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Palmeiras mereceu ganhar o clássico:atuação de Cueva tirou Dorival do sério

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De Vitor Birner

Palmeiras 4×2 São Paulo

O favorito para a classificação à Libertadores teve mais volume de jogo com a bola. Os treinadores optaram por proposta coletivas que combinam com os momentos dos times.

Imagino que o desempenho dos sistemas de marcação que montaram os incomodou.  Oscilaram, abriram lacunas, tiveram equívocos individuais e o do São Paulo a quase nulidade do Cueva, o que proporcionou o clássico distinto do que Cuca e Dorival planejaram.

Os técnicos prepararam os times para ganhar com andamento constante, regular, linear, coeso e forte.

Willian brilhou no 1°t e o Keno depois garantiu o  resultado positivo.

Hernanes tem que ser elogiado pela atuação. O Alviverde foi mais preciso nas finalizações que podem ser avaliadas como grandes oportunidades e por isso mereceu ganhar.

As propostas coletivas

O Palmeiras teve a iniciativa. Cuca optou por Jean e Michel Bastos nas laterais.

Bruno Henrique e Tche Tchê foram os volantes. Moisés podia compor o trio ou avançar de acordo com as necessidade do time. Willian e Guerra, pelos lados, atuaram no ataque e no meio de campo.

Deyverson, o centroavante, se movimentou e completou o 4-2-3-1 com variação para o 4-3-3.  O São Paulo jogou no 4-1-4-1 e alternou para o 4-4-2 quando o oponente tinha a bola.

Buffarini e Edmar iniciaram nas laterais.

Petros atuou entre os quartetos; o do meio de campo teve Marcos Roberto e Cueva pelos lados, além de Jucilei e Hernanes, esse apoiando mais,  por dentro.

O clássico teve o clube do Allianz Parque mais frequentemente ditando o ritmo, com as linhas avançadas, diante da agremiação do Morumbi recuada, investindo na velocidade e jogo vertical para tentar o gol.

Os equívocos e os acertos

Mais capricho na finalização, ou no último toque, ou na escolha da jogada poderiam garantir ao Palmeiras o gol durante o empate. O time atuava no campo de frente.

O São Paulo, após a semana de preparação, conseguia a transição em velocidade organizada. Numa, Cueva ganhou por cima e Lucas Pratto colocou Marcos Guilherme diante de Fernando Prass para concluir e comemorar o 1×0.

O 'hermano' que ofereceu assistência se machucou e Gilberto foi ao gramado. A mexida atrapalhou o planejamento de Dorival porque o centroavante em nenhum momento brilhou.

O autor do gol finalizou e quase ampliou porque a bola tocou no travessão e quicou centímetros dentro do gramado.

Mas o sistema de marcação do  São Paulo tinha grandes lacunas na direita. Cueva, quase nulo diante de Buffarini, facilitou para o Alviverde. O atual campeão nacional investiu na criação daquele lado e rapidamente conseguiu os gols.

Michel Bastos driblou o peruano – mole e quase displicente podia ao menos dificultar – e cruzou; Edmar bobeou e o Willian sozinho  concluiu dentro da área.

Jucilei, minutos depois, foi tentar a cobertura porque o Cueva sequer recuou. Devyerson driblou o volante. Willian com muita categoria acertou precisa finalização e comemorou.

O resultado sugeria à agremiação do Morumbi avançar todas as linhas e alterar a proposta coletiva.

Ambos os times necessitam entrosamento. Buffarini cruzou, Edu Dracena e Jean tinham como dificultar e impedir Hernanes de igualar o resultado, mas o meia, entre o lateral e o zagueiro, conseguiu uma grande finalização dentro da área.

Noutro planeta

Os treinadores certamente tiveram muitas orientações no período em que descansaram os elencos. Os times retornaram quase iguais e mais concentrados.

Mas Cueva, após cerca de 10 minutos, tentou o toque de calcanhar metros na frente da área de Sidão, o Palmeiras tinha a lacuna para construir o gol, e o técnico respondeu com Lucas Fernandes na vaga do peruano.

O problema do atleta é que necessita entender o tamanho do clássico, o peso da camisa e, principalmente,  o momentos do jogo e o da agremiação no torneio de pontos corridos.

O treinador ousado

O São Paulo podia ampliar na transição em velocidade. Cuca optou por Keno e a saída do Bruno Henrique.

Em princípio, a mexida foi inócua. O Palmeiras conseguiu uma finalização com Guerra fora da área, e teve gol invalidado porque o Jean, autor da assistência para Deyverson, estava impedido.

Os outros momentos foram na finalização do centroavante, exigiu uma grande participação do Sidão, e na furada do goleiro, que o antecessor de Dorival contratou para elevar o padrão da transição à frente e da reposição de bola.

A precisão

O São Paulo teve as oportunidades para ganhar. Rodrigo Caio, sozinho na pequena área, finalizou para fora após Marcos Guilherme finalizar.

Cuca, incomodado, optou por Hyoran e a saída do Guerra.  No minuto seguinte, Hernanes entrou com a bola na área e concluiu do lado direito.

No jogo com lacunas nos dois sistemas de marcação, ambos os times podiam, em qualquer momento, conseguir o gol.

Marcos Guilherme teve mais uma na transição em velocidade e avaliou, provavelmente com razão, que Gilberto estava impedido, tentou driblar e o Palmeiras após impedir foi em velocidade à frente para Deyverson oferecer a assistência e Keno finalizar e comemorar.

Alguns pontos: Petros avançou com o colega de time, pois era momento de gol para a agremiação do Morumbi. O artilheiro acertou a conclusão, enquanto o zagueiro de Tite minutos antes desperdiçou uma fácil.

Os méritos e a alegria

A possibilidade do rebaixamento, clássico, o Palmeiras com o elenco mais técnico e o gol tomado no momento positivo para si, tudo dentro do Allianz Parque.

É possível afirmar que o acerto de Keno, pela circunstâncias, quase foi um nocaute. Por necessidade, Dorival e Cuca alteraram as agremiações.

O treinador do Alviverde investiu em Thiago Santos por Deyverson; o do São Paulo colocou Denilson e tirou Marcos Guilherme. Apenas a mexida no clube que provavelmente conquistará classificação para a Libertadores foi eficaz. Reforçou o sistema de marcação.

Tchê Tchê lançou e Willian tocou para Hyoran garantir o resultado positivo e a comemoração na arquibancada.

Ficha do jogo

Palmeiras – Fernando Prass; Jean, Edu Dracena, Luan e Michel Bastos; Tchê Tchê e Bruno Henrique (Keno); Guerra (Hyoran), Moisés e Willian; Deyverson (Thiago Santos)
Técnico: Cuca

São Paulo – Sidão; Buffarini, Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Petros; Marcos Guilherme (Denilson), Jucilei, Hernanes e Cueva (Lucas Fernandes); Lucas Pratto (Gilberto)
Técnico: Dorival Júnior

Árbitro: Sandro Meira Ricci (SC-Fifa) Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Van Gasse (ambos da Fifa)