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Elenco do Corinthians é a quarta força; Fábio Carille faz o possível

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De Vitor Birner

O Corinthians desperdiçou grandes oportunidades, as de Jô e Clayton foram as maiores, o Internacional teve mais momentos para comemorar além do único em que conseguiu o gol, e se observarmos os desempenhos de ambos podem concluir que o empate resumiu o que os clubes mostraram no gramado de Itaquera.

O mesmo raciocínio vale para o jogo anterior, encerrado com igual resultado. Os pênaltis resolveram a classificação.

Tal qual reza a tradição nacional, após a eliminação foi iniciada a caça por personagens para serem criticados. No Brasil que reverencia Rodrigo Caio pelo 'fair-play, tropeços no esporte legitimam a transformação de seres humanos em para-raios das insatisfações alheias, inclusive das que nada têm a ver com o futebol.

A competência disponível

Maycon, Guilherme Arana e Marquinhos Gabriel se equivocaram nos pênaltis.

O volante e o lateral, talvez o melhor do time nesses meses da temporada, se dedicam muito nos jogos. Marquinhos Gabriel tem que agregar intensidade e ambição para elevar o rendimento,  mas atuou apenas 10 minutos.

Nenhum desses fez como Alexandre Pato diante do Grêmio. Não houve displicência nos lances que redundaram na eliminação do torneio.

Clayton e Jô tentaram o que era necessário quando desperdiçaram gols com o jogo em andamento.

Quem cogita que a alteração de atletas geraria o resultado positivo, explique, por favor, quais deveriam entrar e sair, como garantiriam tanto o padrão técnico mais alto quanto a manutenção ou o aumento da força coletiva.

O Alvinegro, quando se avalia apenas o elenco, é quarta potência no estado. O treinador investe na estruturação tática para obter colocações melhores que as de agremiações atualmente com maior potencial.

É imprescindível para jogar a temporada

Todos sabem que o Alvinegro é mais forte quando o oponente tem a iniciativa de ir à frente.  São Paulo, Palmeiras e Santos fizeram e tropeçaram nos clássicos em Itaquera e no Morumbi.

O Corinthians, diante de clubes com menos potencial no elenco, teve mais dificuldades para ganhar.  Nem acho que o sistema de marcação do Carille é tão sólido quanto os analistas apenas de números afirmam.

É competitivo, oscila, tem margem para ser fortalecido, e inquestionavelmente terá que alicerçar a campanha do time no torneio de pontos corridos.

Se o Alvinegro for para cima da maioria dos times a tendência é ir para baixo na classificação.

Corinthians é muio mais forte na parte coletiva que na individual. Ou seja: o treinador, dentro das possibilidades oferecidas pelos cartolas, cumpre o necessário e merece elogios pelas orientações ao elenco.

A nação alvinegra e o futebol   

Pleno empenho, força coletiva e a noção do privilégio de trajar a camisa do clube gigante.

Do treinador e elenco, é isso que a torcida pode exigir.  A eliminação na Copa do Brasil será construtiva, se todos no Parque São Jorge entenderem quais são as possibilidades do grupo de atletas.  Me refiro aos cartolas e os frequentadores da arquibancada em Itaquera.  .

A margem de melhora do time é menor que a de alguns concorrentes.  Os outros gigantes em São Paulo, a dupla mineira,  o Flamengo e mais clubes montaram elencos que permitem percorrer horizonte com maiores possibilidades nos gramados.

As dificuldades e as virtudes individuais e coletivas são medidas principalmente no torneio de pontos corridos.

A agremiação com o elenco fraco e time forte, pode ganhar o mata-mata. Mas, na competição grande e que exige planejamento da temporada, grupo de atletas competentes e regularidade em campo, será impossível comemorar a conquista.

 

Onde há margem para a melhora

Na questão técnica, atletas como Marquinhos Gabriel e Giovanni Augusto podem se empenhar, elevar o próprio padrão, e consequentemente o do time nos gramados.

Há margem para os jogadores que subiram das categorias de base, e os que foram promovidos em temporadas recentes e pouco atuaram em clubes da elite, melhorarem na parte individual, se tiverem potencial e esforço.

A solução veloz e eficaz é contratar. A direção, tal qual mostra, tem caixa vazio para reforçar o elenco.

Essas são as possibilidades de qualquer clube que necessita competência individual para almejar conquistas.

Carille pode aumentar o repertório de lances preparados no CT, o entrosamento talvez aumente a competitividade do sistema de marcação, além de proporcionar o as alternâncias de atuar com linhas adiantadas ou recuadas, mas nenhuma construção coletiva agregará o necessário para o Alvinegro comemorar no torneio de pontos corridos.

O elenco, tal qual torcedores sabem desde o início da temporada, é o dilema da agremiação. As emoções após os êxitos e tropeços  devem ser colocados de lado pelos que pretendem reclamar dos resultados e exigir grandes conquistas.