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Sorte do São Paulo que Cueva aprontou no início da temporada

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De Vitor Birner

O planeta

Os problemas gerados por Cueva eram mais que possíveis de serem imaginados. O peruano tem limitada compreensão do que acontece no futebol.

Na data combinada para iniciar a temporada estava no Peru e foi multado, além de orientado, por Raí.

Duas semanas depois (ontem) solicitou  dispensa do elenco que foi para Mirassol Afirmou que pretende cooperar, mas por saber que iniciaria no banco preferia ser excluído da rodada.

Esse raciocínio mostra como pensa o futebol.

O potencial

Há elencos que aceitam regalias como as almejadas por Cueva, se o atleta for habilidoso e por isso ganhar muitos jogos e torneios para o time.

O peruano é mais técnico que a média, mas não como imagina. Oscila, precisa aprimorar a finalização e quase nada agrega nas disputas dos cruzamentos.

Há momentos que para dentro do gramado e noutros corre apenas quando tem a bola. Habitualmente se esquece de contribuir para fortalecer o sistema de marcação.

A temporada

Os cartolas e o treinador precisam construir o ambiente competitivo, positivo, favorável para manter a intensidade nas atividades do CT da Barra Funda. Isso é primordial para desenvolver o coletivo.

Os gestores estabelecem o padrão e os jogadores se adaptam. A inversão costuma ser garantia de problemas no CT do clube e no campo.

Pode acontecer de o elenco ser muito unido e ter comprometimento além do imaginado pelos cartolas, mas isso é uma exceção que nenhum administrador pode inclur no planejamento.

Cueva pode incomodar os comprometidos e dificulta a construção que facilita a conquista de resultados positivos.

O futebol

Qualquer time é mais competitivo se tiver força coletiva. Essa é a máxima absoluta do esporte.

A escassez de atletas habilidosos potencializa, porque na individualidade, com improviso, a possibilidade do time ganhar é pequena, se comparada a dos elencos do PSG e Barcelona.

A administração

Em suma, a direção do São Paulo tem que construir o ambiente favorável para o técnico desenvolver a proposta de futebol e a técnica de Cueva, diante de tal necessidade, é secundária.

O Corinthians

Muitos esqueceram que no inicio da última temporada Fábio Carille, antes de os resultados melhorarem, foi muito criticado por manter no banco Giovanni Augusto, Guilherme e Marquinhos Gabriel.

São mais habilidosos que Romero, entretanto o empenho do trio no CT da  agremiação era aquém do necessário. O treinador priorozou a construção do ambiente favorável para desenvolver o coletivo.

A torcida

A arquibancada tem que evitar os gritos por Cueva. No empate contra o Novorizontino pediu e Dorival o colocou no gramado.

O resultado era completamente irrelevante – lembro que os clubes grandes são forçados pelo calendário a se prepararem no Estadual –  e, para supostamente aumentar a possibilidade do time ganhar, quem solicitou a entrada ofereceu aval para a falta de comprometimento do atleta.

É difícil mostrar como respeitar a agremiação quando parte da torcida o aplaude. O jogador ouviu, pensou que estava tudo ótimo e, como na última temporada antes do clássico na Vila Belmiro pelo brasileirão, investiu no 'ou jogo ou prefiro nem sequer ir com o elenco'.

Uma bênção

Sorte do São Paulo que o Cueva arrumou duas confusões no início da temporada.  Neste momento é mais fácil alterar o planejamento.

A direção ganhou uma referência para mostrar que lidera o elenco e de agora em diante há algumas opções: pode aguardar uma fase melhor e aumentar o valor para quem o contratar, ou aceitar a mais rentável do momento se é que há oferta, ou avaliar que com orientação o jogador se empenhará mais porque entenderá a dinâmica do futebol.

Seres humanos melhoram. Contribuir para isso e saber se o jogador entendeu são incumbências dos cartolas.