Blog do Birner

Palmeiras tem obrigação de ser mais forte que o Boca Juniors

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De Vitor Birner

O futebol

Gigantes, mas com possibilidades distintas para montarem os elencos.

É impossível comparar as possibilidades de o Palmeiras e o Boca Juniors se reforçarem para ganhar a Libertadores. As do clube de Roger Machado e cia são mais amplas. Pode contratar atletas que estão fora do alcance dos 'hermanos'.

A modinha clichê do momento no Brasil é afirmar que isso pouco importa. Alguns crêem na técnica como o empecilho para montagem time competitivo, pois foram embriagados pelas conquistas de Corinthians e Grêmio. Parece que desdenham da equação simples do futebol.

A soma de jogadores comprometidos com a junção de suas características e o acerto do treinador ao optar pela proposta de futebol geram a construção da força coletiva.

O potencial dos atletas em nada interfere. Ao contrário: pode agregar, se for sabiamente disponibilizado para o time. Garanto que Guillermo Schelotto adoraria a facilidade de ser atendido como foram Eduardo Baptista e Cuca no Allianz Parque.

A ilusão

O clube lidera com facilidade o torneio nacional, alguns jogadores devem ser negociados e o técnico Guillermo Barrios Schelotto quer reforços.

A ideia é contratar atletas de 'jerarquia', como se referem os 'hermanos' aos que têm mais capacidade para resolver os jogos.

Na frente

Nicolás Gaitán está na lista de sonhos da agremiação. Canhoto, atacante pelos lados, é reserva no Atlético de Madri e Simeone não exige a sua permanência no elenco.

A melhor fase do jogador foi no Benfica, onde conquistou o tricampeão nacional de pontos corridos e 5 taças de Portugal. Antes, pelo Boca Juniors, comemorou a Copa da Argentina e a Sul-americana.

Os cartolas 'xeinezes' querem a contratação por empréstimo e precisam de uma força do atleta, que tem mercado em clubes médios da Europa.

Gaitán completará 30 anos em fevereiro.

Como sempre, Carlito Tévez é mencionado. A dinâmica para a contratação é o clichê repetido em todas as nações do continente. A direção afirma que custa muito, espera o jogador conseguir rescisão no Shangai Shenhua, e se acontecer pode investir no polêmico artilheiro.

O técnico quer Centurión e o presidente Daniel Angelici se recusa a cogitar a contratação.

Na zaga

Lisandro López é o favorito. Iniciou no Chacarita Jrs – clube pequeno e com torcida avaliada como uma das mais intensas no país – e foi para o Arsenal 'hermano' antes de ser  contratado pelo Benfica.

Emprestado ao Getafe para aumentar a rodagem, iniciou a temporada nos lisboetas e, hoje, aos 28 anos, a avaliação é que dificilmente brilhará.

Mesmo no mercado do futebol pautado pela influência de empresários, além da competência dos atletas nos gramados, será difícil para o zagueiro atuar em grandes ou médios clubes da Europa. O momento sugere que atuar na Argentina é ótimo caminho e o Boca Juniors oferece uma grande oportunidade para ser popular e almejar conquistas.

Os zagueiros Santiago Vergini e Juan Insaurralde devem ser negociados e por isso é urgente contratar.

O treinador prioriza o Gustavo Gómez. O Milan investiu 8,5 milhões de euros, ano passado, no então líder do sistema de marcação do Lanús, mas o 'hermano' quase nunca entra no gramado.

Mesmo assim, o investimento é muito grande, quase inviável para a agremiação.

Na lateral, Gino Peruzzi está saindo. Buffarini é o principal candidato para a direita. Além dos 'xeinezes', o San Lorenzo quer o atleta.

O outro citado pelos setoristas na Bombonera é o de Emanuel Más, que atua do outro lado.

É mais complicada essa contração. Após brilhar no 'El Santo', onde conquistou a Libertadores, foi para o Trabzonspor, atua como titular e ganha em euros.

O volante

O treinador quer Walter Montoya, contratado pelo Sevilla no Rosario Central. Nessa temporada pouco atuou. Se machucou e quando teve condição o seu compatriota Eduardo Berizzo preferiu colocar outros atletas no gramado.

O clube quer investir 500 mil euros pelo empréstimo do atleta, que pode atuar como volante na direita ou na ala em frente ao lateral.

Os andaluzes pretendem que a agremiação compre os diretos do jogador por 6 milhões. Provavelmente, a movimentação durante a janela de transferências estabelecerá a dificuldade ou a facilidade para os 'hermanos' contratarem.

O planejamento

Os valores mostram o Palmeiras muito mais capaz de se reforçar. Investiu nos atletas que brilharam ano passado na Libertadores e depois de optar por Cuca ao invés de Eduardo Baptista aumentou o elenco.

O treinador pediu o volante e, quase imediatamente, Bruno Henrique foi contratado por 3,5 milhões de euros. Solicitou centroavante porque avaliou Borja como incompetente para o que pretendia, e recebeu Deyverson por 5 milhões de euros.

Em suma, na Bombonera é necessário barganhar muito mais que no Allianz Parque.

Palmeiras tem que mostra mais força que a agremiação com quem divide o favoritismo no grupo da Libertadores.