Blog do Birner

No momento, críticas a Dorival são pouco técnicas e prejudicam o S. Paulo

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De Vitor Birner

As individualidades

Cueva teve duas oportunidades, uma delas com certeza melhor que a de Gabigol no lance que garantiu o resultado positivo ao Santos.

Diego Souza, lento, mostrou dificuldade para ganhar dos marcadores. Aliás, desde quando chegou ao Morumbi tem no máximo desempenho comum.

Nenê quase nada construiu e não manteve a intensidade, em especial na contribuição para o sistema de marcação atuar adiantado.

O coletivo

Jair Ventura, na entrevista após o jogo, afirmou que pretendia jogar com as linhas avançadas, mas foi o São Paulo quem teve a iniciativa e mesmo atuando no campo de frente conseguiu impedir a transição em velocidade do Santos.

O gol foi na única finalização do ganhador entre as traves, de fora da área, pois o clube do Morumbi em nenhum momento permitiu que entrasse para concluir diante do goleiro.

Em suma, foi melhor na parte coletiva.

Os 'oponentes'

Depois disso, numa completa incapacidade para compreenderem o futebol, alguns conselheiros e torcedores criticaram o técnico que teve 12 dias para preparar o time e esboça uma construção positiva.

Jogam contra a agremiação.

Deveriam avaliar, pensar que Fábio Carille, antes de ganhar o estadual e obter campanha elogiável no turno dos pontos corridos, quase foi eliminado pelo Brusque na Copa do Brasil quando o Corinthians tinha 52 dias do início da temporada.

Os clubes ontem completaram 46 dias da  representação, quando nenhum jogador do São Paulo que citei estava no elenco.

Há mais: o time atuou em Alagoas, quinta-feira, pela Copa do Brasil, porque o jogo foi antecipado e a diretoria nem sequer reclamou do que prejudicou a agremiação.

Era para jogar quarta diante do Ituano pelo Estadual, quando poderia preparar o time e poupar o elenco.

A ciência

O andamento dentro do gramado forçou o técnico a mexer no time durante o 2°t, devido ao cansaço de quem saiu durante o clássico. Se quiser entender, leia o post anterior.

A construção

O elenco precisa de opções de velocidade pelos lados, as disponíveis são jogadores promovidos das categorias de base que necessitam a rodagem oferecida pelo treinador desde o início do torneio.

Quando diretoria e a torcida afirmam que pretendem aproveitar os atletas da base, está implícito que se disponibilizaram a ter paciência, a cogitarem tropeços no gramado como parte do desenvolvimento dos jogadores.

A piada

Depois de tudo isso, é sério que elegeram Dorival para as críticas pelos resultados?

A gestão

A diretoria precisa atuar. O mercado de técnicos oferece poucas opções.

André Jardine (gosto muito) tem conceitos de futebol parecidos com os do principal  treinador do clube e seria fritado rapidamente por deixar os renomados na reserva e perder jogos.

No país onde muita gente quer falar e pouca escutar para aprender, a repetição massante de clichês goleia a avaliação técnica e convence os cartolas a atenderem a grita da torcida.

Os cartolas precisam aumentar o respaldo ao Dorival e manter a paz no CT da Barra Funda.

O futebol

É impossível afirmar que Dorival conquistará torneios pela agremiação do Morumbi. Há elencos melhores nos pontos corridos e os demais campeonatos são disputados em jogos eliminatórios.

Nesse momento, se pode afirmar que são muitos os acertos do técnico, há o padrão coletivo em construção, o time oscilará, necessita ajustes como todos no país, que os desempenhos dos contratados está aquém do necessário e se os dos jogadores pelos lados não melhorarem (Marcos Guilherme é uma exceção e merece elogios pela contribuição tática) o time, seja qual for o técnico á frente do elenco, terá dificuldade para jogar com proposta atualizada dentro dos gramados.

Dois meses

É o prazo mínimo honesto para exigir rendimento técnico elogiável de atletas e times. Críticas antecipadas ou são populistas, ou plena ausência de paciência, ou de conhecimento técnico do futebol.