Blog do Birner

Corinthians de Fabio ‘Tite’ Carille ganha do Palmeiras e do apito no dérbi

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De Vitor Birner

Corinthians 1×0 Palmeiras

Na raça e com sistema de marcação pragmático. Tite elogiaria o colega que bebeu na fonte da sabedoria utilizada para o Alvinegro ganhar o dérbi polêmico, intenso, que irritou os palmeirenses fez a alegria da torcida em Itaquera.

Os mais 'correria'

O treinador optou por Romero na direita, Leo Jaba na esquerda, e Rodriguinho e Maycon por dentro, todos na mesma linha no meio de campo.

O quarteto atuou em frente ao volante Gabriel e atrás do centroavante Kazim. A escalação, os critérios e a proposta coletiva foram simples de serem observados e compreendidos assim que começou o clássico.

Cariile queria sistema de marcação intenso, capaz de atuar adiantado e fazer a recomposição tal qual necessário e, ao retomar a bola, o time competente na transição em velocidade á frente.

Os atletas aturaram unidos para a teoria ser colocada em prática.

A meritocracia para os elogiados

O Palmeiras deslanchou contra o Linense com Keno e Dudu pelos lados, além de Michel Bastos e Raphael Veiga formando o quarteto.

Felipe M. foi o volante e Willian o centroavante naquele jogo em que houve a goleada e os aplausos da torcida.

O treinador decidiu fazer igual aos seguidores da agremiação. Iniciou o dérbi em Itaquera com esses que mereceram elogios.

Andamento

O Corinthians, com o sistema de marcação adiantado, tornou o jogo intenso. 'Chamou' a torcida para atuar nas arquibancadas.

O Palmeiras, mais técnico, tentou ditar o ritmo com a movimentação de quem jogou na meia e como centroavante.

A transição tocando a bola foi difícil para ambos os times.  O andamento foi equilibrado enquanto houve número igual de atletas no gramado.

Ninguém conseguia finalizar em frente aos goleiros.

As tentativas de média distância e os cruzamentos foram as principais alternativas. Gabriel acertou o travessão na de média distância e Keno fez igual após lateral cobrado na área,

A confusão e a teimosia

Gabriel recebeu amarelo e foi excluído em lance no qual sequer participou. Maycon puxou a camisa de Keno e, quando o responsável pelo cumprimento das regras se equivocou, avisou que tinha feito a falta no oponente.

Thiago Duarte Peixoto interpretou que o volante enrolou para evitar a perda do colega de time.

A incredulidade nos jogadores foi aceitável porque há muita reclamação improcedente dentro do gramado, mas o quarto árbitro sabia quem parou o lance de propósito, avisou, e o colega foi teimoso ao tirar o volante contratado no Alviverde.

Marcação se impôs

O Palmeiras, após a exclusão de Gabriel, teve muita posse de bola no campo de frente. O Corinthians recuou para congestionar a entrada da área de Cassio.

Eduardo Batista colocou Guerra na vaga de Raphael Veiga para otimizar a criação. Aos 10 minutos do 2°t, trocou Felipe M., que cortou o supercílio, pelo Thiago Santos.

Queria otimizar as movimentações no sistema de criação para o time entrar na área e finalizar em condições de fazer o gol.  As alterações foram ineficazes.

O time continuou com as mesmas opções.

O gol de Mina, em cruzamento, foi corretamente invalidado, e Willian acertou a trave de fora da área.

O treinador, ao notar a grande dificuldade do Palmeiras por baixo ultrapassar o bloqueio, aumentou a estatura na frente.  Trocou o Willian pelo Alecsandro porque os cruzamentos eram uma das principais alternativas para fazer o gol.

Carille demorou para mexer.  Léo Jaba, por cansaço, saiu aos 35 e Moisés entrou. Aos 40, tirou Kazin e mandou Jõ ao gramado.

O equívoco e a festa 

O centroavante fez o gol no primeiro lance em que participou.  Dudu tentou o cruzamento e se equivocou ao bater com pouca força ;.

O Palmeiras tinha apenas um atleta recuado. além de Guerra e Dudu atrás da linha de bola, pois não havia ninguém do Corinthians adiantado e Mina tinha ido para a área.

A recomposição do sistema de marcação do Alviverde foi na velocidade necessária, mas o venezuelano bobeou, o lance era dele, Maycon tomou a bola e fez a assistência para Jô diante do Fernando Prass.

A finalização do artilheiro foi por entre as pernas do goleiro e fez a torcida comemorar muito nas arquibancadas.

O Corinthians manteve a concentração, foi pragmático, raçudo, inteligente, e conquistou o resultado positivo.

Por linhas tortas

Esse jogo foi daqueles que merecem reflexão da torcida. A exclusão equivocada de Gabriel tornou o êxito mais especial.

A enorme lacuna no sistema de marcação do Palmeiras no lance do gol foi consequência da necessidade de o Corinthians recuar e congestionar o campo de trás.

Se as regras fossem cumpridas, o Alvinegro completo sairia mais para o jogo, a dinâmica do clássico seria alterada, e talvez fosse outro o resultado em Itaquera.

É óbvio que todas as reclamações da agremiação de Parque São Jorge nesse lance da saída do Gabriel são pertinentes e devem acontecer.

O feito do time aumentou. Teve que superar o Palmeiras e os equívocos no cumprimento das regras para ganhar.

Elogio à honestidade

Thiago Duarte Peixoto, ao sair de Itaquera, topou ser entrevistado e admitiu que se equivocou ao confundir Gabriel com Maycon. Tal postura é rara e elogiável.

Merecia exclusão

Vitor Hugo, no fim, acertou de propósito uma cotovelada em Pablo.  Cassio com razão foi reclamar.

Os responsáveis pelo cumprimento das regras não conseguiram observar e mandaram o jogo seguir.

Quem toma porrada sequer tem como saber o que acontecerá porque observa a bola. Esse tipo de lance é dos mais criticáveis no futebol.

Ficha do jogo

Corinthians – Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel; Romero (Paulo Roberto), Rodriguinho, Maycon e Léo Jabá (Moisés); Kazim (Jô)
Treinador: Fábio Carille

Palmeiras – Fernando Prass; Jean, Mina, Vitor Hugo e Zé Roberto; Felipe Melo (Thiago Santos); Keno, Michel Bastos, Raphael Veiga (Guerra) e Dudu; Willian (Alecsandro)
Treinador: Eduardo Baptista

Árbitro: Thiago Duarte Peixoto – Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse