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Suécia malandra, retranqueira e italiana elimina a gigante do futebol

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De Vitor Birner

Ranking raiz

Brasil em primeiro, seguido por Alemanha e Itália empatadas na segunda colocação. Os 'hermanos'  são os últimos e completam o grupo de seleções que podem ser consideradas gigantes. Nenhuma outra pertence á elite.

França, Espanha, Inglaterra, Uruguai, Holanda e mais nenhuma podem ser classificadas como grandes.

Todas as demais no planeta são medianas, pequenas ou minúsculas no futebol.

A frustração

A Azzurra, mítica, está fora do Mundial. Foi eliminada por uma seleção que quase entra no grupo das grandes.

A Suécia, que tem um vice diante do Brasil de Pelé, Garrincha e Didi, e disputou quatro semifinais no torneio, investiu no ferrolho padrão Itália para se classificar.

As estatísticas

A Itália permaneceu com a bola 75% do tempo. Acertou 89% dos 712 toques, bom percentual. A Suécia completou míseros 117 que foram 60% dos que tentou no jogo.

A Azzurra finalizou vinte e em seis forçou o goleiro Olsen, do Kobenhavn, quinto colocado nos pontos corridos da Dinamarca, a atuar. O oponente conseguiu duas e o Buffon numa foi exigido em participação fácil.

Nos escanteios o resultado foi 8×0 para a gigante. Como o jogo é futebol de campo em vez de gol a gol, onde tais lances e os na trave são contabilizados, os suecos mereceram a igualdade.

Clubes melhores

No momento em que Juve, Napoli, Roma e mais times do país atuam com ousadia, a seleção mostrou poucas alternativas na criação.

A Itália teve a iniciativa e ditou o ritmo no San Siro. Atuou com os 10 atletas de linha no campo de frente, manteve a bola no entorno da área e, como times que necessitam ganhar e não transformam a imposição em grandes momentos de gol, forçou os lances pelos lados e investiu em montes de cruzamentos.

Entrou algumas na área, conseguiu finalizar, mas quase nenhuma pode ser classificada como grande oportunidade para comemorar. Apenas duas foram boas, pouco diante do enorme volume de jogo.

É nítido que o repertório de criação dos principais clubes é mais amplo que o da eliminada.

O 'catenaccio'

A Suécia se impôs com a proposta que pertence á cultura italiana de futebol. Manteve o sistema de marcação recuado, formou dois quartetos e em grande parte do jogo ninguém atuou em frente á linha da bola. Os atletas nem sequer tocaram de lado para impedir a intensidade de quem necessitava do resultado positivo.

Foi o tal do ferrolho, o 'catenaccio', que outrora garantiu algumas conquistas para a gigante.

Malandragem sueca

Os jogadores rolaram pelo gramado em lances que, se o time necessitasse gols, seriam breves para levantarem. O goleiro optou por demorar e ganhar minutos que nunca são plenamente acrescidos.

Pressa foi algo que a Suécia retirou do dicionário nesse jogo.

Os atletas reclamaram contra decisões do árbitro (duas foram pertinentes). Diante do incômodo da Itália com o andamento, o  elenco investiu em simulações como as que acontecem no esporte dentro do continente sul-americano.

A estrutura

Me pergunto como o futebol e a sociedade nórdica, tais quais as doutras nações desenvolvidas, seriam atualmente, se os cidadãos tivessem condições similares as dos brasileiros para saúde e educação.

A necessidade

Reitero: o esporte é lúdico, permite blefes, por isso a Suécia acertou ao dificultar o andamento do jogo.

O mérito

Nos critérios atuais foram 2 pênaltis nos contatos da bola com os braços dos jogadores, ambos para Suécia.

A Itália quis outros. No Brasil talvez assinalassem um, pois a turma neo afirmaria 'tocou nas costas do  italiano', mas seguiu, pois foi jogo da eliminatória na Europa.