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Final de Libertadores em jogo único alegra cartolas e piora o futebol
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De Vitor Birner 

A opção é política, clichê e comercial ao invés de privilegiar os torcedores e o futebol.

O padrão

A Conmebol regurgitou toda a incapacidade administrativa da entidade ao determinar jogo único em campo neutro na final da Libertadores. Pretende ‘melhorar’ (para esses dirigentes é aumentar o faturamento e as formalidades nos estádios) o torneio com a ideia de colonizado pela Europa.

Em suma, criatividade e noção zero do que é o futebol na América do Sul e da própria dinâmica das populações no continente. São mundos distintos dentro do mesmo planeta.

As dinâmicas

Na Europa há a cultura de viajar. As pessoas têm mais facilidade para ir a outros países.

São mais bem remuneradas, percorrem distâncias pequenas para chegarem noutras nações, as condições de transporte ganham de goleada das atuais na América do Sul, os preços dos transalados acessíveis para mais gente, e  passeiam sem a grande preocupação com a violência nas cidades.

Cultura esportiva 

A final em jogo único é positiva para o futebol da Europa.

A primeira edição da Copa de Clubes Campeões, em 55, teve o atual formato na decisão. Quando foi alterada, foi mantida na Liga dos Campeões da Europa.

A FA Cup, campeonato mais antigo do mundo (primeira final em 1872), sempre foi decidida em um jogo.

É igual a da Espanha disputa desde 1902, da Alemanha iniciada em 1956 e da França inaugurada em 1917. Citei apenas quem conquistou mundial de seleções por serem as principais referências.

A Itália é a exceção. A primeira foi em 1922 com final em jogo único, depois alteraram o formato, e hoje os finalistas disputatam a taça numa partida, com o presidente nas tribunas. no Estádio olímpico de Roma.

Na arquibancada

Nenhum lucro dos cartolas ou dos clubes compensa a frustração do torcedor que ama uma camisa, assiste aos jogos o ano inteiro no estádio que considera como casa e no ápice da temporada o punhado de burocratas os tira essa alegria.

Os cartolas, se adquirissem poder e ganhassem mai$ noutras áreas, iriam embora do futebol.

Se na Europa os investimentos nos elencos garantem o melhor da festa dentro dos gramados, na América do Sul o canto das ‘hinchadas’  e a adrenalina em campo são o que há de mais precioso na Libertadores.


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