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Amistosos mostraram o que Tite precisa aprimorar na seleção

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De Vitor Birner

Mais fácil

Os amistosos diante de Japão e Inglaterra mostraram a necessidade do Brasil melhorar em alguns pontos. No primeiro, as alterações dificultaram o toque de bola, tanto é que os nipônicos ditaram o ritmo quando adiantaram todas as linhas.

O técnico evitará citar isso porque precisa gerenciar o elenco, mas se preocupa com o desempenho do time na ausência de alguns atletas. Giuliano, por exemplo, comprometeu o toque de bola para a transição á frente.

Alex Sandro, Douglas Costa, Diego Souza e Jemerson foram incapazes de manter o padrão dos mais escalados. Danilo e Fernandinho conseguiram atuar melhor entre os testados.

A dinâmica

A Inglaterra nem tentou adiantar o sistema de marcação. Necessitando entrosamento, pois Gareth Southgate foi contratado no final do ano anterior, repetiu a proposta de futebol que implementou diante da Alemanha e garantiu a igualdade no resultado.

No 5-3-2 com alternâncias para se adaptar as exigências do jogo, atuou recuado, orientou o time a tocar a bola quando o oponente avançasse e a investir nos lançamentos para a dupla de frente.

A ausência do Dele Alli contribuiu para o técnico optar por tal proposta de futebol. O goleiro Joe Hart pouco participou do jogo.

Tite colocou os principais atletas no gramado.

Phillipe Coutinho, na direita, talvez porque estava machucado, foi mal. Gabriel Jesus participou da criação e os colegas nenhuma oportunidade construíram para o centroavante.

Neymar se movimentou, tentou achar as lacunas, mas teve dificuldades no último toque e na finalização.

O quinteto da primeira linha inglesa fechou as brechas diante do time pragmático. Tite permite que o trio de frente se mexa. O problema é que os jogadores dr Liverpool e PSG insistem em atuar na diagonal. Se em alguns momentos fossem para o fundo e os laterais por dentro, confundiriam o sistema de marcação.

Guardiola implementa tal dinâmica. Alguns 3-5-2 na década anterior já tinham essa movimentação para os alas criarem momentos de gol.

O treinador sabe que necessita melhorar mais pontos do coletivo.

O essencial

O Japão comemorou o gol de cabeça. Jemerson se equivocou.

Em Wembley, mesmo com Marquinhos e Miranda, ambos titulares, a Inglaterra ganhou um lance desses e Alisson foi preciso ao impedir a finalização, após a bola sobrar para Lingard dentro da área.

Tite é mestre em construir sistemas de marcação fortes. Tem que garantir a força coletiva nos cruzamentos.  Quem oscila nisso, não conquista grandes torneios.

A adaptação

Renato Augusto é o atleta mais inteligente na leitura de jogo dentro do gramado. Completa o que for necessário para o coletivo.

Tite avaliou que o elenco precisa de opção ou, se possível, concorrência, e investe em Fernandinho, mais forte que o colega na parte física e que pode elevar o próprio padrão sob orientação de Guardiola na Premier League e Liga dos Campeões da Europa.

O fortalecimento

Seria atípico a seleção acertada plenamente na parte coletiva. A construção gradativa, tijolo em cima de tijolo, continua e merece elogios.