Cristiano mereceu; Messi nem tinha que concorrer e Suárez foi injustiçado
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De Vitor Birner
A conquista inquestionável
Cristiano mereceu, com sobras, a comenda que acaba de receber. Neymar tinha que ser ausência porque caiu de rendimento na temporada.
Messi, o mais habilidoso, nem fez jus à indicação ao trio dos principais.
A disputa pelas outras duas colocações deveria ter o indicado Griezmann e o menosprezado Suárez. Ao trocar o concorrente, o 'neo-futebol fifaístico' referenda que o marketing ganha do que houve no gramado.
O mercado goleou os desempenhos
O prêmio da Fifa de melhor do mundo se transformou numa disputa de 'cristiânicos x messiânicos'. Os eleitores doutrinados desprezam o que houve na temporada e, tal qual temessem serem considerados hereges candidatos à fogueira do futebol, tornam intocáveis o português e o 'hermano' nas primeiras colocações.
Como se fossem alguns dos religiosos em tempos idos e atuais, desprezam questões fundamentais ditadas por Jesus Cristo, decidem o que é politicamente conveniente e pecam por trocarem o marketing pela moral essencial do que supostamente creem e compreendem.
No esporte, o mérito, acima dos nomes, deveria prevalecer.
Mas o prêmio da entidade privilegia os personagens e a capacidade em vez das realizações.
Relembro: a comenda é para os destaques da temporada. As anteriores deveriam ser completamente esquecidas quando treinadores e capitães de seleções votam e decidem a ordem do trio predileto.
Messi brilhou menos que o centroavante
O 'hermano' é o mais genial, brilhante e espetacular atleta em atividade.
Merece ser chamado de craque e melhor do planeta.
Na última temporada, a que deveria ser considerada, o 'hermano' foi muito acima da média, mas houve atletas com desempenho superior.
Um deles foi colega de clube.
Suárez, de novo, merece ser avaliado tal qual o injustiçado da vez. Quem assiste aos jogos do Barcelona sabe que o uruguaio foi o principal atleta da agremiação.
Todos os gostos e argumentos
Os números são relevantes na avaliação do futebol. Devem ser observados com inteligência para o analista evitar transformá-los em burrice fria, monótona, que individualiza a atividade essencialmente coletiva.
A simples ideia de indicar apenas um personagem acima de tudo no esporte de onze é meio tola. É válida, mas deveria ser uma diversão lúdica ao invés de algo tão reverenciado.
Nem s objetivistas matemáticos são capazes de colocarem Messi acima de Suárez. O uruguaio fez mais gols e quantidade igual de assistências.
Considerei a temporada européia porque foi a que participaram.
Messi, no torneio nacional de pontos corridos, atuou 33 vezes, fez 26 gols e 18 assistências. O colega de clube foi ao gramado em 35 jogos, fez 40 gols e 19 toques para os colegas comemorarem.
Na Liga dos Campeões, o 'hermano atuou em 7 partidas, marcou 6 gols e fez uma assistência. O desprezado atuou 9 vezes para festejar em 8 e oferecer quatro alegrias aos demais atletas do Barcelona. No Mundial os números de Suárez goleiam.
Gols 1×2 e assistências 2×5.
O único torneio no qual Messi 'ganhou' de Suárez foi a Copa do Rei; teve um jogo, um gol e uma assistência a mais.
Se incluirmos o que houve do segundo semestre em diante, o mais fácil para os gigantes da Europa porque tem a fase de grupos da Liga dos Campeões, o 'hermano' voa com 10 gols e e duas assistências em 5 jogos no torneio continental, enquanto Suárez marcou duas vezes e fez três toques para o gol.
Nessa referência de período, o Griezmann, inquestionável na indicação de trio da temporada, seria ausência na eleição e uma série de outros jogadores entraria antes do francês.
Aliás, para quem despreza potencial de elenco, proposta de futebol e força dos oponentes se comparada ao time no qual o jogador atua, aviso que marcar gols com a camisa da agremiação de Simeone é mais difícil que trajando os mantos do gigante da capital e no de Luis Enrique.
Pelos números no semestre, o Cristiano sequer entraria na lista, pois houve atletas com desempenho e números maiores.
Após conquistar o torneio de seleções o 'gajo' caiu de rendimento, o que é normal para quem teve as férias (descanso) abreviadas e se prepara no limite da força .
Seja pela política anterior ou o marketing arraigado vigente, o patinho feio continua sendo o centroavante do pequeno país sul-americano e do Barcelona.
A história, no futuro, terá que ser mais inteligente que os prêmios, se pretende contar o que houve dentro dos gramados de futebol.
Quem são os eleitores
Os capitães de seleções,treinadores, duas centenas de jornalistas e torcedores cometeram os equívocos citados em prol de Messi.
Poderiam criar o prêmio alternativo
Sugiro que seja batizado com o nome de Suárez e oferecido ao atleta que atuou em alto nível e foi menosprezadonas indicações por doutrinas mercadológicas. Sérgio Ramos e Mahrez poderiam concorrer com o sul-americano nessa temporada.
Nada de glamour, moda, formalidades e esses negócios que pautam o neo-futebol.
Em qualquer boteco ou arquibancada que permita a permanência de torcedores em pé a premiação pode acontecer. Sequer haveria necessidade dos jogadores comparecerem. Muitos curtiriam, mas nem teriam como porque talvez houvesse retaliações de federações e da agremiação.
O único veto seria a de tietarem exageradamente os raros e idealistas jogadores que comparecessem.
Haveria permissão para os torcedores irem com bandeiras, sinalizadores, cantarem, pularem e o que mais quiserem. O marketing do evento incentivaria as pessoas a festejarem.