Hoje Neymar terá saudades do Barcelona; ausência no clássico pode doer
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De Vitor Birner
A opção
Neymar foi para a França por montes de motivos. Avaliou tudo e decidiu que havia mais pontos positivos que negativos na transferência ao PSG.
Estes últimos existem, mesmo após ganhar algumas 'facilidades' táticas em Paris.
A promoção
Na Catalunha precisava recompor o sistema de marcação na variação do 4-3-3 para o 4-4-2, quando o oponente tocava a bola no campo de frente.
Messi e Suárez permaneciam adiantados. Nenhum técnico orientaria o craque a acompanhar os avanços do lateral. Seria desperdício ineficaz e todo de energia.
Em Paris divide a incumbência com Mbappé, que necessita aprimorar essa contribuição fundamental para o coletivo.
Foi promovido também no sistema de criação. Ganhou a responsabilidade, o privilégio de se movimentar por mais setores do campo.
A leveza
Nada disso altera o que é nítido; no Barcelona atuava com a alegria que ainda não encontrou no PSG.
Ser humano
É compreensível. Sonhou desde cedo com a camisa do clube gigante e nunca teve ambição de jogar na sua atual agremiação.
Se perguntassem nos tempos em que brilhava no Santos, provavelmente citaria uma dezena de preferências antes, nenhuma da França.
No Barcelona, mostrou reverência pela instituição. ao contrário do PSG. para onde foi com ares de rei.
É fã de Messi, curtia atuar com o craque, de ser parte do trio de frente. No início do PSG teve competição interna com Cavani – hoje ambos cumprem a obrigação de serem colegas que precisam ganhar jogos – e o desconforto foi grande.
Muita gente esquece, mas Neymar é ser humano. Como muitos que têm possibilidade, colocou metas financeiras e esportivas pessoais acima dos sonhos e preferências comuns para quem gosta de futebol. Quer ganhar eleição de melhor mundo e ser O protagonista do clube tanto na temporada quanto na conquista do principal torneio da Europa.
O padrão
Certo ou equivocado, é clichê do mundo atual. No clássico existencial do Ter FC contra o EC Desfrutar, o time favorito e com mais torcida goleou.
Isso pode mudar. Talvez, no futuro, Neymar encontre mais alegria na França que no Barcelona e avalie esse momento como uma experiência necessária, positiva e construtiva.
O momento
Hoje terá saudade e talvez alguma frustração. Sentirá a ausência no superclássico. Anteontem teve que brincar com os colegas em Doha, numa plataforma montada no mar.
É normal, há deveres comerciais, pode em alguns meses disputar a final da Liga dos Campeões e outros atletas terem compromissos similares.
Isso não impede que o atleta tenha emoções para lidar. Ser telespectador para quem sonhou atuar em todos esses jogos até ser veterano o incomodará.
A dupla
A dúvida e se Messi e Suárez sentirão a ausência do Neymar. Em algumas horas, na entrevista coletiva para quase todo o o planeta, saberemos o que respondeu o gramado.
Me refiro apenas aos jogadores, pois a agremiação obviamente segue gigante, tchau e bênção.