ para a diretoria, e uma parte da torcida o criticaria com ‘argumento’ que com o trio conseguiria os resultados positivos.

O jogo no São Paulo extrapola a necessidade de acertos táticos para a  construção do coletivo. Pede que o treinador gerencie, tente consertar equívocos da diretoria na construção do elenco, e atenda imediatamente ao torcedor.

O futebol

Roger Machado afirmou que pretende montar o time mais veloz do país. Tite sempre cita a importância da transição em velocidade. Fábio Carille ganhou o último torneio de pontos corridos investindo nisso. Todos os campeões brasileiros na década tinham velocidade com a bola.

Guardiola prepara o time para se movimentar muito e valoriza a velocidade. Kloop quer o Liverpool veloz. O Bayern de Munique ganhou pela última vez a Liga dos Campeões com Ribery e Robben pelos lados. Chelsea e Leicester tinham na transição em velocidade uma grande virtude quando comemoraram as conquistas no principal campeonato do país. Poderia aumentar muito o texto mencionando exemplos de clubes que obtiveram êxito em competições e teria que procurar muito para encontrar alguns sem  e que conquistaram grandes torneios.

Esse é o atual futebol. Intenso, muito dinâmico, pouco cadenciado dentro de campo.

O Raí

Respaldo para atuar com mais atletas da base, mesmo se comprometer os resultados.

Aval pleno para poupar jogadores e manter veteranos, se atuarem no padrão atual, fora ou como opções durante os jogos.

O estadual é um laboratório onde se testa para montar o time e o elenco da temporada. Os cartolas precisam avaliar dessa forma o torneio.

Se valorizar o que vale quase nada, pular etapas e mostrar bilhete azul para o eleito como ‘culpado’, a diretoria igualará o padrão tradicional da cartolagem no país.

O planejamento, metodologias, propostas do técnico e de como é a construção do coletivo, tudo deve ser avaliado, por isso há na agremiação o estatuto que determina a contratação de especialistas para as diretorias.

A diretoria

Raí está sendo testado. O conhecimento sobre o futebol, o discernimento e a capacidade para decidir racionalmente sob a enxurrada de críticas pouco técnicas e que pedem a solução populistas precisam ser goleadas pelo executivo, tal qual conseguia quando atuava dentro do gramado.

O mesmo vale para Leco. Prometeu pleno respaldo ao ídolo, a crise é tão grande quanto equivocada e o presidente opta entre ouvir conselheiros e torcedores ou quem contratou para elevar o padrão do departamento de futebol.


No momento, críticas a Dorival são pouco técnicas e prejudicam o S. Paulo
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De Vitor Birner

As individualidades

Cueva teve duas oportunidades, uma delas com certeza melhor que a de Gabigol no lance que garantiu o resultado positivo ao Santos.

Diego Souza, lento, mostrou dificuldade para ganhar dos marcadores. Aliás, desde quando chegou ao Morumbi tem no máximo desempenho comum.

Nenê quase nada construiu e não manteve a intensidade, em especial na contribuição para o sistema de marcação atuar adiantado.

O coletivo

Jair Ventura, na entrevista após o jogo, afirmou que pretendia jogar com as linhas avançadas, mas foi o São Paulo quem teve a iniciativa e mesmo atuando no campo de frente conseguiu impedir a transição em velocidade do Santos.

O gol foi na única finalização do ganhador entre as traves, de fora da área, pois o clube do Morumbi em nenhum momento permitiu que entrasse para concluir diante do goleiro.

Em suma, foi melhor na parte coletiva.

Os ‘oponentes

Depois disso, numa completa incapacidade para compreenderem o futebol, alguns conselheiros e torcedores criticaram o técnico que teve 12 dias para preparar o time e esboça uma construção positiva.

Jogam contra a agremiação.

Deveriam avaliar, pensar que Fábio Carille, antes de ganhar o estadual e obter campanha elogiável no turno dos pontos corridos, quase foi eliminado pelo Brusque na Copa do Brasil quando o Corinthians tinha 52 dias do início da temporada.

Os clubes ontem completaram 46 dias da  representação, quando nenhum jogador do São Paulo que citei estava no elenco.

Há mais: o time atuou em Alagoas, quinta-feira, pela Copa do Brasil, porque o jogo foi antecipado e a diretoria nem sequer reclamou do que prejudicou a agremiação.

Era para jogar quarta diante do Ituano pelo Estadual, quando poderia preparar o time e poupar o elenco.

A ciência

O andamento dentro do gramado forçou o técnico a mexer no time durante o 2°t, devido ao cansaço de quem saiu durante o clássico. Se quiser entender, leia o post anterior.

A construção

O elenco precisa de opções de velocidade pelos lados, as disponíveis são jogadores promovidos das categorias de base que necessitam a rodagem oferecida pelo treinador desde o início do torneio.

Quando diretoria e a torcida afirmam que pretendem aproveitar os atletas da base, está implícito que se disponibilizaram a ter paciência, a cogitarem tropeços no gramado como parte do desenvolvimento dos jogadores.

A piada

Depois de tudo isso, é sério que elegeram Dorival para as críticas pelos resultados?

A gestão

A diretoria precisa atuar. O mercado de técnicos oferece poucas opções.

André Jardine (gosto muito) tem conceitos de futebol parecidos com os do principal  treinador do clube e seria fritado rapidamente por deixar os renomados na reserva e perder jogos.

No país onde muita gente quer falar e pouca escutar para aprender, a repetição massante de clichês goleia a avaliação técnica e convence os cartolas a atenderem a grita da torcida.

Os cartolas precisam aumentar o respaldo ao Dorival e manter a paz no CT da Barra Funda.

O futebol

É impossível afirmar que Dorival conquistará torneios pela agremiação do Morumbi. Há elencos melhores nos pontos corridos e os demais campeonatos são disputados em jogos eliminatórios.

Nesse momento, se pode afirmar que são muitos os acertos do técnico, há o padrão coletivo em construção, o time oscilará, necessita ajustes como todos no país, que os desempenhos dos contratados está aquém do necessário e se os dos jogadores pelos lados não melhorarem (Marcos Guilherme é uma exceção e merece elogios pela contribuição tática) o time, seja qual for o técnico á frente do elenco, terá dificuldade para jogar com proposta atualizada dentro dos gramados.

Dois meses

É o prazo mínimo honesto para exigir rendimento técnico elogiável de atletas e times. Críticas antecipadas ou são populistas, ou plena ausência de paciência, ou de conhecimento técnico do futebol.

 


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