Blog do Birner

Palmeiras teve Prass e sorte; Santos lamenta crueldade do futebol

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De Vitor Birner

Santos 1×2 Palmeiras

Os santistas foram melhores. O Alviverde ganhou o clássico.

Assim é o esporte.

Quem acha que a quantidade das oportunidades criadas é pleno mérito para conseguir o resultado positivo, deve reformular o conceito. Precisão talvez seja a virtude mais preponderante no futebol.

Sorte, Prass, capricho

Foram muitas as oportunidades. Santos poderia ter goleado.

No lance inicial, Bruno Henrique entrou na área e cruzou; Edu Dracena em vão quis tirar a bola e Lucas Lima dentro do retângulo maior finalizou para fora quando era possível acertar e comemorar.

Alguns minutos depois, o Vitor Bueno furou 2 m antes da linha do gol e sem ninguém na frente. Nesses lances faltou capricho para os santistas comemorarem,.

Houve outros nos quais tiveram pela frente a competência e a sorte do Fernando Prass.

O goleiro fez uma grande intervenção na finalização de Bruno Henrique de fora da área. Se equivocou apenas uma vez, ao sair para interceptar o cruzamentos, e o mesmo atleta cabeceou na trave. A benção permaneceu com o veterano quando o ídolo conseguiu desviar a bola na finalização do Ricardo Oliveira, de letra, que em seguida tocou no travessão e no rebote sobrou para o sistema de marcação.

O Palmeiras teve dificuldade para se aproximar da área do oponente. Apenas aos 35 minutos conseguiu finalizar. Vladimir evitou que Borja festejasse.

O goleiro garantiu o resultado ao espalmar, com muito reflexo, o cabeceio de Mina na pequena área – Ricardo Oliveira tinha que marcar o zagueiro –  e a finalização de Guerra nos acréscimos.

Tudo isso aconteceu no 1° t.

A superioridade santista e o clássico muito aberto com o Peixe ganhando o duelo no meio de campo porque impediu o oponente sair de trás tocando a bola, convenceram Eduardo Baptista a alterar o time para o restante do clássico. Iniciara com Dudu e Keno pelos lados, Guerra e Tchê por dentro, todos na linha do quarteto mais adiantado do 4-1-4-1 que implementa desde o início da temporada.

Egídio entrou e o gringo saiu para Zé Roberto ir ao meio de campo. O andamento continuou quase igual.

O Santos entrou na área e finalizou aos 9, 11, e 15 minutos com lances construídos pelos lados.

O goleiro fez o milagre diante de Vitor Bueno, em lance que havia sido paralisado e mais uma intervenção para ser aplaudida em pé no cabeceio de Bruno Henrique.

Os gols e as alterações

Incomodado por assistir ao Palmeiras empurrado para o campo de trás, Eduardo Baptista fez mais uma mexida.

Se tinha que lidar com tal dinâmica, necessitava do contra-ataques para tentar ganhar. Keno saiu e o Roger Guedes foi ao gramado.

Dorival. em seguida, tirou Vitor Bueno para Hernándes entrar.  Em poucos minutos, o Santos conseguiu o que merecia.

Bruno Henrique cabeceou e no rebote do Jean o Ricardo Oliveira comemorou.

Imediatamente depois, O Alviverde teve mais uma mexida para aumentar o potencial do sistema de criação. Zé Roberto cedeu a vaga ao Willian. Além disso, a necessidade fez a agremiação do Allianz Parque avançar todas as linhas.

Necessitou oito minutos, e de novo da sorte, para comemorar.

Jean entrou na área, finalizou ou cruzou, acho que a segunda, a bola sairia, mas Vladimir a desviou e aconteceu o empate.

O goleiro que fizera duas grandes intervenções quando exigido, se equivocou no lance mais simples que os anteriores.

Matheus Ribeiro foi ao gramado e Victos Ferraz saiu. Em seguida Roger Guedes entrou na área após o drible da vaca em Zeca –  é preciso cobertura do sistema de marcação nesses momentos – e, quase da mesmo local em que o lateral fizera o gol, tentou o cruzamento.

Os santistas rebateram e a bola foi exatamente onde Willian estava para finalizar e festejar a espetacular virada e o resultado favorável. Ainda houve tempo para o Rodrigão entrar, Thiago Maia sair, o Bruno Henrique na grande área finalizar e o gigante Fernando Prass nos acréscimos conseguir mais uma elogiável intervenção.

Foi o último lance e o desfecho coerente que coroou o craque da impressionante virada do Alviverde no clássico.

A única ressalva do jogo

Felipe M. tinha amarelo porque parou o contra-ataque do Santos. Deu o carrinho em Lucas Lima.

Após o encerramento do  1° t, enquanto era alvo da torcida na Vila que gritava ''afundou a seleção'', respondeu com uma dancinha e o gestual para cantarem mais alto

Repetiu a dose após o clássico, quando fez igual com as mãos, depois as colocou nos ouvidos, de novo provocando quem permaneceu nas arquibancadas.

Os especialistas no cumprimento das regras afirmam que os atletas nesses momentos devem receber o amarelo.

Houve quem, em jogo do torneio, 'ganhou' o cartão apenas pela mão no ouvido, ou por distinto tipo de comemoração. Os critérios devem ser iguais para todos os atletas e agremiações.

Se vale o que afirmam os especialistas, o volante 'merecia' amarelo, o que faria o Palmeiras atuar em metade do clássico com o jogador a menos.

Acho essa orientação pífia. Provocação (nunca confunda com qualquer tipo de ofensa) é saudável para o futebol. Mas, acima do que avalio, há a igualdade de critérios que deve ser seguida em todo o torneio.

Ficha do jogo

Santos – Vladimir; Victor Ferraz (Matheus Ribeiro), Lucas Veríssimo, David Braz e Zeca; Renato e Thiago Maia (Rodrigão); Vítor Bueno (Vladimir Hernández), Lucas Lima e Bruno Henrique; Ricardo Oliveira
Treinador: Dorival Júnior

Palmeiras – Fernando Prass; Jean, Mina, Edu Dracena e Zé Roberto (Willian); Felipe Melo; Keno (Roger Guedes), Guerra (Egídio) Tchê Tchê e Dudu; Borja
Treinador: Eduardo Baptista

Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza Auxiliares: Danilo Ricardo Simon Manis e Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo