Barcelona tem aval para ganhar no apito; e foi constrangedor
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De Vitor Birner
Acima da concorrência
O Barcelona é o maior clube do século. Teve as equipes mais geniais, conquistou os principais torneios e o principal: implementou uma proposta de futebol que faz história e serve como referência para a transformação da dinâmica nos gramados.
O número de times que investem em manutenção da bola, na ousadia, e que para atuarem com a solidez necessária jogam com sistemas de marcação no campo do oponente, aumentou.
Isso não significa que o clube seja sempre merecedor de todos os resultados positivos que consegue. A remontada diante do PSG confirma.
Aplausos maiores que o futebol
Luis Enrique creditou o êxito à fé dos atletas e da torcida. Referiu-se à crença de todos em si mesmos e no time, não em preferências por religião, para conquistarem da classificação.
Os atletas realmente mostraram mais raça que a habitual. Correram demais. Tudo que tinham para transpirar deixaram no gramado.
Havia pouco para o treinador elogiar nas virtudes tradicionais que transformaram o Barcelona na principal agremiação do século. Nem na parte coletiva, nem na individual houve muito brilho.
A única atuação acima da média
Além da raça e do esforço de todos, houve uma apresentação tecnicamente merecedora de grandes aplausos.
Que grande atuação de Neymar! Foi o protagonista, entre os atletas, da classificação. Chamou o jogo e nos minutos finais 'tomou o posto' de Messi como referência para garantir o resultado positivo.
Milagre, doutrina, clichê e elogios
O 'hermano' teve boa atuação, com b minúsculo, tal qual muitas que assistimos pelos gramados na Europa.. Nenhuma assistência, tabela ou gol com a bola em andamento saíram dos pés do genial atleta .
Suárez, outro acima da média, o centroavante que mais aprecio ver nos gramados, foi discreto. O esforço no gol que fez e simulação patética no pênalti inexistente que cavou foram as contribuições para o feito do Barcelona.
Nos outros setores ninguém se destacou. O volante Busquets foi discreto. Rakitic criou pouco e bobeou no gol do dos franceses. Iniesta fez uma assistência que conseguiu com esforço e no equívoco de Marquinhos.
Rafinha atuou na direita e se limitou às tentativas de cruzamentos.
A zaga com o trio Mascherano, Piqué e Umtiti deixou lacunas, fez pênaltis, todos sonegados por quem devia cumprir as regras.
Na parte coletiva, o time que gosta de entrar na área tocando a bola, que tenta finalizar em frente aos goleiros, foi incapaz de se impor e teve que investir finalizações de média distância e cruzamentos.
Repare nos gols.
Duas falhas do PSG nos iniciais, o mesmo número de pênaltis inexistentes, o de falta e o último no lançamento de Neymar pelo alto para Sergi Roberto garantiram a classificação. O goleiro Trapp sequer fez grandes intervenções.
Reitero: apenas Neymar foi brilhante;
Isso tudo comprova que a atuação do Barcelona não fez jus aos elogios entusiasmados que recebidos pela agremiação.
O suficiente para se classificar
O PSG iniciou o jogo como se estivesse tremendo. Tomou o gol tolo de Suárez e depois, apesar dos erros no toque de bola, conseguiu se acertar.
Impediu o oponente de entrar na área e finalizar, forçou o Barcelona a insistir nas tentativas de fora e cruzamentos, ganhou as disputas por cima e apenas no equívoco de Marquinhos diante de Iniesta seguido pelo de Kurzawa os catalães conseguiram outro gol.
Sim: os erros e acertos compõem a atuação de qualquer time. O Barcelona nada tem a ver com as dificuldades da agremiação de Paris.
Mas o resumo do 1°t é maior.
Houve o pênalti inquestionável de Mascherano, que a arbitragem de nível abaixo da crítica sonegou, e outro duvidoso nos padrões atuais do futebol. Se a regra fosse cumprida, provavelmente os franceses empatariam e freariam o ímpeto dos gigantes.
Isso aconteceu mais tarde. Minutos após o reinício do jogo, o árbitro atrás da linha de fundo inventou a penalidade após o escorregão do lateral Meunier, e Messi cobrou com precisão para turbinar o ambiente e o time.
O Barcelona, tomado por grande ímpeto, mantinha a marcação na frente e insistia no chuveirinho. Quando Kurzawa fez a assistência para Cavani comemorar. as arquibancadas e o time catalão gelaram.
Foram 25 minutos nos quais nada construíram e poderiam ter tomado outro gol, se houvesse mais capricho do PSG nas finalizações ou se o pênalti no carrinho de Piqué em Di María fosse marcado.
O 'hermano' finalizaria em frente ao Ter Stegen. A transmissão da Uefa sequer reprisou o lance.
O time reascendeu quando Neymar, em falta executada com maestria, quase no fim do tempo regulamentar, fez o gol.
Extremamente tendenciosa
Nos acréscimos exagerados, pois o jogo teve poucas paralisações e nem com tantos equívocos no cumprimento das regras os atletas da agremiação da França arrumaram entreveros, os responsáveis pelo cumprimento da regra continuaram 'empurrando' o Barcelona às quartas de final da Liga dos Campeões.
Deram 5 minutos a mais e o pênalti patético em Suárez. Foi constrangedor. Neymar fez o que cabia ao Messi e teve a frieza para cobrar e comemorar.
Quem entende o futebol sabe que no jogo há disputa técnica (individual), coletiva, física e emocional. Naquele momento qualquer time teria dificuldade para lidar com a última.
Após a goleada em Paris, restando um gol para o Barcelona no Campo Nou atípico porque a torcida fazia barulho, após pênaltis 'inventados', sonegados e equívocos todos favoráveis à maior agremiação, era difícil para os franceses manterem a concentração.
O lance da classificação aconteceu no último minuto. Mérito de Neymar pela assistência, de Sergi Roberto por finalizar, mas se não fossem tantos equívocos nas regras, nem o clima do jogo naquele momento e nem o resultado seriam favoráveis ao Barcelona.
Os muitos pesos e medidas
Queria ver os que elogiaram a classificação fazerem igual, se os times para os quais torcem fossem eliminados em circunstâncias iguais.
O que houve no gramado do Barcelona foi similar ao que Carlos Amarilla fez com o Corinthians diante do Boca Juniors, pior que o equívoco de Thiago Duarte Peixoto no dérbi, que a defesa de Wendel embaixo da trave em clássico diante do São Paulo e que tantos jogos nos quais houve muitas críticas duras aos que entraram em campo para cumprirem as regras. Aqui, por muito menos, há reclamações veementes feitas pelos que aplaudiram e reverenciaram a classificação,
Me pergunto se o futebol tem regras distintas para os gigantes europeus, ou os que optam pela rigidez constante acham que o Barcelona e talvez mais alguma agremiação são doutrinas indiscutíveis e por merecem tanta cegueira ou generosidade.
Sério.
É impossível para quem raciocina ao analisar desempenhos, achar que mereceu a classificação porque mostrou grande futebol.
Seja como for
Barcelona, Madrid e Bayer são os favoritos na Liga dos Campeões.
O time de Ancelotti é o que, por enquanto, joga futebol mais elogiável.
No mata-mata todo o favoritismo é mais subjetivo. Há agremiações além dessas e que podem conquistar o torneio.