São Paulo rico em propostas e pobre no futebol; R. Ceni tentou 3 táticas
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De Vitor Birner
Defensa Y Justicia 0x0 São Paulo
Menos ousada que no início da temporada e tentando achar o ponto de equilíbrio dos sistemas de criação e marcação, a agremiação que foi à Buenos Aires teve atuação opaca e nada inspirada.
O treinador utilizou três configurações coletivas no jogo.
Ou quatro, somando a que implementou após a exclusão de Buffarini. Nenhuma permitiu que prevalecesse a técnica do favorito à classificação. A agremiação terá que Ganhar no Morumbi.
Roteiro das propostas
O São Paulo começou no 3-4-1-2
Lucão, Rodrigo Caio e Breno no trio de zaga, Araruna e Buffarini como alas na mesma linha dos volantes Jucilei e João Schmidt, e Wellington Nem de 'enganche;. Chávez e Pratto na frente.
Apesar de Wellington Nem desperdiçar uma grande oportunidade diante do goleiro que teve méritos, fechou o ângulo, o time teve dificuldade no meio de campo e, em alguns momentos, perdeu a disputa no meio de campo.
Por isso Ceni orientou no primeiro tempo a alteração coletiva para o 4-3-1-2.
Os alas recuaram alguns metros e se transformaram em laterais. enquanto Rodrigo Caio caminhou para ser o volante centralizado e próximo aos zagueiros.
O Defensa Y Justiça de ínfimos recursos técnicos, e coletivamente competitivo, permanecia mais com a bola.
O treinador da agremiação do Morumbi quis alterar o andamento e optou pelo ajuste, o paliativo, tático. Depois, nos minutos em que os atletas descansaram, mexeu no time e orientou o elenco para aumentar o tempo de frequência no campo de frente e e fechar as lacunas no sistema de marcação.
Breno saiu e Shaylon foi ao gramado.
O time atuou no 4-2-3-1 após a alteração. O atleta revelado nas categorias de base, além de Wellington Nem e Chávez, formaram o trio de criação. O São Paulo ganhou força para manter a bola e impedir o oponente de tocá-la no entorno da área.
Os 'hermanos' caíram de rendimento. Tiveram que investir na transição em velocidade como única possibilidade para tentarem incomodar o goleiro.
Refinamento contribuiu para exclusão do lateral
Buffarini recebeu o amarelo.no início. Durante o 2° t, houve o contra-ataque da minúsculo time argentino e o lateral teve que fazer a falta. O árbitro poderia mostrar cartão, mas interpretou que o lance foi para manter ambos nos bolsos.
Obviamente, o 'hermano', se fosse forçado a repetir, iria embora e o time atuaria com 10 jogadores. Imediatamente Ceni optou por colocar o poupado Júnior Tavares no gramado.
Todos imaginaram que tiraria o campeão da Libertadores, mas pediu a saída do Chávez .
Quis reforçar o sistema de marcação mantendo o pendurado e colocando o lateral em frente .
Em 5 minutos o amarelado teve que fazer a falta e ir embora do gramado. Junior Tavares entrou no trio para fortalecer a criação e ser a parede diante de quem estava na mira do responsável pelo cumprimento das regras. Avançou no lance que exigia, a zaga interrompeu, e houve o mano a mano do lateral que optou pelo carrinho porque havia a possibilidade da zebra conseguir finalizar e comemorar.
Entendo o a ideia do técnico, tinha lógica apesar de ser a menos conservadora dentro das possíveis, gosto dessa 'opção italiana', mas o andamento do jogo afirmou que foi ineficaz.
Depois o Shaylon saiu, o Wellington entrou, foram formados quartetos na linha de trás e do meio, Pratto continuou de centroavante, e os goleiros apenas observaram o jogo dentro do gramado.
Torcida necessita paciência com o elenco
São muitas propostas coletivas, alterações na escalação, jogos em seguida, e pouco tempo no CT da Barra Funda para o treinador aprimorar o planejamento no gramado.
Se tiver competência para implementar o que imagina e os atletas forem inteligentes e capazes na prática, o São Paulo ganhará jogos porque haverá distintas propostas coletivas. Isso, em regra, demora.
Em apenas 4 meses seria complicado para qualquer técnico ensaiar o amplo repertório. A virtude que os orientais 'da antiga' cultuam e os milhões de imediatistas cartolas, torcedores reais ou virtuais desdenham, é parte da fórmula do êxito.
Ficha do jogo
Defensa y Justicia – Gabriel Arias; Hugo Silva, Mariano Bareiro e Alexander Barboza; Ignacio Rivero, Gonzalo Castellani (Elizari), Leonel Miranda, Jonás Gutiérrez e Rafael Delgado; Nicolás Stefanelli (Andrés Ríos) e Agustín Bouzat
Técnico: Sebastián Beccacece
São Paulo – Denis; Rodrigo Caio, Breno (Shaylon) (Wellington) e Lucão; Araruna, João Schmidt, Jucilei e Buffarini; Wellington Nem; Chávez (Júnior Tavares) e Lucas Pratto
Técnico: Rogério Ceni
Árbitro: Jesus Valenzuela (Venezuela) Auxiliares: Luís Sanchez e Tulio Moreno